Capítulo 2: A Cafeteria Sciascia

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O barulho de passos ecoava alto pelo galpão, os arfares e a respiração acelerada, Um coração batia em toques frios e o pavor corria pelos ossos. A leve garoa do lado de fora e o galpão, presenciava uma vida correndo para se manter salva.

O homem arfou chegando à porta, o rosto do contrabandista de drogas estava contorcido de medo. Ele era conhecido e os viciados sempre o procuravam. Oúnico problema era que, naquele instante, os Leone também estavam atrás dele. Seis meses atrás havia comprado drogas fornecidas pela casa dos Leone e há seis meses não pagava. Os juros aumentaram e ele continuou pegando o produto, até receber seu primeiro aviso. Ignorando-os, continuou pegando mais e mais e depois sumiu com uma alta quantidade de drogas e dinheiro, crente de que passaria a perna nos membros da família mais poderosa da máfia.

Mas, Myung era o tipo de pessoa que gostava de brincar, principalmente quando o jogo lhe rendia mais divertimento do que só ficar sentado na mesa do seu escritório. O homem que tentava salvar sua vida puxou a porta tentando abri-la, mas as correntes presas pelo cadeado o impediram. Então se virou desesperado e olhou ao redor não vendo ninguém.

Sua frequência cardíaca estava alta e as pontas dos seus dedos tremiam em desespero, seu corpo eliminava adrenalina, sentia-se ansioso. Os lábios ressecavam e a pele empalidecia, seu corpo estava em alerta enquanto ele tentava desesperadamente salvar a si mesmo do buraco em que tinha se enfiado. Um pequeno roedor que caiu no ninho da serpente, porque o brasão da família Leone poderia ser um lobo, mas os filhos da casa eram como as cobras mamba–negra, suas vítimas sempre eram mortas em segundos em suas mãos. Afonso Leone, o pai dos irmãos, havia ensinado bem seus filhos a como sobreviver no mundo da máfia. Sobrevivendo sendo os melhores.

— Aonde vai, Uriel? — a voz de Myung ecoou pelo galpão.

Apareceu em seu terno roxo escuro e seu sapato francês, uma das suas mãos estava no bolso e seus cabelos estavam penteados para trás, sua testa bem a mostra. Incrivelmente belo naquela noite. Sorriu — a falsa gentileza do seu sorriso poderia enganar com facilidade —. Ao seu lado estavam Kyung e Jihen. Os seguranças usavam ternos pretos e não esboçaram nenhuma reação, o rosto imparcial e frio, estavam ali apenas por uma coisa.

— E-eu só preciso de mais tempo — Myung sorriu e pendeu a cabeça para o lado quando Uriel disse em desespero.

— Tempo? — questionou. — Foi o que disse das outras vezes, Uriel, mas o interessante é que o meu dinheiro estava todo na sua casa — o rapaz arfou com a fala do mafioso.

— Eu juro senhor, eu iria entregar — disse e a sobrancelha do filho mais velhos dos Leone se levantou enquanto ele suspirava ligeiramente entediado.

— Ah Uriel... — suspirou em falsa decepção — Você causou tantos problemas que precisei vir pessoalmente para conversarmos — Myung disse e o rapaz engoliu em seco enquanto o outro revirava e se movendo pelo galpão. — Eu poderia apenas ter mandado Bugaboo — falou vendo a cara de pânico do outro. — Mas você não merecia o esforço do meu maninho.

— Por favor, senhor Leone, me dê mais tempo — ele implorou e os olhos de Myung escureceram quando a piedade se foi. Não havia o mínimo de compaixão nos olhos do mestre mais velho da casa dos Leone.

— Uriel, tsk, tsk... — Myung disse e olhou para cima. — Tempo? Tempo é dinheiro. — Olhou para o rapaz. — Vamos descobrir se todo Uriel é um anjo — falou e Jihen se moveu, indo em direção ao devedor de drogas.

O segurança tirou a arma do seu coldre e o rapaz tentou correr, mas não havia para onde ir. Ele puxou as correntes da porta, tentando retira-las, em desespero. Jihen levantou sua arma e seus olhos nem tremeram quando puxou o gatilho, acertando as costas alheia e ouvindo um arfar.

A Torre dos Leones - Máfia PortinariOnde histórias criam vida. Descubra agora