Capítulo 3 Seis anos Atrás

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Capítulo 3:
Seis Anos Atrás



Obs.: Música - Take Me To Church (Hozier)

"Minha amada tem humor /Ela é a risada em um funeral /Sabe que todos desaprovam / Eu deveria tê-la venerado mais cedo"


Thierry  suspirou entrando na cafeteria, havia acabado de sair do trabalho e naquele dia seus alunos se despediram com beijos e choramingos, por estarem entrando de férias, não veriam seu querido professor por uns dias, exatamente 30. Perrin sorriu falando que iria sentir muitas saudades e beijou as testinhas de cada criança naquele dia antes das aulas terminarem, como também se despedir dos professores e funcionários do colégio. Então caminhou até a cafeteria que sempre frequentava, talvez estivesse indo com mais euforia que das outras vezes, porque havia certo alguém que lhe faria companhia naquela tarde. Seus olhos se levantaram e ele suspirou ao ver Jungeun (Junghwa) sentando em uma das mesas mais distantes.

"Se os céus alguma vez falaram / Ela é a última profetisa verdadeira / Cada domingo está ficando mais sombrio / Um veneno fresco a cada semana"


Perrin sorriu pequeno, fazia dois meses que conversavam na cafeteria depois do trabalho. Bem, na verdade Jungeun (Junghwa) ouvia Thierry  falar sobre suas crianças na escola e sua gata Peti. Até tentou persuadir para que o outro falasse sobre si, mas Jungeun (Junghwa) simplesmente conseguia mudar o foco da conversa para Thierry  com suas poucas palavras de sempre. Ele era sério e Thierry  nunca tinha conversado com alguém tão sério antes, mas aconteciam certas coisas que sempre deixavam as suas pernas  bambas, como por exemplo, quando estava falando algo distraidamente e levantava os olhos para Jungeun (Junghwa) e o via concentrado em si, com o olhar tão profundo que o Perrin perdia o ar e sempre acabava desviando o olhar constrangido. Aquela atenção intensa que o outro tinha em si, ou aqueles momentos em que Jungeun (Junghwa) abria a porta para Thierry  passar quando estavam indo embora e se despedia dizendo que voltaria no outro dia sempre mexiam com tudo dentro do professor.

No começo Thierry  ficava muito constrangido pela forma com que Jungeun (Junghwa) o olhava, que nem parecia piscar, e isso fazia as bochechas do jovem francês arderem. Perrin não era fã de pessoas muito sérias, mas havia momentos em que estava no seu apartamento e ria sozinho, lembrando-se de Jungeun (Junghwa) enquanto abraçava Peti em seu colo e a ouvia resmungar pelos apertos. Era um fato que Perrin estava sentindo os primeiros indícios de um amor, estava naquela fase quando as pessoas estão fantasiosas e encantadas com seu parceiro. Thierry não estava procurando relacionamentos amorosos, mas simplesmente não conseguia não se encantar por Jungeun (Junghwa) e havia colocado em sua cabeça que eles eram amigos, então não teria problema algum se encontrarem na cafeteria.

Junghwa  se levantou quando Thierry  aproximou-se da mesa, vendo-o com um sorriso amável nos lábios e segurando a alça da sua bolsa com as mãos. Leone deslizou os olhos pelo professor de arte, admirando-o com uma calça de linho preta e uma camisa de botões com gola de padre aberta de forma despojada nos dois primeiros botões, enquanto calçava um par brogues pretos. Seus cabelos estavam ondulados, onde as ondas formavam grandes cachos que, particularmente, Junghwa  adorava. O sorriso do Perrin foi aumentando quando ele ficou a sua frente quando o jovem mestre respirou fundo.

"Nós nascemos doentes / Você os ouviu dizer"


Junghwa  não havia esboçado um único sorriso até hoje ou algo, além disso, somente sua mesma expressão séria, ele era uma pessoa fechada e com poucas expressões, seu timbre nunca mudava e seu sorriso era apenas um pequeno curvar de lábios extremamente sutis, porém seu coração estava acelerado ao ver Thierry  na sua frente sorrindo para si. Lambeu os lábios secos, engolindo sua saliva, de modo que sua garganta secava sempre que tinha o outro na sua frente.

A Torre dos Leones - Máfia PortinariOnde histórias criam vida. Descubra agora