Capítulo 1: La'Vie

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Não permito adaptações.
Boa leitura

Quatro homens com nomes poderosos estavam sentados à mesa em uma das salas de luxo do Cassino La'vie, a fumaça de seus charutos rodopiando pelo ambiente. Todos mantinham os olhos concentrados em seus baralhos ou nas fichas, um silêncio grande e profundo, já que todo o ruído presente era o do baralho quando faziam suas jogadas, o Ás de copas sobre a mesa, no topo da pilha de cartas. Cada homem ali presente tinha, no mínimo, dois seguranças que ficavam parados de costas para os jogadores, mantendo a retaguarda deles seguras, as armas carregadas e as mãos na frente do corpo. O armamento ficava preso nos coldres de suas cinturas, mas eram os únicos dois de terno preto que se destacavam, com ombros largos e feições masculinas e bonitas com os cabelos penteados para trás em um topete e suas armas escondidas por baixo de seus paletós. Eles estavam elegantes e acompanhavam a pessoa que deslizou o indicador pelos lábios, concentrado em suas cartas.

— Ouvi dizer que ele está de volta — um dos homens começou, tirando o charuto da boca. Ele era um dos grandes nomes do mundo do crime, Edgar, filho de Daniel, era um dos maiores chefes do tráfico de armas da Veneza, filho do meio entre cinco irmãos. Apesar do nome da família ser grande seu poder ia se desfazendo no meio de dívidas que lhes cobria os pescoços.

— Quem? — Miro, filho mais novo da família Wang, que tinha 26 anos de idade, perguntou, descartando um três de paus.

Ele era apenas um moleque brincando de ser homem, achando que poderia sentar-se à mesa dos poderosos e ser melhor que eles, seu ego tão grande que ele não respeitava nem ao menos as pessoas que sua família temia. E, assim como o baralho em suas mãos e o jogo daquela sala, como sua vida estava próxima de chegar ao fim.

— Bugaboo, ele matou cinco homens no cais ontem, como Clip, à noite e nem mesmo os outros que estavam lá na hora viram ou ouviram algo. — um disse e os outros três levantaram seus olhos de suas mãos.

Um deles, de cabelos escuros e pele tão alva quanto a neve do inverno, sorriu pequeno, apenas um leve levantar de lábios. Ele usava um terno vermelho e seus lábios eram finos, não tinha uma aparência agressiva, mas a pistola destravada por baixo do seu paletó dizia que era um excelente atirador.

— Ele não havia saído? — outro que usava um chapéu de marca italiana falou.

— Ninguém realmente sai — o de paletó preto, que havia iniciado a conversa disse calmo, mudando suas cartas de ordem. — Agora todos deveram ficar em alerta, um deslize e ele pode vir atrás de nós.

— O que há demais nele? — o mais novo da mesa falou. — Ele é apenas um homem treinado para matar. — Um sorriso contornou os lábios do que estava em silêncio até então, um sorriso bonito e seus olhos se levantaram para baralho no qual ele colocou sobre a mesa, seus dedos brancos batucando na madeira, um deles com o anel da família Im.

— Apenas um cara treinado para matar? Tks, você não sabe de nada Wang. Aquele cara, não há ninguém como ele. O filho mais novo da família Leone não é apenas um cara treinado para matar, ele fazia os trabalhos que seu pai mandava, tão silencioso quanto o próprio Bicho-papão. Ele atormenta cada um dos seus alvos e ninguém pode fugir dele. — O mais novo riu colocando o baralho na mesa.

— Há uma história — Edgar falou. — De que ele queria sair da casa da família Leone por causa de um rapaz pelo qual estava apaixonado. — Wang riu alto.

— Então ele é apenas um viadinho de merda.

— Então o pai dele disse que ele poderia sair, mas em troca precisaria realizar um tunnel light e pegar algo para ele — Edgar continuou, ignorando Wang.

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