Capítulo 10: Os Leone

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Flashback on:

— Myung foi se encontrar com Junghwa. — Afonso disse olhando para Yejoon que balançou a cabeça em concordância, ele apertou as unhas nas palmas das mãos e se sentia extremamente nervoso em estar de frente ao Rei dos Leone. — é seu dever vigiar o garoto quando Junghwa não está com ele.

— sim mestre. — In disse baixo em um arrastar.

— quero que ligue para mim quando Thierry estiver sozinho no seu apartamento. — Yejoon levantou os olhos para Afonso, suas pernas tremeram. — Estamos de acordo?

— sim, mestre. — disse quase em um engasgar.

Flashback off.

Thierry sentia que estava dentro de um dos seus pesadelos, mas não havia como acordar e pior era que quem o amparava estava sendo a razão do seu medo naquele momento. Encolhido embaixo dos lençóis, escondido como uma criança com medo do bicho papão, havia acordado há pouco tempo, porém tinha tentado voltar a dormir para evitar aquela realidade, pois ele não havia conseguido. Sempre que fechava os olhos era como se voltasse a estar no hospital com Jungeun na sua frente matando alguém de forma cruel. Até mesmo havia sonhado com ele atirando em si e acordou apavorado.

Mordeu o lábio inferior colocando os dedos contra os lábios, seu coração gelou, enquanto ouvia a porta ser aberta e o colchão atrás de si afundar, prendeu a respiração. Estava como uma criança assustada. Sua garganta secou e seus lábios ficaram pálidos pelo medo, as mãos suaram e Thierry se lembrava da expressão sem arrependimento que Jungeun tinha no rosto ao matar aquelas pessoas.

— Baby, você está com fome? — ouviu a voz de Junghwa atrás de si, Perrin se encolheu ainda mais, em uma pequena bolinha assustada, seus olhos voltaram a se encher de lágrimas e para evitar os soluços prendeu a respiração com força. — Eu sei que está com medo, mas eu irei te proteger e nada vai acontecer.

— e quem vai me proteger de você? — Thierry perguntou com a voz saindo arrastada em um sussurro quando soluçou puxando o ar com força. — e-eu quero ficar sozinho... — disse olhando aquele breu que os lençóis lhe proporcionaram.

Thierry fechou os olhos ao sentir a mão de Junghwa o tocar sobre o lençol o fazendo tremer apavorado e volta em sua memória — mais uma vez. — a cena dele matando aquelas pessoas no corredor do hospital. Leone percebeu o pavor do seu ursinho e afastou a mão para longe, contendo seus desejos de tocá-lo carinhosamente.

— Se quiser tomar um banho pode usar tudo e vestir o que quiser no closet. Boran virá para examiná-lo e medicá-lo. Ele também irá explicar sobre suas condições de saúde. — Junghwa disse rapidamente, antes de se levantar encarou aquela bolinha na sua cama. — mon bien, tout en moi reste encore à toi seul. (meu bem, tudo em mim ainda permanece sendo só seu.)

— (Não sei se o que você me deu foi real) — Thierry respondeu, as lágrimas desciam silenciosamente pelos cantos dos seus olhos e não recebeu nenhuma resposta, apenas ouviu a porta do quarto se fechar. Perrin arfou colocando suas mãos no rosto deixando que pequenos soluços saíssem dos seus lábios. Chorou até não ter mais forças para aquilo.

Não muito tempo depois que Junghwa se foi quando Thierry tinha conseguido fazer seu coração se acalmar e suas mãos tremerem menos, a porta voltou a se abrir trazendo pavor ao jovem professor. Sentia seu corpo congelar e estava como uma estátua de sal. sentiu o toque devagar no seu ombro, gentil e quase imperceptível.

— bom dia senhor Perrin. — Thierry soltou o ar com força ao ouvir a voz de Boran. — sei que quer ficar aí dentro, mas precisa tomar seus remédios. Estou sozinho.

Perrin se remexeu abrindo uma pequena brechinha no seu esconderijo olhando para Boran, suas sobrancelhas se juntaram ao ver marcas arroxeadas de estrangulamento em seu pescoço e o lábio inferior cortado. Tremeu em medo voltando a se esconder ouvindo quando Hwang suspirou.

A Torre dos Leones - Máfia PortinariOnde histórias criam vida. Descubra agora