Capítulo 2: Porque Somos Amigos

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Suspirei, vestindo minha camisa em frente ao espelho, abotoando os botões dela

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Suspirei, vestindo minha camisa em frente ao espelho, abotoando os botões dela. Eu havia ligado para Valentim há uma hora, ele parecia nervoso e se enrolou completamente na hora de falar, foi fofo porque eu já conseguia imaginá-lo com as bochechas bem vermelhinhas e gesticulando, nervoso. Acabei rindo durante a ligação e ele arfou frustrado, mas lhe assegurei que estava tudo bem. Mina bateu na porta antes de entrar. Olhei para ela, vendo-a com um sorrisinho.

— Eu olho para você e me sinto velha — ela disse e eu ri. — Você era da altura da minha cintura.

—  Agora é você quem está da altura da minha — disse, brincando, e ela revirou os olhos, rindo.

—  Hm... meu sobrinho está lindo hoje. —  Soprei uma risada, voltando a olhar para o espelho. — Você se parece com sua mãe, mas tem jeito todo do seu pai. — Mina disse em um suspiro e engoli em seco, olhando meu reflexo.

— Gostaria de ter lembranças mais precisas deles – Falei e ela veio em minha direção, me virei para Mina e ela segurou em meus braços.

—  Não fique se culpando por isso. — Afirmei com a cabeça, ela comprimiu os lábios e segurou meu rosto. Sempre era doloroso quando citava meus pais.

— Acho que você cresceu demais — Sorri quando ela precisou olhar para cima e eu precisei olhar para baixo. Ela respirou fundo e seus olhos lacrimejaram.

—  Não ouse chorar só porque não sou mais criança — falei e ela riu, me soltando.

— Não estrague o momento, Ben.

—  Ainda sou seu sobrinho. — falei e ela sorriu e olhou para mim.

—  Meu sobrinho favorito. — ela disse rindo.

Mina me levou até a porta, me passando várias recomendações. Ela me mandou não beber e nada de drogas. Eu ri ao ouvi-la dizer que se fosse para ter uma noite louca, que eu usasse camisinha, e revirei os olhos, dizendo que ela estava animadinha demais.

— Não se preocupe, vou tomar juízo para trazer seu carro de volta. —  falei e ela apontou para mim, empinando o nariz.

—  Sem nenhum arranhão. Você não está mais em Durham, então cuidado redobrado!

—  Sim, senhora. —  falei, sorrindo. Peguei a chave do carro, abrindo a porta do apartamento e olhei para ela. — Tchau, te amo.

— Eu também te amo, Ben — ela respondeu.

O trânsito estava lento e o clima estava frio. Acabei ficando receoso de Valentim já estar me esperando na frente da escola, conferi a hora no relógio e respirei fundo, estalando a língua. Não gostava de deixar alguém me esperando. Deveria ter ligado para ele e pedido para que me esperasse dentro do prédio dos dormitórios. Eu não estava habituado ao trânsito de Londres.

Estacionei o carro em frente aos dormitórios, procurando Valentim na calçada, e vi quando ele acenou e correu em minha direção, usando jeans claros e uma camiseta grande, juntos a um par de all star brancos. Ele entrelaçou as mãos, parando em frente à porta do carro; estava tímido e envergonhado, já que tinha os olhos baixos e as bochechas coradinhas. Abaixei os vidros do carro, destravando as portas.

Butterfly: Casulo de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora