Capitulo 19 Voando para Longe

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No começo eu achei que era apenas um pesadelo, depois pensei que era uma situação que poderia ser facilmente resolvida

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No começo eu achei que era apenas um pesadelo, depois pensei que era uma situação que poderia ser facilmente resolvida. Mas, quando a minha pequena borboletinha passou pela porta do meu apartamento junto com sua avó e Vinícius, eu não estava lá para me despedir dela, parecia que um buraco no meu peito tinha sido aberto e o meu coração tinha sido levado. Sentia-me péssimo, destruído, e então então soube que a tinha perdido.

Quando um relacionamento meu não dava certo e acabava em término, sempre conseguia resolver e ficava tudo bem, mas desta vez não foi o que aconteceu. Eu não conseguia dormir porque não tinha minha borboletinha do meu outro lado da cama, e quando o meu relógio despertou não havia um leite de banana.

Não consegui encarar a situação e me senti covarde por não ter ligado meu celular, tentando evitar todas as mensagens e ligações que poderia receber e até as que eu poderia fazer.

Então, eu sentei na ponta da minha cama e refleti não sei por quanto tempo, mas lembrei de cada memória e todas as fotos que eu tinha colocado no meu computador. Assisti cada uma por mais banais que fossem as fotos que Tina tinha me enviado. Vi nossas fotos no acampamento com todos os amigos. Eu pensei durante a noite antes de dormir no seu sorriso e nos seus olhos. Quando eu fechei os meus, podia sentir o toque da sua pele e o cheiro do seu perfume, então eu percebi de novo, mais uma vez, o quanto eu a amava e queria ter tido mais tempo.

Quando o fim de semana chegou, já com as minhas malas prontas para voltar para o colégio, questionei-me: como seria quando eu voltasse? Minha borboletinha ainda estaria lá? Ela já tinha ido embora? Eu pensei em tudo. Nossa trajetória desde quando nos conhecemos no meu primeiro dia de aula, até os meus últimos momentos na cama do meu quarto. Pensei tanto nela durante aquele meu último fim de semana das minhas férias de verão, era como se pudesse sentir a sua presença e ao mesmo tempo um vazio, pois ela não estava lá.

Mina conversou comigo, ela ouviu todo o meu desabafo, mas, ainda havia muitas coisas no meu peito que guardei para mim. Por mais que doesse eu sabia que existiam coisas que eu não podia fazer, algumas que não estavam ao meu alcance, e aquilo de certa forma me fazia sentir inútil. Uma vez Mina me disse que sempre tive o hábito de proteger quem eu amava, mais até do que a mim mesmo, só que aquela sensação era a última coisa que eu estava sentindo.

Porém, mesmo tentando proteger minha borboletinha, havia muitas questões que eu havia falhado miseravelmente. Não bastou todo o esforço e fazer de tudo para entender. Eu tentei desconstruir a minha mente para então construir uma nova e procurei crescer, evolui tentando ser melhor todos os dias, e então cumprir a minha promessa, mas eu não sabia se tinha conseguido, porque prometi: para sempre. E o nosso para sempre foram minutos.

Teve uma fase durante aquele fim de semana que senti raiva de mim mesmo por não ter dito que eu a amava; deveria ter contado a ela, mas no fim era Valentina que sempre foi a mais corajosa de nós dois. Então no domingo quando todas as minhas malas já estavam prontas para voltar para o dormitório eu liguei o meu celular e como imaginava, milhares de mensagens e ligações de Tina. E foi ainda mais doloroso ler cada uma delas e não responder.

Butterfly: Casulo de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora