O sinal tocou e eu suspirei, me esticando na cadeira. Eu tinha levado Valentim para sua sala e a deixado lá. Ela timidamente acenou para mim antes de se sentar ao lado de Dominic. Suas bochechas estavam coradas e os lábios dela estavam mais rosados porque, talvez, eu tivesse roubado alguns beijinhos dela no dormitório antes de irmos para a sala.
Roubar beijos de Valentim havia se tornado um hábito que eu tinha desenvolvido durante a semana, mas estava apenas tendo resultado positivo quando estávamos no dormitório. Se eu tentasse fora do quarto, ela fugia de mim e eu não conseguia mais capturá-la. Beijá-la era uma delícia e eu queria fazer isso o tempo todo. E eu estava animado naquele dia porque nossa turma teria aula de gastronomia e nelas minha turma se juntava com a de Tina, e eu estava decidido a ser seu parceiro de mesa naquela aula.
— Benjamin, vamos? — Ian me chamou e eu afirmei com a cabeça, pegando minha bolsa. Ele se esticou, suspirando. — Cara, estou todo quebrado por causa dos treinos.
— Se você se alimentar melhor, estaria menos — falei, fazendo-o revirar os olhos. — Fora que você pula os alongamentos. Eu fiz boxe em Durham, o fisioterapeuta da academia dizia que o mais importante é nos alongar e aquecer se quisermos sentir menos dores depois.
— Por que fez boxe? — Ian me perguntou e eu dei de ombros.
— As garotas achavam legal — disse e ele riu. — Eu era tímido quando mais novo, então Mina me colocou no boxe e nas aulas de violão.
— Eu fiz dança — Ian se gabou e eu sorri.
Suspirei, procurando Tina quando vi os alunos saírem da sala. Depois do incidente da saia Tina estava estranha, ela ficava mais nervosa que o habitual quando eu me aproximava dizendo que queria um beijo. Não sabia dizer se estava colocando-a muito contra a parede e a deixando pressionada, mas sempre que eu apoiava o braço nas costas de sua cadeira durante o intervalo ela ficava tensa e encolhia os ombros. Eu precisava conversar com ela, saber o que ela estava pensando. Quando perguntei se ela queria conhecer Mina, Tina corou e ficou toda desconcertada, ela nem ao menos conseguiu formular uma frase. Mas quando ela colocou as mãos contra o peito, afirmando com a cabeça várias vezes, eu me senti feliz em poder apresentá-la a Mina. Queria que sexta-feira chegasse logo.
Quando achei Tina, uma lufada escapou de meus lábios ao ver Vinícius falando com ela. Tina estava encostada na parede e olhando para cima, em direção aos olhos dele, que estava sério; e quando ele massageou as têmporas e Tina encolheu os ombros, eu me apressei até ela. Ele não parecia a pessoa mais paciente e tolerante do mundo, e eu não sabia o porquê ele sempre parecia nervoso e Tina sempre preocupada.
— Tina — chamei e seus olhos se encontraram com os meus, olhei para Vinícius e me senti tenso, eu sabia que nós dois não estávamos muito dispostos a ter qualquer tipo de conversa ou a nos darmos bem. — Vim te buscar para irmos para a sala.
— S-sim — Tina falou baixo e se virou para Vinícius. — Vin, eu vou indo. S-se você quiser, posso ir no seu dormitório ajudar a fazer o curativo no seu braço — Tina falou, se encolhendo. Segurei seu pulso quando Vinícius olhou para ela.
— Estarei lá às 18h — Tina afirmou com um aceno e Vinícius saiu.
— Vou estar lá! — ela disse apressada e em um só fôlego. Ele esbarrou em meu braço quando passou por mim e eu respirei fundo, aquele cara era uma pedra no meu sapato. Eu não era o tipo de pessoa que perdia a paciência fácil ou que passava para a agressão, mas isso não significava que eu nunca tinha entrado em uma briga. Olhei para Tina quando seus olhos se levantaram para mim e sorri pequeno.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Butterfly: Casulo de Ouro
Storie d'amoreBenjamin Lopez havia acabado de se mudar para Londres para estudar em um colégio interno depois de ter ganhado uma bolsa de estudos por causa do basquete. Estava tudo incrível, principalmente pela doçura que era seu colega de quarto, Valentim Miller...