Capítulo 9.1 Saia Xadrez

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Valentina Miller ( Valentim Miller)

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Valentina Miller ( Valentim Miller)

Às vezes, tenho um sonho onde estou caminhando por um campo verde e há várias borboletas, estou sozinha e sinto algo em meu peito que me faz me sentir em paz. Então eu corro, olhando as borboletas voando, e posso ouvir minha risada, e eu me sinto feliz. É diferente e calmo e eu sinto que não quero mais sair de lá. Estou usando algo, um vestido que eu nunca sei explicar como é. Nesse sonho, eu tenho o corpo de uma mulher, e não há ninguém lá comigo, mas mesmo assim eu estou feliz. Estou dançando e rodando e as borboletas são as únicas a me fazerem companhia. Então eu me deito na grama e olho para as nuvens e o céu claro e o meu peito transborda. Eu nunca quero acordar.

Mas, eu estava com vergonha, senti que podia morrer naquele instante. Engoli em seco, olhando para baixo achando os braços de Benjamin presos em minha cintura. Eu estava arrepiada porque a respiração dele batia em minha nuca. Mordi o lábio inferior com força, sentindo minhas mãos trêmulas. Eu ainda não havia me acostumado com isso, sempre que ele chegava perto eu sentia que poderia morrer a qualquer momento. E Benjamin tinha o hábito, ele passou a fazer depois daquela sexta feira, que fazia minhas pernas ficarem bambas e eu sentir que não estava no mundo, de me beijar. Ele me beijava e eu achava que estava sonhando.

Ele se aproximava devagar e quando eu percebia suas mãos estavam na minha cintura e os seus lábios sobre os meus. Eu não tinha certeza se todo mundo sabia beijar bem, mas, Benjamin me deixava sem ar e tudo que eu ouvia era o meu próprio coração. Eu nunca havia beijado um garoto antes de Benjamin, mas naquele dia em que ele desceu da janela do meu quarto levando com ele o meu primeiro beijo, foi quando finalmente percebi que tudo aquilo não era um sonho. Eu tinha tocado meus lábios depois que ele saiu e ainda estavam formigando, e eu não sentia meus pés no chão.

Agora meu estômago parecia cheio de borboletas quando Benjamin me beijava. Quando ele segurava minha mão e me chamava de amor. Quando ele me dizia que eu era linda e me elogiava quando usava vestidos. Quando ele dizia que eu era a menininha dele, sentia que poderia morrer. Eu me sentia mais garota simplesmente porque ele estava ali comigo.

Levantei os olhos para o relógio na cabeceira da cama, vendo-o marcar seis e dez. Ontem à noite Benjamin tinha me perguntado se eu queria assistir algo e eu disse que sim. Então nos deitamos em sua cama, mas o filme estava tedioso e eu tinha dormido em algum momento no meio dele. Olhei para minha cama do outro lado do quarto, meu coração estava acelerado, e minhas costas estavam coladas ao peito dele. Ben era grande, então sempre que ele me abraçava eu tinha a sensação que ele me escondia inteira, eu gostava daquilo. Segurei seus pulsos, afastando seus braços de mim devagar, e suspirei, correndo para o banheiro.

Fechei a porta, me encostando nela, minhas bochechas estavam muito quentes. Olhei para o espelho do banheiro. Hoje fazem 5 dias desde o meu primeiro beijo. Cinco dias que Benjamin me beijava todas as vezes que estávamos no dormitório, cinco dias que ele passou a me chamar de amor.

Butterfly: Casulo de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora