03. Champagne problems

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Para quase todos aquela noite era especial, todos sabiam qual era seus papéis naquela última refeição antes da multidão invadir a bela residência ancestral, mesmo sabendo do sentimento de sua irmã Edwina ainda quis ser e sentir o centro da atenção naquela noite e ainda terminar aquele péssimo dia com a aliança em seu dedo. Ela queria o título, Edwina sabia que tal desejo é muito egoísta e ainda assim sabia que o título junto com o dinheiro dos Bridgerton poderia repor todo o dinheiro que Kate usou para manter Mary e ela longe da pobreza.

Embora Anthony houvesse sugerido bem sutilmente uma mudança de lugares naquela noite, Violet e Lady Danbury ainda mantiveram Edwina ao seu lado, porém dessa vez ele não escondeu de ninguém que sua atenção estava somente em Kate. O lorde Bridgerton nunca quis agir por impulso, sempre deixa todos avisado de cada passo e decisões que toma em sua vida, naquela noite o anel estava em seu bolso e estava esperando por quase uma hora o momento certo para falar. Ele tinha certeza de sua escolha, até por que nunca em dez anos ninguém passou a tarde toda na sua companhia avaliando cada livro contábil ou lhe dava ideia de como ajudar seus arrendatários, Kathani o ajudou muito e assim que ela saiu de seu escritório, enfim percebeu que seu coração havia feito a escolha certa.

Foi Lady Bridgerton que começou a falar e pediu para que seu filho falasse algo mais. Todos os olhos se viram para ele, mas foi os olhos castanhos de Kate ainda que o brilho de esperança fosse mais presente, o visconde viu que ainda havia dúvidas dentro dela. Anthony começou dizendo belas palavras cordiais sobre a presença das Sharma em sua propriedade, então por um minuto o silêncio de expectativas tomou o salão. Anthony se levantou, deu passos longos e ainda assim elegantes o bastante e fazendo todos soltarem alguns suspiros de surpresa pediu que a senhorita Sharma se levantasse. Kate ficou em pé e então o visconde Bridgerton se ajoelhou em sua frente, a caixa que contém o anel de noivado que um dia havia sido de sua mãe agora estava sendo oferecida a ela.

"Senhorita Sharma, sei que nossa história não começou da maneira mais convencional e que errei com você mais de uma vez." Disse Anthony. "Irei passar cada momento de meus dias tentando me redimir com você, isso se a senhorita me permitir ser seu marido. Kate aceita se casar comigo?"

O silêncio não veio para esperar o sim da noiva, mas no momento após que o anel foi colocado em seu dedo. Antes mesmo que felicitações fossem feitas, foi a senhorita Edwina que chamou a atenção de todos quando se levantou da mesa e saiu porta afora chorando, Lady Mary se levantou em seguida seguindo a sua filha. Assim que a porta foi fechada, Daphne foi a primeira a abraçar os futuros noivos, sendo assim seguida pelo restante da família. Violet, mesmo confusa com a escolha do seu filho mais velho, estava feliz pela nova adição na família.

Em outro corredor uma garota corrida com rosto tomado em lágrimas e que estava se sentindo rejeitada. Ela sentiu seu braço sendo puxado e então parou de correr.

"Edwina, você deve voltar para aquela sala e demonstrar que está feliz por Kate." Lady Mary mandou a filha, mesmo a matriarca sabendo que seria uma mentira.

"Eu não estou feliz por ela." Edwina sentia raiva em suas veias.

"É fácil, finja e use uma máscara como todos fazemos quando vamos aos bailes." Respondeu Mary com uma voz que demonstrava a censura pela atitude da casula.

"Fingir que estou feliz por não poder mais ser viscondessa, eu não vou."

Lady Mary deu passo para trás com essa resposta da filha, aquela jovem mulher em sua frente não se parecia em nada com a doce criança que ela havia dado a luz, era como se mesmo com oceanos e um continentes de distância Edwina pensava como seus pais, o título sempre em primeiro lugar.

"Você se importa mais com o título que perdeu, do que a felicidade de sua irmã mais velha." A mulher mais velha não conseguia esconder a sua insatisfação. "Kate cuida da gente."

"Eu não pedi para ela fazer nada disso, Kate devia ter ficado para trás trabalhando e não aqui estragando meus planos." Edwina falou alto bastante para que qualquer pessoa a escutasse. "Ela será uma péssima viscondessa Bridgerton e quero estar aqui vendo a sua queda."

O barulho do tapa ecoou por todo o corredor, Mary havia batido em sua filha, era como se algo a tivesse transformado. Edwina estava se comportando como uma garota mimada e essa não foi a educação que Lady Mary, o senhor Sharma e muito menos Kate havia dado a ela.

"Não acredito que você fez isso comigo, eu sou a sua filha de verdade." Edwina estava se sentindo humilhada e desamparada, ela esperava que sua mãe ficasse em ao seu lado e arrumasse uma solução para seu problema.

"Você está proibida de falar mais uma palavra inveja contra a sua irmã, ponto final." Lady Mary desmontou toda a sua insatisfação com a filha mais nova, somente se virou e voltou pelo mesmo caminho que havia feito.

Quando a porta do salão de refeição foi aberta novamente, somente Lady Mary havia voltado e ela foi em direção aos noivos. Abraçou Kate com toda a força e então falou para a moça que trouxe em um dos seus baús o tecido para o seu vestido, pois ela tinha certeza que alguém a escolheria como noiva.

Naquele momento haviam sido feitas escolhas, por todas as mulheres Sharma, seja para aceitar a felicidade ou para inundar um coração de inveja. Enquanto a maior parte das pessoas em Aubrey Hall estava comemorando, o pedido. Ainda assim havia uma pessoa que não estava celebrando, Edwina se fechou em quarto ainda sentindo o ardor do tapa que havia levado de sua mãe, sua raiva agora se estendia também a sua mãe para a garota mais nova em sua cabeça ela estava certa e ninguém estava ao seu lado, a juventude dela não a deixava enxergar que naquele breve momento tudo não passava de um problema fútil causado pela a sua expectativa. Sua dor era real e séria respeitada por Kate, mas as suas atitudes se recusando a celebrar não seriam esquecidas tão rapidamente.

Após toda a comemoração acabar, todos foram se recolher. Anthony dessa vez subiu para seu quarto e se arrumou para dormir, como visconde e como noivo devia demonstrar cavalheirismo com Kate e deixa dormir sozinha em seu quarto de hóspede, mas assim deitei em sua estupidamente grande cama sentiu a falta dela ali ao seu lado. O homem não planejava pedir a mão de alguém por amor naquela temporada, realmente achou que poderia passar uma vida longe desse sentimento. Sua devoção a Kate começou assim que ele a viu cavalgar sozinha, aos poucos a sua presença o contaminou com esse sentimento e agora ele até mesmo desejava a sua presença quase que constante em sua frente. Maldita abelha por fazer com que ele visse seu erro e deixou esse sentimento invadir seu ser sem que pudesse escolher, e no entanto ele ainda pensava. Abençoada abelha que agora fez com que ele ganhasse a noiva perfeita para si, mesmo que o visconde sentisse que não a merecia.

O homem tentou dormir, porém sempre se lembrava que a sua amada estava no quarto abaixo do seu. Seu corpo ficou duro ao se lembrar do cheiro de sabonete e lírios que ela sempre deixava pela por onde estivesse, ou do calor de seu corpo macio próximo a ele. O visconde sabia que não conseguiria dormir sem ao menos beijar a sua noiva, escolheu descer até o quarto de Kate, afinal qual seria a sua punição se fosse pego em quarto seria o casamento e isso eles já estavam destinados a isso.

O visconde dessa vez nem ao menos tentou disfarçar que estava indo para o quarto de sua noiva, mal podia esperar para ver as paredes no tom azuis ou os móveis na madeira clara. Sorriu ao lembrar que mais uma vez dormiria naquele lugar. O caminho que percorreu havia sido rápido, alguns criados passaram por ele e o lorde nem ao menos pensou em dar uma desculpa razoável para onde estava indo. Seu lado libertino torcia para que a fofoca se explicasse e assim teria uma desculpa para em até uma quinzena estar enfim casado, ele riu de seu pensamento e quando bateu na porta de sua noiva nem mesmo os latidos de Newton tiraram seu bom humor. Por causa dos barulhos que o cachorro fazia, o lorde tentou a sorte com maçaneta e ficou satisfeito ao perceber que a porta estava destrancada, Kate o esperava.

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