nove

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pov's beca

Já era sábado, de tardezinha. Avisei no meu Twitter que não teria live hoje, por causa da "festa" que vai ter na minha casa.

Tive a idéia de fazer esse rolê quando parei para pensar na minha vida, e do quanto eu tinha me afastado de tudo e todos.

Meses atrás decidi dar uma pausa em tudo. Na minha carreira como cantora e, nas pequenas horas que eu tinha de tempo livre, de fazer lives. A ideia de ser streamer foi, no começo, um passatempo mas, ao decorrer dos anos, passou a ser como um "secundo trabalho", divertido até.

Aos poucos comecei a crescer no ramo da música e na Twitch. Ver tudo que eu já passei para chegar até aqui é surreal.

Porém, tudo isso estava me desgastando psicologicamente. Eu pensava que era minha obrigação ter lives todo dia e ainda ter que trabalhar

Então, quando eu estava com a Carol em casa, decidi contar a ela o quanto eu estava cansada de tudo, de ser a "Rae". A mesma me acolheu, me confortou. Ela me convenceu a começar a fazer terapia, o que faço até hoje.

Algumas semanas indo as sessões, a Dr.Diaz, ou Celi, sugeriu que eu desse uma pausa nessa vida de "artista". Foi o que eu fiz.

O público que me acompanhava e, é claro, meus amigos entenderam o propósito de fazer isso, o que me deixou um pouco feliz.

Alguns meses depois, quando eu estava melhor, tanto mentalmente, quando fisicamente, comecei a voltar aos pouquinhos.

Volto a realidade quando senti meu celular vibrar no meu bolso, era uma mensagem do Rafael. Clico na notificação e abro a conversa.

📱

loiro do cinema

oi beca
então
eu não sei seu endereçokk

PUTS DESCULPA
eu esqueci total
de mandar pra vc

de boaa

aqui ó
*localização*
qnd vc chegar fala
pro porteiro que é no apto 21, da rebeca

beleza! valeu
vc mora pertoo ate
até daqui a pouco
:)

até
:)

📱

Coloco meu celular na bancada quando escuto o interfone tocar.

— Senhorita Garcia, boa tarde! A Gabriela, sua amiga, e um homem que não falou o nome, ele é meio esquisito. Eles podem subir? — O Seu Zé, porteiro, fala. Eu rio, me divertindo com o jeito que ele falou do Matt.

— Pode deixar subir, Zé! Obrigada, viu — ele fala um "Ok" e espero o casal subir.

— Ô de casa! — Escuto a Gabi gritar na minha porta e abro.

— Linda, você sabe que tem uma campainha, né? — Pergunto para a mulher de cabelo colorido.

— Ela quis gritar pra vizinhança toda saber que chegamos — Matt fala, me cumprimentando com um abraço, vejo-o com um sacola na mão.

Ele realmente trouxe sanduíches.

— Aqui, Beca, sanduíches.

— E a cachaça! Trouxe uns joguinhos também — Bagi diz, me ajudando com as coisas.

Com o passar do tempo chega mais gente. Triz e Calango estavam sentados no sofá, juntinhos. Gabi preparava alguns jogos que ela trouxe e Matt ajudava a organizar as coisas na cozinha. Bea estava do meu lado na mesa, estávamos tirando fotos juntas.

— Seu porteiro é tão gente boa — Diz Luís, Gou e Felps estão atrás dele, cumprimento e deixo os dois entrar.

— Ele me chamou de esquisito — Matt diz.

— É que você tem esse jeito meio "emo" — Goularte fala, entrando na sala e deixando os salgadinhos na mesa.

— Olha quem fala — Eu digo. O mesmo me mostra o dedo do meio.

— Ou, só falta o Rafa chegar, né. — Felps fala.

— Eu tinha esquecido de mandar meu endereço e aí ele disse que eu moro perto até. Já, já, ele chega — Eu falo.

— Vocês até que estão se dando bem! — Triz fala, vejo o Calango concordar.

— Viu, só. Ele não te odeia depois daquilo — Luís responde.

— Eu odiaria — Goularte fala.

Eu ia me pronunciar mas escuto o interfone. Vejo Matt ir em direção a ele, mas chego mais rápido.

— Eu atendo! — Dou um sorrisinho — Oi, seu Zé! Pode deixar subir.

— Menina, eu nem falei nada — Escuto ele rir — O nome dele é Rafael, vou deixar subir.

— Obrigada, Zé!

Assim que coloco o telefone no lugar e me viro para sala vejo todo mundo me olhando.

— Que foi?

— Tá toda ansiosa pra ver o Cellbit — Diz Felps, com uma voz engraçada, os outros concordam e olham para mim com um sorriso divertido.

— Cala a boca — Jogo um travesseiro no homem. E a guerra continua até a campainha tocar.

— Vai lá, dona da festa, eu deixo você atender meu namorado — Matt fala, com um olhar sério mais brincalhão.

Ando até a porta e abro.

— Oi — Ele da um sorriso e que sorriso. Vejo que ele trouxe três refrigerantes.

— Oi!

Nós dois ficamos olhando um para o outro.

— É, entra — Dou um sorriso e o cumprimento.

— Finalmente, né. Demorou, cara — Calango diz, levantando para o cumprimentar.

— A Beca tava morrendo de ansiedade aqui — Bagi fala, com um sorriso.

— Eu ainda posso te expulsar da festa, Gabriela — Eu falo, ela levanta as mãos em sinal de redenção.

— Oi, meu namorado! Saudades — Matt vem correndo até o loiro, que abre um sorriso, retribuindo a brincadeira.

— A gente se viu ontem, pô. Na minha casa — Vejo Bagi olhar para Matt de brincadeira, como se estivesse com ciúmes.

Eu abro um sorriso, me divertindo com a situação.















NOTAS!

i. só avisando que toda a treta que teve com a triz e a galera não existe, como da pra reparar.

SPOILERS, cellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora