Romênia, século XIX.
...
Acordei no meio da noite de mais um pesadelo. Aquele era o terceiro na mesma semana. Estavam se tornando cada vez mais recorrentes, mas sempre remetiam as mesmas coisas. Estranhos que me perseguiam. Era impossível vislumbrar seus rostos.
Levantei, estava coberta por suor e verifiquei pela janela e como esperado, era noite de lua cheia. Todos da vila comentavam o quão estranho a lua estava nos últimos meses. Alguns falavam sobre histórias e suposições que ouviram em algum momento de suas vidas. Eu não me importava com nada que era dito, afinal, sempre que recontadas era acrescentado algo novo e no final se tornava uma nova história.
Foi impossível voltar ao sono, sentia uma inquietude e uma sensação de não estar sozinha. Tive medo de me certificar sobre isso e fiquei na cama até amanhecer. Ao raiar do dia, comecei os meus afazeres e sem contar a ninguém sobre a noite passada até porque se souberem os tipos de sonho ao qual venho tendo com certeza eu seria demonizada e castigada.
Eu estava pegando um balde de água no rio quando de repente sinto alguém me empurrar e me segurar antes que eu caísse.
– Elliot sua maluca, o que pensa que está fazendo!
– Você estava tão concentrada em seus pensamentos que resolvi te acordar – Ela fala dando de ombros e pega meu balde. – Vamos, não temos o dia todo. Ainda quero ir colher as nozes, então nem pense em se distrair de novo.
...
Ao final daquela tarde já havíamos coletado frutas e nozes o suficiente para preparar as tortas para vendermos no festival. Os últimos raios de sol cruzava o horizonte e logo seria noite. Um arrepio fez todo meu corpo estremecer. Olhei ao redor e não havia ninguém além de nós duas, mas algo me dizia que não. Olhei para Elliot que estava comendo uma pêra. Segurei seu braço e apertei os passos.
– Pra que a pressa? Até parece que estamos fugindo de alguém. – ela olha ao redor mas também não vê nada.
– Não é isso, eu só não quero chegar tarde ou a senhora Bernardet irá brigar conosco. Então anda logo.
– E desde quando você se importa com as broncas daquela velha?
– Se você quiser ficar sozinha aqui na floresta ao escurecer então tá bom.
– Ah, então você está com medo. – Elliot começa a zombar de mim, mas o chaqualhar das árvores e alguns ruídos de galhos logo atrás de nós a faz parar. Ela arregala os olhos pra mim. – Vamos.
Logo estamos na estalagem. Mal entramos e dona Bernardett já estava nos esperando com a carranca dela.
– Porque demoraram tanto. Vocês estavam brincando por aí? Acham que vou sustentar vocês pra se divertirem por aí? Se não forem pra servir a algo, vou joga-las de volta no orfanato.
– Calma dona Bernardett, nos só estávamos um pouco cansadas e paramos pra comer uma fruta. Olha, conseguimos colher muitos frutos dessa vez. – Elliot mostra satisfeita com as duas cestas de frutas cheias que conseguimos colher.
– E quem disse que vocês poderiam comer das frutas? Vocês não estão nessa estalagem de férias. Vamos, cuida. Comecem a descascar e cortar. E você, S/n, porque está me encarando? Ande, quero tudo pronto até o final da noite. – Bernardett sai cantarolando enquanto imagina o quanto conseguirá de lucro enquanto nós trabalhamos.
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A Nova Ordem
Hayran KurguA nova ordem determinará o destino dos clãs. Vampiros, lobisomens e humanos traçam suas vidas em uma batalha que resultará na profecia que foi estabelecida no início dos tempos. Seonghwa herdeiro e líder do clã dos vampiros tem que lutar para estabe...