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Tudo parece tão barulhento. Vozes para todo lado me deixam tonta, o cheiro forte de algo contra meu nariz me faz evitar a respiração. Os vultos brancos passam por meus olhos e um barulho de algo apitando me deixa a beira da loucura. Estou morrendo?
Não quero! Não posso. Eu preciso cuidar do Kim, dos seus machucados, de seus sentimentos feridos. Pq me sinto paralisada no lugar? Pq esse sentimento ruim novamente? Eu nunca serei merecedora da felicidade?

Com certa dificuldade, abro os olhos sentindo uma dor de cabeça horrível.
Meus lábios ardem e meu corpo todo dói. Pisco algumas vezes sentindo as pálpebras quase se quebrarem. Analiso o quarto sem vida, branco como dizem ser o céu. Analiso meu corpo, vendo coisas enfiadas dentro da minha veia e o barulho de algo apitando ao meu lado.

Arregalo os olhos ao ter minha consciência, de certa forma, de volta.
Arranco aquilo de mim sentindo uma dor horrível, tiro o apregador de meu dedo e escuto o aparelho ao lado apitar mil vezes mais e parar num som extenso. Saiu da cama quase caindo, mas consigo segurar nos lençóis.

Preciso vê-lo!

Preciso saber se ele está bem, preciso de uma resposta, um motivo para tentar ficar bem denovo. Vejo uma muda de roupa sobre a poltrona ali dentro, então trato de me vestir o mais rapido possível. Abro a porta do quarto e saiu me arrastando, segurando nas paredes, tentando não cair desidratada ao chão.

Quando consigo ver um balcão com atendentes, respiro fundo sentindo tudo doer, estufo o peito e tento andar reto.

Eu:Olá...-Forço um sorriso.

A moça me olha com um sorriso, mas logo fica assustada.

Xx:Olá, boa noite! Gostaria de algo?

Eu:S-sim...-respiro fundo, segurando em minha barriga. - Queria saber sobre um paciente asiático que chegou aqui no dia...-tento imaginar quantos dias faz que estive desacordada.

Xx:Há! A Senhorita é alguma coisa do paciente que fugiu do hospital a duas noites atrás? -Pergunta, surpresa, já com a mão em um telefone de fio.

Sinto minha garganta seca se fechar por completo e minhas pernas quase me abandonarem. Aperto o balcão com a minha mão, enfiando as unhas na madeira pintada de branco.

Eu:Fugiu...?

Xx:O que a Senhorita é do paciente? Precisamos dos documentos do mesmo. Tentamos contatar algum parente da família, mas não temos nada sobre ele.

Respiro fundo tentando não chorar na frente da mesma e entregar que sou uma paciente.

Eu:Faz quantos...quantos dias que o homem chegou ao hospital?

Xx:Bom...faz quatro dias. O mesmo só ficou duas dias se recuperando da cirurgia, mas na noite a dois dias ele partiu sem que pudéssemos perceber. Me perdoe por isso. Não somos um hospital tão seguro quanto parecemos. -Sorri sem graça.

Não entendo o pq de toda sua sinceridade. Ela não deveria falar bem do hospital em vez de falar mal?

Eu:Obrigado...

Dou as costas, ignorando as perguntas da atendente. Vou a caminho da saída, recebendo um banho de chuva logo de cara. Olho ao redor, vendo o quanto o lugar é úmido. Forks? Como vim parar no hospital de forks?

Começo a caminhar pela rua sem um local para onde ir, apenas caminho sem rumo. Minha perna está me matando, meus ossos doem e meu corpo arde com o frio furando minha pele. Meus lábios tremem e os sinto arder por culpa dos rachados.

Como assim...ele fugiu? Pq fugir? Sentiu medo de ser pego? Ele está machucado por aí. Mas...pq me deixou para trás? Ele não disse que nunca me deixaria sozinha?? Pq me deixou? Pq?

Fim da meia noite •|Kim Taehyung|•Onde histórias criam vida. Descubra agora