CAPÍTULO 2: Ele está aqui

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    DAZAI ESTAVA PARADO NO MEIO DA SALA, observando tudo com imensa curiosidade e assombro. Chuuya sentia seu estômago gelar, e ele não sabia exatamente o que fazer.

    — Senta aí, múmia. Vai ficar parado, é?

    O homem de sobretudo não se mexeu. O moreno só observava o apartamento como se analisasse a cena de um crime em que houvessem manchas de sangue nas paredes. Havia em seus olhos uma vivaz curiosidade e medo na mesma medida.

    Que droga, Chuuya pensou. Por que eu trouxe ele aqui?

    — O que foi? — ele indagou, observando Osamu com preocupação.

    — Nada.

    — O que foi? — ele perguntou novamente, irritando-se.

     — Nada.

    Chuuya já estava sentindo o sangue ferver lentamente, e passou a fuzilar Dazai com o olhar. Esconder as coisas dele era um hábito de Dazai que o irritava imensamente.

    Osamu suspirou.

    — Só me lembrei dos anos que passei num desses apartamentos antes de você vir pra cá. Você não tava aqui, mas esse lugar parecia um cemitério.

    — Eu imagino que sim... — Nakahara concordou com cuidado, se preparando para o que viria a seguir.

    — Não, Chuuya. Realmente parecia um cemitério. Às vezes quando eu saia de casa encontrava corpos nas escadas ou no corredor e era obrigado a desviar e pular poças de sangue — ele fez uma pausa, sentando no sofá. — Isso acontecia frequentemente.

    Eram coisas como essa que faziam com que ele o quisesse proteger à todo custo. Tudo o que a Máfia fez está marcado nele, e, de certa forma, Chuuya ficou feliz que ele conseguiu sair, embora essa fosse uma ferida que ainda estava cicatrizando dentro dele.

    — Mas não acontece mais — Chuuya rebateu, reparando que Dazai estava tremendo de frio. — Agora chega de papo furado e tira esse troço encharcado. Você tá molhando meu sofá.

    Não era exatamente desse jeito que ele queria ajudar Osamu, mas se não falasse assim, Dazai começaria com suas piadas ridiculamente infantis, e Nakahara não estava com paciência para lidar com isso.

    Dazai riu e se levantou.

    Lá vem, Chuuya pensou, revirando os olhos.

    — Agora você vai ter secar o sofá. Além do chão que também está molhado — ele observou, com expressão inocente.

    — É, e é tudo culpa sua.

    — Foi você que me convidou, Chibi. Era pra eu estar em casa agora.

    — Não se você tombasse no meio do caminho e morresse na rua.

    — Só vi vantagens nessa perspectiva — Osamu sorriu.

    — Que seja — Chuuya resmungou, embora estivesse novamente preocupado com as afirmações suicidas de Dazai.

    — Residência elegante — Osamu desviou o assunto.

    Nakahara concordou distraidamente com um aceno de cabeça, absolutamente desconfortável e se dando conta do quão estúpido era. Estava praguejando horrores em seus pensamentos, mas voltou sua atenção para Dazai quando ele tossiu audivelmente e tombou no sofá da sala. Chuuya correu ao seu encontro.

    — DAZAI? — ele ajudava Osamu a sentar apropriadamente no sofá, sentindo a umidez de suas vestes na palma das mãos. — Esse negócio tá encharcado, seu idiota!

Dazai, Chuuya: Aqui estamos nós Onde histórias criam vida. Descubra agora