O Amor Não Pode Esperar

Do namoro ao desastre

Sexta-feira FINALMENTE chegou. Desta vez eu não havia acordado tão cedo como antes, mas por sorte, tive tempo o suficiente para me arrumar. Apenas não consegui comer algo antes de sair de casa, mas, assim que entrei no ônibus, Iza me deu uma maçã.

- Valeu pela maçã, como adivinhou que eu não tinha comido nada antes de sair de casa? - Perguntei dando uma mordida na maçã logo em seguida.
- Não adivinhei. Eu apenas tinha duas maçãs na minha bolsa e resolvi te dar uma, mas é mais legal pensar que eu adivinhei.

Nós rimos.

- Conseguiu acordar cedo de novo?
- Sim, mas não tão cedo como antes.
- Seu trabalho de cupida está indo bem? Sabe que se precisar de ajuda eu estou aqui.
- Eu acho que estou fazendo um bom trabalho e por enquanto não estou precisando de ajuda, mas obrigada.

Iza sorriu.

- Seu cabelo está lindo - eu disse dando outra mordida na maçã.
- Obrigada, ontem passei no cabeleireiro.

Eu e Iza conversamos até finalmente chegarmos. Quando descemos do ônibus, avistei Adam encostado na parede ao lado do bebedouro. Ele estava com uma touca preta que parecia ser bem macia. Assim que o avistei, puxei a mão de Iza e fui até ele.

- Adam!
- Oi Ember, como vai?
- Vou muito bem.

Adam percebeu que Iza estava ao meu lado e perguntou:

- Essa é a Izabella, né?
- Sim sou - Respondeu Iza o encarando. - Vocês duas parecem ser muito amigas, estão sempre juntas em todo lugar.
- Sim, nós somos. Nós somos amigas dês do terceiro ano.
- Uau.

Adam mostrou estar realmente surpreso. Nós três passamos o intervalo juntos, e parecia que Adam se deu bem com Iza, e isso era muito bom. Quando deu a hora de ir embora, me despedi de Iza e fui rapidamente me encontrar com Adam.

- Adam, você já entregou o presente? - Eu o perguntei falando bem baixo.
- Ainda não, mas vou entregar hoje.

Assim que ele disse isso, avistamos Madison.

- Tenho que ir, tchau Ember.
- Tchau!

Eu estava tão ansiosa quanto Adam para saber a reação de Madison ao ver a carta que o Adam "fez". Assim que me despedi de Adam, segui o meu caminho. Atravessei a rua e fui até o parque para me encontrar com Thomas, eu queria conhecê-lo melhor, mas eu não queria transformar nossa conversa em um interrogatório.

Naquele dia, não precisei procurar por Thomas que nem ontem, dessa vez ele já estava sentado me esperando. Logo corri até ele e me sentei ao seu lado.

- Ber!
- Oi Thomas! Me desculpa se eu fiz você esperar muito.
- Relaxa, eu estava aqui a pouco tempo.

Parecia que ele sabia exatamente a hora que eu estaria lá.

- Ber, eu preciso te contar uma coisa.

No momento eu me arrepiei. Aquelas palavras não eram coisa boa, o que ele iria dizer? Ele iria dizer que não gosta da nossa amizade ou que não poderíamos ser amigos? Mais de mil pensamentos se passaram na minha cabeça naquele único momento.

- O que é?
- Eu preciso te contar o motivo por eu não ter te encontrado aqui ontem.

Outros mil pensamentos se passaram na minha cabeça. Ele estava escondendo algo de mim? Eu precisava saber o que era antes de surtar totalmente.

- Hm?
- Vou tentar não dar uma aula de Ciências. Minha mãe tem adenocarcinoma pulmonar, esse é um tipo de Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células. Esse tipo de Câncer de pulmão ocorre principalmente em ex-fumantes, como a minha mãe.
- Nossa, eu sinto muito pela sua mãe..... Esse tipo de Câncer é muito grave?
- É bem grave, mas não se preocupe, minha mãe já está em tratamento, por isso tenho que levá-la quase sempre ao hospital.
- Entendi.... Quando ela descobriu que tinha isso?
- Há um ano. Eu não costumo contar para as pessoas sobre isso.
- Por que não?
- Eu me sinto meio desconfortável falando sobre isso com as pessoas.... Mas com você não.

eu sorri.

- A última coisa que eu imaginei que você iria me contar é que sua mãe tem câncer.
- Quais outras coisas você imaginou que poderiam ser?

Engoli seco.

- Nada.

Ele sorriu.

- Me empresta o seu celular?
- O que você vai fazer? - Eu disse o entregando meu celular.
- Vou ligar para meu número só para ter certeza que escrevi certo.

Assim que Thomas ligou para o seu próprio número, o seu celular tocou.

- Parece que dessa vez eu escrevi certo. Vou aproveitar e salvar o seu número no meu celular.
- Por que "dessa vez"?
- Já dei o meu número para muitas pessoas que eu conheci, mas elas nunca ligavam porque eu SEMPRE escrevia o meu número errado.

Nós rimos.

- Thomas.
- Hm?
- Eu queria te conhecer melhor, pode me falar algumas coisas sobre você?
- Claro. Mas, que tipo de coisas?
- Bem..... Suas coisas favoritas, até agora sei apenas a sua música favorita.
- Então qual é?
- Ah..

Ele sorriu.

- Olha, só me fala as coisas que você mais gosta.
- Bom, eu gosto de ouvir música, desenhar, ver filmes e séries....
- Acho que todas as pessoas da terra gostam de fazer isso.

Ele se aproximou de mim.

- O que você quer que eu fale então?

Antes que eu pudesse lhe responder, o seu celular tocou, ele rapidamente atendeu. Assim que desligou a ligação, ele se levantou e disse:

- Ber, eu preciso ir.
- Sua mãe?...
- Sim... Que bom que você já sabe.

Ele se despediu e saiu correndo pelo parque. Thomas mostrava estar muito preocupado com sua mãe, eu realmente esperava que ela se curasse logo.

Assim que Thomas foi embora, fui direto para casa. Estava bem frio, mas não um frio insuportável, um frio bom. Assim que cheguei em casa, lá estava minha mãe, ela me abraçou e beijou minha testa.

- Oi filha... Como está?
- Estou bem, mãe.
- Seu pai precisará de mais uma semana de viajem.
- Tudo bem, eu já estou acostumada com isso - Eu disse subindo as escadas.
- Não vai jantar?
- Não, na verdade eu nunca janto.

Minha mãe fazia absolutamente de tudo para que nós fôssemos mais próximas, mas, por mais que eu amasse minha mãe, eu gostava de ficar sozinha. Assim que entrei em meu quarto, joguei a mochila em um canto, peguei meu celular e pulei na cama. Eu estava muito ansiosa para saber qual foi a reação de Madison ao receber o presente.

Adam havia mandado as mesmas mensagens de sempre, resolvi pergunta-lo sobre Madison. Para a minha grande surpresa, OS DOIS HAVIAM TERMINADO.