Cap 3 - Confie em mim

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Era domingo, estavam voltando de uma boate. Luiza estava meio alta pelo vinho que tomara. Valentina era uma companhia adorável, sabia fazer rir como também sabia ouvir nos momentos certos.

" A regra numero dois: Confie em mim"

"Não disse que não confiava em você, apenas quero saber para onde vou".

"Vai para o céu".

Foi tudo o que ela disse.

Luiza não a questionou mais, apenas recostou o rosto ao vidro do carro e observou a paisagem.

O carro de Valentina diminuiu a velocidade e entrou no estacionamento de um prédio.

"Onde estamos?"

Ela indagou.

"É hora de minha namorada conhecer minha casa".

"Conheço sua casa, e não é essa".

"Esta é minha outra casa". - Ela disse.

"Seria esta a casa onde você leva suas 'namoradas' para encontros nada inocentes? " - perguntou alfinetando-a.

"Não - foi firme - Não costumo namorar Luiza. Minhas conquistas eu prefiro levar a motéis. Este lugar é muito intimo e eu gosto de tratá-lo como meu santuário. Esta casa foi de meus pais. - continuou - Como ambos estão morando nos Estados Unidos agora, ficou para mim. Venho aqui quando quero paz".

Luiza ficou vermelha com a resposta dela.

"E o que estou fazendo aqui?".

"Está me conhecendo. Conhecendo todas as partes que me compõem. Quero que você seja capaz de me traduzir. Entre nós deve prevalecer o máximo da intimidade, Só assim funcionará."

"Valentina eu gostaria de saber o que você preten..."

Mas a frase foi suspensa e esquecida quando ela encostou o dedo indicador em seus lábios.

"Agora chega Luiza, é hora de se calar. Estamos aqui por um bom motivo. Teremos nosso primeiro contato intimo. Queria que as coisas fluíssem, mas você não é nada fácil de lidar".

"Você quer dizer que vamos..."

"Vamos" . - Ela disse "Mas não há necessidade de nomearmos isso, ainda não sabemos qual será o desfecho. Preciso que entenda que há muitas maneiras de se fazer sexo". - Ela disse isso e se dirigiu ao bar da sala servindo-se de Whisky - "Aceita"?
Afirmou, já bastante nervosa.

"Existem linguagens de baixo e alto calão para denominar o ato sexual, o fato é que todas elas o definem bem, dependendo da situação." - Valentina entregou a bebida a ela - "Podemos fazer amor, se o ato for calmo e gentil, podemos transar se ele for sensual,e intenso se for carnal. Sexo romantico, sexo selvagem, não importa. Apenas o denominamos no fim, quando finalmente entendermos o que fizemos. Compreendeu?"

Luiza afirmou. A respiração cada vez mais desregrada com as palavras que ela proferia.

"A primeira coisa que vou fazer é mostrar a você o que eu costumo chamar de ritual de reconhecimento. Irei reconhecer seu corpo, assim como você reconhecerá o meu. Vou explorar você, com minhas mãos, minha boca e minha pele. - Ela dizia cada palavra olhando em seus olhos - E você tentará se libertar de seus pudores e recatos e fará o mesmo em mim".

Luiza continuou parada. Ela se aproximava cada vez mais, Já podia sentir o doce aroma do seu hálito, mas Valentina recuou. Ela não compreendeu, mas logo a viu baixar a luz do quarto.

"Vamos tornar tudo mais interessante Lu. Vamos brincar com os sentidos. O ato sexual tem tudo haver com exploração de sentidos".

Voltou-se para ela, mas antes se deteve em uma escrivaninha pegando algo de dentro. Quando já estava próxima o bastante, mostrou a venda preta que trazia na mão. Luiza recuou dois passos.

"Não". - Valentina disse simplesmente e ela voltou para o lugar.

Valentina prostrou-se em frente dela, com o semblante sério e carregado.

"Esta é sua chance de desistir. - disse com suavidade apesar da dureza em sua face - Se não quiser prosseguir, pare e recue agora. Mais adiante não a deixarei me deter, se persistir nas...aulas...Terá que seguir até o final disto. O que me diz".

A respiração era irregular e pesada.
Sempre imaginara Valentina como uma amante quente e sensual, mas agora que estava diante dela, e conhecia a verdade, soube que ela era muito mais que isso.

A professora - VaLu Onde histórias criam vida. Descubra agora