Cap 27 - Sensações

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Foi com esta certeza que Valentina comprou na joalheria do Resort um solitário de diamantes lindíssimo para ela. Guardaria consigo esperando pelo momento exato de pedir sua mão.

Um momento só delas, onde não tivesse Alexandra, processos e nem problemas.

Sorriu ao imaginá-la de noiva. De branco, subindo no altar do St. Patrick. Ah sim, ela não merecia menos que isto.

E a lua de mel? Bom, faria tudo que estivesse ao seu alcance para a lua de mel ser inesquecível.

Valentina foi desperta de seus pensamentos quando sentiu a mão fina e delicada de Luiza em seu ombro, virando-se para ela com o maior dos sorrisos.

Ela lhe sorriu de volta e ia falar algo, mas não permitiu, simplesmente agarrou-a e apertou contra si durante alguns segundos antes de arrebatá-la num beijo excepcional.

Luiza correspondeu na hora, atando-se a ela como se fossem duas peças de encaixe perfeito.

"Nós devíamos ir, a sessão começa em meia hora" - Luiza disse sorrindo entre o beijo e Valentina sorriu.

"O cinema é há alguns metros daqui, não se preocupe.

As mãos ágeis e bobas de Valentina já passeavam em torno da cintura dela.

"Valentina..."

Ela disse quase sucumbindo, mas não queria mesmo perder o filme, queria fazer este passeio ao lado dela. Sabia que podia parecer idiotice, mas gostava de sonhar com fantasias românticas e fingir de vez em quando que Valentina era mesmo sua namorada.

Tomando forças nisso ela se afastou.

"Pode parar sua fotógrafa folgada e libertina, vamos para o cinema já".

Valentina arqueou a sobrancelha.

"Você fica ainda mais gostosa quando está assim mandona".

Ela sorriu corada e mostrou a língua.

"E você gosta quando eu sou libertina".

Valentina sussurrou na orelha dela quando enlaçou sua cintura e saía com ela do quarto do hotel.

Luiza riu pelo nariz.

"Gosto mesmo".

A noite foi mais que agradável para ambas.

Podia parecer loucura, mas estarem juntas, sempre a despertava sentimentos diferentes, que nunca havia sentido antes.

Agora estavam ali, no cinema que nem estava tão escuro assim, devido ao filme ter muitas explosões e luzes fortes.

Luiza olhava atentamente a tela, onde passava mais uma das dezenas ou centenas cenas do gênero, que falam sobre o armaggedon.

Valentina se remexia, inquieta, que por mais que ela tentasse se concentrar, não conseguia.

Foi numa determinada cena onde apareceu um casal que fora tragado pelos desastres naturais enquanto dormiam abraçados, que acabou lhe tirando dos seus pensamentos.
Luiza virou e sussurrou no seu ouvido, como se quisesse lhe torturar.

"Eu morreria feliz, se morresse fazendo amor com você".

Valentina sorriu enfiando a mão em seus cabelos castanhos bem feitos e virou o rosto para si.

"Posso dizer o mesmo senhorita Campos"

Em seguida a beijou com uma delicadeza revigoradora.

Luiza sentiu-se amolecer quando a língua dela a invadiu daquela forma.

"Lu... O filme... - Valentina sussurrou entre o beijo".

"Uhum... deixa passar"

Luiza não esperou que ela respondesse, simplesmente beijou-a novamente.

Valentina depositou a mão na sua cintura, apertando-a na medida exata. Não conseguiria continuar vendo o filme. Não mesmo. Apenas enlaçou o pescoço dela com as mãos e a beijou avidamente.
Sentia-se como uma adolescente cheia de hormônios mal resolvidos e sabia que Valentina devia se sentir da mesma forma, mas ali, debaixo da boca deliciosa que a atormentava maravilhosamente, ela queria mais que as conjecturas fossem ao inferno.

"Sua boca é tão gostosa..."

Valentina disse quase num sussurro louco.

"Depois eu que sou má..."

Valentina sorriu, e a puxou para junto de si, fazendo uma carícia leve em seu braço.

Luiza lhe imitava os movimentos, deixando que suas mãos contornassem o corpo bem definido dela.

Valentina a amava, Luiza a amava, não conseguiam se declarar e por isso não conseguiam chegar a um consenso sobre a magnitude daquelas sensações, não eram só carícias, não era só luxuria, por isso era tão intenso, só faltava que descobrissem.

Luiza afastou-se um pouco e parou para observá-la. Era linda, magnífica.
O brilho dos olhos era tão carinhoso quanto sedutor. Luiza sentiu a tensão tão familiar percorrer seu corpo e retesou aninhando-se em seus braços novamente.

"Lu...Eu..."

Ela entendia o que Valentina queria dizer.

"Também não sei explicar Valentina, também não sei, mas é fantástico não é?"

Ela apenas sorriu.

"Não preciso de explicações". - Luiza disse entre os braços dela.

Valentina fechou os olhos, aproveitando o máximo que aquele momento pôde lhe proporcionar. Teriam que sair dali em alguns minutos, mas Luiza, ela tinha certeza, não sairia mais de sua vida. Não mesmo.

A professora - VaLu Onde histórias criam vida. Descubra agora