Cap 32 - Receios

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Orgulho ou amor?

Boa leitura!
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O grupo Barcelos era um dos maiores grupos de advocacia do mundo. Estavam habilitando um empresarial de luxo em Londres e contratando jovens advogados promissores.

Luiza almejava ser parte deste grupo.

Por isso, e só por isso iria aquela festa. Sorriria para as câmeras e fingiria estar tudo bem. O fundador do Grupo era uma lenda. Conseguira firmar-se como um dos maiores nomes do direito com apenas 36 anos e era reconhecido por ser um homem inteiramente da lei. Implacável dentro e fora dos tribunais.

Mas Sr Barcelos não compareceria a festa de sua empresa. Sua esposa estava prestes a dar a luz e sua reputação como pai de família era ainda maior do que a de Advogado. Em seu lugar estava o irreverente e igualmente brilhante Ricardo Barcelos, seu irmão mais novo. Este seguia os passos do irmão e estava indo muito bem. Ricardo estava liderando as contratações do grupo e como estaria pessoalmente no baile, seria uma chance e tanto para Luiza.
Ela passeava pelo salão no meio de pessoas importantíssimas. Deveria estar empolgada. Em menos de meia hora, seu chefe Orlando Pires, já a tinha apresentado aos maiores figurões da Advocacia mundial, entre eles o próprio Ricardo Barcelos, que garantiu estar impressionado com o talento dela e prometeu levar seu nome até o irmão, afim de contratá-la.

Luiza praticamente garantira o contrato que mudaria sua vida, seu nome e sua carreira, mas isto não estava importando. A verdade é que não conseguia tirar Valentina da cabeça. Sempre que se lembrava dela seu coração acelerava. Era impossível esquecer tudo o que havia desfrutado em sua companhia. Com Valentina conhecera o real significado da palavra prazer.
Aprendeu tudo sobre o próprio corpo e como alimentá-lo. Neste instante baixou a cabeça lembrando-se do dia em que se tocara ao telefone e em como Valentina a fizera repetir os movimentos na sua frente numa das vezes em que fizeram amor. Não havia limites com ela. Tudo era extremo.

As mãos de Valentina a levavam a loucura, os beijos dela tiravam sua sanidade. Ela estava desesperada. Desesperada de paixão, de desejo, de saudade, de amor.

Chegara várias vezes a quase desistir do orgulho e perdoá-la. Aceitá-la do jeito que fosse, com ou sem amantes. Mas seus princípios não aceitavam tal humilhação. Mas de qualquer forma ela estava dilacerada.

A taça de champagne nas mãos estava intocada. Tudo fazia lembrar aquela maldita Fotógrafa e sua arte de amar. Lembrou-se do cassino e do champagne enquanto ela sugava cada ponto sensível do seu corpo.
Seu estomago se revirou com uma pontada de cólica. Maldita TPM!

Luiza quase derrubou a taça de champagne quando sentiu uma mão em seu ombro. Virou-se rapidamente para dar de cara com Alexandra.

- Está linda - ela disse sem lhe dar chance de dizer qualquer coisa.

Ela suspirou e agradeceu baixo.

- Gostaria de dançar comigo Lu?

Se tudo isto estivesse acontecendo três meses antes, sim ela adoraria. Alexandra estava muito bonita em seu vestido italiano. Mas agora ela não sentia a menor vontade de ficar perto dela.

Seu estomago revirou em uma cólica violenta e ela sentiu um bolo ser formado em sua garganta. Não bebera, mas sentia-se enjoada. O perfume Francês que Alexandra usava era totalmente detestável as suas narinas.

Luiza nunca imaginou que uma dança pudesse durar tanto tempo. Tudo o que queria era soltar-se daquela mulher e ir embora para casa chorar sua dor sozinha.
Maldita Valentina que não saía da sua cabeça nem do seu coração.

Podia ouvir a voz rouca e sarcástica, podia sentir seu cheiro. Era como se ela estivesse ali, bem perto dela. Estava definitivamente ficando louca.

- Preciso ir ao banheiro. - Luiza disse desvencilhando-se dos braços de Alexandra caminhando em direção a área externa da casa. Onde podia-se ter uma bela visão da cidade. Ela não iria ao banheiro, só precisava de uma desculpa para sair daquele salão e poder respirar um pouco.

- Oi...- Uma voz conhecida soou atrás de si.

A voz rouca de Valentina realmente ecoara naquele momento. De maneira seca e receosa, mas era ela.
Vestida num imponente vestido preto, feito sobre medida, moldado perfeitamente com o corpo generoso que ela tinha. Os cabelos castanhos tinham um tom mais escuro, pois estavam molhados e bem penteados.
Perfeição, era a palavra que ela usaria para a imagem que viu. Se não estivesse tonta demais com a situação.

Sem chamar a atenção, Luiza lhe encarara nos olhos e sem dizer uma palavra, fez menção de sair quando Valentina a segurou pelo braço. Estava atordoada demais para se soltar.

- Sei que sou a última pessoa que quer ver agora, mas podemos conversar por 2 minutos? Por favor... - Valentina dizia com um olhar de súplica.

Naquele 1 mês e meio ela conhecera várias faces de Valentina Albuquerque mas nenhuma delas fora o que encontrara na sua frente naquele momento. Ela parecia insegura, receosa e arriscaria dizer até com um certo medo. Bem diferente da mulher segura e cheia de si que havia conhecido.

Valentina aproximou-se mais e ela sentiu as pernas fraquejarem sob o olhar lascivo que ela tinha.

- Creio que não temos mais nada para conversar Srta Albuquerque. - Luiza declarou fria, soltando-se dela a contragosto.

- Se quiser ir eu não vou te impedir Luiza. Mas eu não consigo mais continuar assim. Então se você sente qualquer coisa por mim converse comigo por dois minutos. - Valentina disse com impaciência.

- E o que você tem pra me dizer Valentina? Que não teve nada com aquela mulher? Que não sabe de onde ela tirou seu número mesmo eu tendo encontrado vocês conversando no vôo? É isso que tem...

Luiza não terminou a frase, pois neste momento observou a Russa diminuindo a distância entre elas, encarando-a antes de dizer.

- Eu amo você.

A professora - VaLu Onde histórias criam vida. Descubra agora