"Lu ouça... Sei que você está... Brava... - ela a olhou feio - Mas eu não quero continuar nesse clima com você. Vem comigo, a gente se hospeda juntas, assim ninguém precisa saber de nada e lá no quarto conversamos"."Se eu entrar naquele quarto com você, nós não iremos conversar Valentina".
Ela sorriu.
"Prometo que não faremos nada até que tenha dito tudo o que quer".
Luiza a olhou desconfiada.
"Promete?"
"Sim, prometo".
"Ok então".
"Longe demais, Valentina Albuquerque!" - Ela sibilou no momento em que Valentina fechou a porta do quarto atrás de si. Estavam sozinhas, era seguro discutir agora"
"Lu..." - Valentina tentou apaziguar, se aproximando.
"Não! Não se aproxime! Você prometeu!" - Valentina bufou, tomando distância. "Você não liga, não é?! Aliás, é bem pior que isso, você não cumpriu nem mesmo com o que se comprometeu a fazer! Você tem noção que poderia me expor ao ridículo?Meus companheiros de trabalho, estavam naquele avião. Era uma viagem de trabalho! Pra você dar em cima da aeromoça comigo do lado!" - Ela estalou os dedos, Valentina se encolheu - "Será que isso não passou pela sua cabeça?"
Pra falar a verdade, não passara. Ela tinha alguma idéia de que Luiza estava brava, mas certamente não estava esperando uma explosão tão grande. Valentina se recostou à penteadeira enquanto ela andava de um lado para o outro em cima do tapete.
"Mas, não! Pra você é tudo um tipo de brincadeira! Você nem se importou com essa droga de contrato, muito menos com a vergonha que me faria passar! Tudo o que lhe importava naquele momento era me dar um maldito "troco", não era?! Só sua vingança era importante. Você pensa que um relacionamento é só sexo, mas esta é uma lição que você tem que aprender, professora! Não é!"
"Lu..." - Valentina tentou intervir, ela estava conseguindo controlar o volume de sua voz, mas não o nível de suas palavras, estava começando a se exaltar e não queria vê-la assim.
"É companheirismo, é cooperação e acima de tudo, respeito! E você não demonstrou respeito nenhum por mim nem nas possíveis conseqüências!"
"Olhos lindos..." - Valentina tentou outra abordagem, aproximando-se, mas ela estava incontrolável.
"Valentina, francamente!"
"Luiza, chega! Agora é a minha vez de falar!" - se aproximou outra vez, de supetão, fazendo Luiza tropeçar nas palavras e no caminhar apressado - "Primeiro de tudo, eu nunca descumpri nosso acordo. E em segundo lugar eu não estava flertando com ninguém!"
"Claro que não " - Luiza disse com deboche.
"Você está sendo grossa comigo há horas e tudo por algo que acha que aconteceu" - deu outro passo em sua direção, Luiza tentou recuar, mas se viu presa entre ela e a mobília do quarto - " Você dormiu na poltrona do avião e minutos depois a aeromoça pediu que eu a acompanhasse pois Otávio precisava falar comigo a respeito de trabalho. Quando encerramos a conversa, enchi o copo com o whisky dele e procurei a copa para buscar gelo. Foi quando você chegou e sub entendeu que eu estava de flertes com a mulher, por causa das suas provocações. Quando na realidade só está brava porque está com ciúmes" - Valentina se impôs contra ela, Luiza vacilou.
Elas se encararam novamente, aquela pequena palavra pairava entre elas, Luiza sentiu o coração aquecer, apertar e encolher. De repente, pegou-se desejando que ela tivesse dito com verdadeira sinceridade que nada havia acontecido.
Valentina se viu refletindo porque ela ficara tão brava quando a viu com a aeromoça. Será que estava realmente com ciúmes dela ou seria apenas por causa da equipe de trabalho e a ex insuportável que estava no local?
Aquela mulher era a coisa mais complicada que já lhe tinha atravessado a vida. Como podia estar tão furiosa e sexy ao mesmo tempo? Bom ela não sabia, mas naquele momento não havia nada que quisesse mais que não fosse Luiza, sua Luiza.
Se aproximou mais e a abraçou pela cintura.
"Tem muitas coisas que eu preciso aprender sobre relacionamentos olhos lindos, mas eu jamais trairia você e realmente não tenho o menor interesse naquela mulher.
Luiza a olhava, tentando capturar com rapidez o significado de cada uma daquelas palavras.
"Você está errada quando diz que isto é um jogo. Não é, não pra mim. Nunca foi."
Estava a centímetros do rosto dela e seu hálito estava conseguindo ser as vezes afrodisíaco. Ela ficaria maluca. Valentina tinha este poder sobre ela, não importava em que situação se encontrassem, ela poderia facilmente invadir sua alma com aqueles verdes intensos e ela ficaria extasiada.
Valentina encarou a mulher a sua frente. Há muito vinha pensando no fato de sentir-se tão diferente com ela. Sempre se considerou uma mulher com um apetite sexual aguçado, mas não era a mesma coisa. Luiza era um vicio. Um vício que precisava saciar o tempo inteiro. Ela estava na sua cabeça 24 horas por dia e não tinha haver só com o desejo que sentia por ela. Tinha haver com o que ela havia dito antes. Carinho. Respeito.
Deus sabe que ela queria mais do que sexo com ela, queria cuidar, queria ouví-la quando ela precisasse, queria fazê-la sorrir. Tudo havia começado como um jogo, para as duas, mas ela havia se apaixonado e daria tudo para que ela acabasse com aquela história idiota de contrato de dois meses e ficasse com ela para o resto da vida.
Queria pedí-la em casamento e lhe dizer que desejava muitos filhos. Mas não o faria, pelo menos não agora. Não tinha certeza dos sentimentos de Luiza, ela a desejava sim, mas desejo e amor não tem o mesmo significado.Esperaria até que aquela história maluca se findasse naquele mês e então ela acabaria com aquela farsa, isto lhe daria tempo para descobrir mais sobre ela e também para preparar o que tinha em mente. Uma coisa Valentina tinha certeza, não cometeria o mesmo erro de Alexandra deixando-a escapar.
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A professora - VaLu
FanfictionLuiza Campos tem uma grave desilusão amorosa com sua noiva Alexandra. A mulher diz ao terminar o noivado, que ela não sabe satisfazer uma mulher na cama. Arrasada, decide que ao invés de encolher-se na sua dor, vai aprender a como enlouquecer uma pe...