Depois de dois anos KKKKKKKKKK, cap fresquinho pra vocês e cheio de coisa boiola <3.
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O caminho de volta para casa foi silencioso, mas apenas da minha parte, Winn não calava a boca com Sam, mas uma voz no meio de tantas era insuportável de escutar.
Chris.
Sinto alguém me cutucar e olho para o lado, vendo Lena me olhar de forma preocupada. Ela balbucia um "tá tudo bem?" e eu apenas confirmo com a cabeça antes de voltar a olhar para a janela. Talvez a minha atitude fosse infantil para alguns, mas eu precisava respeitar o que sinto.
[...]
Quando chegamos, tratei de tomar um banho longo e saí do banheiro do meu quarto com apenas o meu celular em mãos. Ele tocava party monster do the weeknd e, de alguma forma, aquela música estava me animando. Deitei na cama e até pensei em passar um tempinho jogando um jogo aleatório do meu celular, mas fui interrompida com as batidas na porta e uma voz baixa.
"Posso entrar?"
Meu coração disparou no mesmo instante, era Lena.
— Pode! — Soltei um pouco alto para que ela escutasse e em segundos a garota já estava dentro do meu quarto. Ela fechou a porta atrás de si e encostou as suas costas na mesma. Todos os seus movimentos eram captados pelos meus olhos e talvez ela tenha percebido isso, já que suas bochechas estavam mais rosadas que o normal. — Bom.. quer algo?
Pergunto simples para tentar acabar com o silêncio instalado.
— Cheiro bom. — Ela fala assim que desencosta da porta e vem andando até a minha cama, engoli seco e encostei as minhas costas na cabeceira. — Você mentiu mais cedo.
— Quando? — Pergunto cínica e ela senta na ponta, ainda com os olhos em mim.
— Você sabe quando, você ficou estranha quando fomos embora da praia.
— Não fiquei estranha. — Menti descaradamente e ela suspirou, chegando mais perto ainda.
— Realmente quer mentir pra mim? — Ela tomba a cabeça levemente para o lado e eu não respondo, apenas continuo observando os traços do seu rosto. — Você é um enigma, Danvers. — Acabei franzindo as minhas sobrancelhas levemente com a sua fala e quebrei o meu próprio silêncio.
— Por que diz isso?
— Uma hora você é distante, tanto física quanto mentalmente. Outrora você é tão presente que não vejo necessidade de fazer isso. — Ela aponta para nós e eu continuo sem entender o que ela queria dizer com aquilo. — Por que está distante? — Ela leva uma de suas mãos para o meu rosto, onde tirou uma mecha molhada do meu rosto.
— Não estou distante, talvez eu esteja onde sempre deveria ter permanecido. — No mesmo instante em que falei, a garota abaixou os olhos e suspirou novamente.
— Quer dizer que quer estar longe de mim? — Sua voz parecia diferente. Triste.
Não respondi a sua pergunta porque não sabia o que dizer, dependendo da minha resposta eu iria me declarar e isso estava fora de cogitação. Percebendo a minha demora, a garota afastou seu corpo do meu e se levantou, coisa que fez o meu corpo se desesperar.
— Onde vai? — Pergunto no mesmo instante e o corpo dela trava.
— Sua ausência de resposta continua sendo uma resposta, Kara, e não foi a que eu queria escutar.
— Qual você queria escutar? — Ela gira o corpo novamente e eu aperto levemente a minha mão. Eu estava nervosa.
— Isso realmente importa? — Ela rebate e eu mordo o meu lábio inferior em uma dúvida infernal se falaria aquilo ou não.
A cara, Foda-se.
— Esse é o problema, Lena, eu nunca quis estar longe de você. — Abaixo o meu olhar para o chão do quarto e apenas escuto os seus passos se tornarem próximos novamente.
— Kara, olha pra mim. — Mesmo relutante, meus olhos se encontraram com os seus e um tsunami resolveu marcar presença em meu estômago. — Pare de mentir, você acaba perdendo oportunidades comigo.
— Oportunidades? — Pergunto confusa e ela confirma com a cabeça.
— Seja você mesma comigo, se expresse sem medo de machucar alguém. Diga o que você quer, Kara, não o que é certo. — Ela enfatiza todos os "vocês" e aquilo foi quase como um soco, vivi a minha vida inteira segurando cordas de espinhos para não machucar as pessoas. — Talvez eu não goste do certo.
Ela solta a última parte baixo e eu sinto a minha respiração começar a acelerar lentamente, ter Lena perto era sinônimo de insanidade, de coragem.
— Não sei se estamos falando do mesmo certo. — E realmente não sabia, vai que a garota estava falando de outra coisa.
— O que você acha certo? — Ela pergunta curiosa e eu desço os meus olhos para os seus lábios entreabertos, rosados e extremamente convidativos. No mesmo instante que a garota percebeu o meu olhar, ela mordeu o seu lábio inferior levemente e eu suspirei baixo.
Porra.
— Talvez seja mais certo perguntar se o que eu quero é tão errado assim.. — Falo baixo e ela levanta uma de suas sobrancelhas.
— Talvez devesse parar de apenas querer e tornar seus desejos realidade. — Tranquei o meu maxilar com a fala da garota e em um misto de coragem, desencostei as minhas costas da cama e aproximei o meu corpo do seu. Apoiei a minha mão direita em uma de suas coxas e senti sua mão esquerda segurar a mesma, ela ajeitou o seu corpo e foi com a outra mão para o meu ombro, onde me puxou para perto.
O silêncio entre nós era ensurdecedor, eu apenas escutava os meus instintos e todos eles me jogavam em direção aos lábios de Lena. O único problema começou quando a sua mão que estava em meu ombro foi para o meio do meu tórax, limitando a minha aproximação.
E o motivo? Simples, a porra do meu celular vibrando entre nós.
— Veja o que é. — Ela diz baixo e eu acabo voltando para a realidade, mesmo amaldiçoando eternamente o aparelho.
— O-ok. — Afasto o meu corpo levemente do da garota e puxo o meu celular, vendo que eram quatro mensagens de Alex.
Sapatão da Sam:
— Kara?
— Vi Lena entrar aí já tem um tempo, estão transando?
— Vou empatar a foda mesmo, tô com fome.
— Não tô escutando gemidos, vocês são mudas?Reviro os olhos fortemente quando vejo o motivo que atrapalhou o meu então momento com Lena e jogo o celular para o canto, sendo acompanhada pelo olhar atento da garota.
— Algum problema? — Ela pergunta preocupada e eu apenas nego com a cabeça.
— Alex me perturbando, acredita? — Lena acaba rindo.
— Sério que foi isso que nos atrapalhou? — Ela pergunta incrédula e eu coro fortemente. — Kara, você está corando? Eu não acredito nisso.
— Lena! — Esbravejo sentindo as minhas bochechas queimarem e ela gargalha. — Não tem graça. — Resmungo e vejo a garota se levantar.
— Tem sim, você não sabe o quanto. — Ela ajeita a própria roupa e volta os olhos em minha direção. — Irei tomar banho também, estou com calor. — Ela pisca apenas um dos olhos e vai andando até a porta, andando entre aspas porque Lena parecia estar rebolando e seria um pecado perder a oportunidade de olhar os planetas que a garota chamava de bunda. — Mais tarde nos vemos.
Ela diz antes de abrir a porta e sair do quarto, me deixando com uma cara de taxo enorme e um incômodo em meu estômago.
Eu vou matar Alex Danvers.
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My Dear Other Half | supercorp
Romans"Os gregos antigos acreditavam que antes tínhamos quatro braços e pernas e uma só cabeça com duas caras. Éramos felizes. Completos. Tão completos que os deuses, temendo que não precisássemos de devoção, nos partiram em dois. Deixaram-nos vagando pel...