Edward chegou à casa da família Wood ainda pela manhã, queria logo formalizar o pedido para em seguida requerer a licença especial para o casamento, sabia que não haveriam impedimentos, ser um duque afinal tinha suas vantagens. Entregar a Clara o anel de noivado e em seguida assinar o contrato de casamento era o único empecilho para ter de fato Clara como sua e talvez aí respirar novamente. Sabia que seu medo era irracional, ela não o negaria, não haviam motivos para tanto.
Assim que abriu os olhos pela manhã Clara sentiu o peso de seus ombros, estava exausta pela noite não dormida e ansiosa pelo que logo aconteceria naquele dia.
Sua criada parecia saber o que aconteceria, já que, naquela manhã, separou o mais belo vestido diurno que tinha, um dos poucos que ainda não estava com a barra um pouco desgastada por suas caminhadas, e seus cabelos foram perfeitamente arrumados no mais elaborado dos penteados. Quando desceu a mesa de café já estava posta e nela Edward e seu pai já conversavam.
Assim que cruzou a porta Clara roubou para si a completa atenção de Edward, ele nunca saberia o final da frase de lorde Wood, mas tão pouco se importava, ali estava o objeto de seus desejos e a dona de todos os seus pensamentos. Ele se levantou e foi em sua direção, logo tomou sua mão e a levando até os lábios, em um cumprimento, a beijando ali.
— Lady Clara, bom dia! Espero que tenha dormido bem!
— Não preguei os olhos nem por um segundo sequer vossa graça.
— É bom saber que compartilhamos da mesma ansiedade.
Lorde Wood se levantou e convidando Edward para seu escritório saiu dali.
— Lhe farei um pedido quando retornar lady Clara, e rogo para que sua resposta seja positiva! — Ele mais uma vez beijou sua mão, e aproveitando que lorde Wood havia saído em um movimento rápido olhou para os lados e em seguida colou os lábios ao dela em um beijo rápido e estalado, deixando Clara com um sorriso amplo no rosto e a criada que a acompanhava em choque por aquela ousadia.
Edward e lorde Wood ficaram alguns minutos no escritório de seu pai a portas fechadas enquanto Clara caminhava na sala de um lado para o outro. O leque em sua mão não aliviava a falta de ar, o peso em sentia em seu peito. O soar das batidas do relógio não sincronizavam com as batidas de seu coração descompassado.
Foi assim que Edward a encontrou, de pé no centro da sala agitando freneticamente o leque que segurava mas que foi ao chão quando ela se virou e seus olhos se fixaram nele.
Edward caminhou até ela, se ajoelhou a sua frente, pegou o leque a pouco perdido e a entregou, mas antes que Clara o recolhesse ele segurou sua mão.
— Ah Deus! — Exclamou ela trancando a respiração em seguida.
— Lady Clara Wood, me daria a honra de se casar comigo, de ser minha duquesa?
Edward lhe estendeu um anel e aguardou a resposta tendo o coração na garganta.
Clara não respirava, sentiu aos poucos uma névoa se formar sobre seus olhos e os joelhos, antes fortes, tremerem em uma súbita fraqueza. Se lhe dissessem que desmaiaria durante um pedido de casamento como uma frágil e inocente jovem certaria lhes chamaria de loucos, mas naquele instante se sentia bem perto de um momento assim. Antes que seu corpo de fato cedesse ela tomou o ar que lhe faltava e pode enfim responder.
— Não! — Com o rosto sério Clara balançou a cabeça de um lado para o outro, dando ênfase a sua negativa. Uma única e simples palavra mas que causou uma explosão no peito de ambos, uma verdadeira catarse de sentimentos. Mas ela não conseguiu manter a seriedade de seu rosto por muito tempo, logo alargou seu sorriso e iluminou seu rosto. — Não poderia me negar algo assim, aceito seu pedido vossa graça, aceito ser sua duquesa e espero ser um desafio a altura!
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Pelo amor da minha duquesa
RomanceQuando Edward Christopher Kilmar, Duque de Cambridge, decidiu se casar não buscava, tampouco esperava encontrar um grande amor, tudo o que queria era cumprir mais uma das tantas regras que a alta sociedade lhe impunha, porém, toda sua aversão a cont...