I'm forgiving what I've done

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Depois de quatro meses afastada, aqui estou eu com mais um ep.
Desculpem mesmo esse meu sumiço, mas os últimos meses foram bem intensos para mim. Bem, estou de volta e prometo ser mais frequente, certo? Boa leitura, pessoal




— Mas e aí, Amy ? Me conta como foi a conversa no sábado? Zayn não fez nenhuma grosseria com você? Meu Deus do céu, esse menino tá terrível! Misericórdia.– Doniya foi logo iniciando a conversa, assim que pegaram os cafés e se acomodaram num canto da cafeteria da Universidade.

Amy sabia muito bem que as coisas não eram assim tão simples, uma mera birra ou grosseria, mas não queria bater de frente com a melhor amiga, estava justamente para ajudar ela também.

— Até que não, franguinha! No começo, realmente queria me testar, mas consegui dobrar ele. Depois que percebeu que eu não estava ali para julgar ou falar na cabeça dele, se soltou mais, eu ri horrores dos gráficos mal feitos do jogo, jogamos e conversamos fiado. Quase como antes, diria, até reagiu aos meus stories. E como passou desde então? Como estão  as coisas na sua casa?

— Ah, legal.– Doniya respondeu levantando a sobrancelha e brincando com a colherzinha perto dela. Bem seca e debochada, diga-se de passagem– Nem parece que falamos da mesma pessoa, já que continua o mesmo clima pesado de antes. Te dizer a verdade, voltar pra casa é a pior parte do meu dia, já não aguento mais estar ali e se a minha mãe, meu pai e a Safaa não precisassem tanto de mim, te juro que tentaria uma vaga na moradia estudantil, porque eu estou odiando cada coisa que tenho que lidar.

— Eu te entendo, gatinha. Dá pra ver como você está. Como tem sido difícil o horário de ir embora, não é? — Amy conseguia compreender a sua melhor amiga, a garota tinha motivos reais para se sentir daquela forma.

— Tipo isso, amore. Mas ao mesmo tempo, sei lá, eu devo parecer uma pessoa terrível, não? Por agir assim e parecer tão "rebelde sem causa". Já tenho idade suficiente para não agir assim, mas…– Doniya já não conseguiu manter a pose ao falar.

— Claro que não, miga. É legítimo esse sentimento de desconforto, dúvida, de também querer a presença dos seus pais. E se for medo de julgamento, relaxa. Eu jamais apontaria dedo para você, muito pelo contrário.

— Muito obrigada, Amy. Valeu por isso. Só tô confusa demais. Como isso foi acontecer? Logo com a gente! Ah, quer saber, por mais que eu tenha 18 anos na cara, eu gostaria sim que meus pais estivessem lá para mim e a Safaa , ainda que eu saiba que estão fazendo o melhor deles e contam comigo nisso. Mas dói tanto chegar em casa e não encontrar ninguém 

Falando na pequena, tenho uma certa pontinha de inveja da maturidade e compreensão que eu não consigo ter.

Sei que não é tão simples, mas nossos pais se importam tanto com a gente, gostam tanto, se dedicam e ele vai lá e faz um negócio desse?

— Oh, miga. Sei como é, mas infelizmente não é tão fácil e óbvio. Vai muito além de uma mera escolha, entende? Depressão é uma doença. — Amy deu o seu melhor para explicar para a amiga a gravidade da situação.

— Eu sei…ou ao menos acho que sei, né? Não é algo que surge da noite para o dia. Não é como se ele tivesse sem nada pra fazer e pensado:"tô de bobeira aqui e vou tentar me matar". Eu devo parecer insensível, não?

— De onde você tirou essa ideia, Doniya? Ficou maluca?- Amy tentou ser "animada".

— É que desde então, eu mal troquei palavra ou olhei para o Zayn… tipo, só ignorei o fato que ele ainda está aqui. Claro, no começo eu realmente senti raiva. Só que agora é diferente, Amy.

— Diferente como? 

— Eu nem sei o que falar ou como falar com ele. E o mais doloroso é isso, mesmo estando perto, tá tão longe ao mesmo tempo, e sinto tanta falta da pessoa que costumava ser. Machuca tanto ver ele assim.

Em cada cicatriz,uma história.Em cada história,uma canção Onde histórias criam vida. Descubra agora