𝖲𝖾𝗍𝖾

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[P.O.V Autora]

Felix andava cansado pela grama vívida e cheirosa do Reino das Fadas, normalmente, ele iria voando para chegar mais rápido ao palácio da mestra, vulgo seu lar doce lar, porém, desde que tinha passado pelo portal, suas energias iam acabando. Sentia cada pedacinho de magia de seu corpo sumindo e o enfraquecendo. Lee não via nenhuma fada por perto, óbvio, estava longe do que seria a capital. Andou tanto que nem ligou em contar os minutos, até que finalmente avistou a entrada do palácio, tomando um último suspiro para pedir ajuda para dois guardas que estavam na entrada. 

Os guardas rapidamente o pegaram pelos braços e levaram o menino desacordado para dentro do palácio. Quando algumas fadas ao redor viram Felix, quase engasgaram com o nada, juravam que a futura Fada Mestra estava morta, e cá estava ele, vivo, porém à beira da morte. Quando o Lee chegou na sala de sua mãe, vulgo a atual Fada Mestre, ela quase teve um ataque, seu pai, olhou surpreso e logo correu para pegar o filho dos guardas, o levando para uma espécie de maca de madeira com um caule da árvore que rodeava o palácio pendendo em cima de Felix.

─ Felix, querido, abra os olhos, por favor. ─ A mãe acariciava o rosto do garoto de cabelos loiros, Felix precisava estar acordado. ─

─ Mãe, pai... Pensei que não veria mais vocês... ─ Falou baixo, sorrindo minímo. ─

─ É tão bom saber que está vivo filho. ─ O pai depositou a mão em sua testa. ─ O que aconteceu com você?

─ Eu quebrei a asa. ─ Os pais empalideceram. ─

─ Você terá que nos contar essa história depois, no momento, precisamos cuidar de você agora.

Enquanto o pai segurava a mão do primogênito, a mãe corria até o caule da árvore que ainda tinha o galho pendendo á cima da cabeça do Lee. A Fada Mestre usou uma de suas mágias ao tocar no símbolo de sol na árvores, acendendo a marca e fazendo todo o caule brilhar. Uma pequena gota dourada se formou na ponta do caule, rapidamente o pai abriu a boca do Lee e a gota de Cura Mágica desceu sua garganta. Segundos depois, Felix sentiu um choque percorrer seu corpo, qualquer parte da asa que ainda estivesse danificada foi renovada, todas as dores do corpo sumiram e aos poucos a magia voltava á correr por suas veias. 

─ Filho, como está? ─ A mãe voltou para o lado do pai e esperou ansiosa pelas palavras do recém-curado. ─

─ Não sinto qualquer dor, me sinto renovado. Obrigado mãe, pai.

─ Fizemos o mínimo. ─ O pai sorriu. ─ Agora nos conte, por onde esteve todo este tempo? E como... Quebrou a asa?

─ Eu estava voando com alguns amigos e guardas pelo mundo humano, queríamos dar uma olhada nos animais por lá. Uma coisa brilhante me atingiu, eu cai de uma altitude muito alta e... ─ Felix parou para tentar lembrar dos detalhes e se sentou rapidamente. ─ Um humano!

─ O que? Um humano te feriu?! ─ A mãe alterou a voz. ─

─ Não, mãe! Um humano me salvou! Ele me achou caído e cuidou de mim até onde pode. Ele me trouxe até o portal quando viu que eu estava muito ruim... ─ Os pais lhe olharam como se dissesse a maior loucura de todas. ─

─ Filho, vamos até seu quarto.

O pai os conduziu até os aposentos do filho. O quarto da fada estava igual quando tinha saído, pilhas de livros nas prateleiras, pequenas luzes roxas pelo quarto, um quadro cheio de fotos tiradas por si e, numa caixinha em baixo da cama grande, um diário bem decorado era guardado ali. Felix ficou no meio do quarto, encarando os pais com alguma esperança.

─ Mãe, pai... Eu amo vocês, estava morrendo de saudade do meu lar e de vocês, mas... Eu não posso ficar, eu preciso sair do Reino das Fadas. Aquele humano... Tinha algo especial, ele não era de todo mal, foi gentil comigo e muito carinhoso... Eu acho que me apaixonei por ele. Por isso quero viver no mundo dos humanos.

Os pais recuaram com a fala do Lee menor, olhavam para o primogênito como se estivesse perdido o juízo. Viver com humanos? Naquele mundo cruel e mortal para seres místicos? E ainda por cima se envolver com um "deles"? Tanto desgosto para os pais em tão pouco tempo.

─ Fizeram lavagem cerebral em você, meu querido... ─ A mãe apontou enquanto se afastava junto com o pai. ─ Não se preocupe, okay? Amanhã de manhã, chamarei a melhor curandeira para resolver este seu problema...

─ Mãe, eu não estou doente! Tudo que lhe contei é verdade, nem todos os humanos são monstros.

─ Oh céus, está pior do que eu pensava. Chamarei a curandeira o quanto antes!

Antes mesmo que Felix pudesse ter alguma reação, seus pais saíram correndo do quarto e o deixaram ali, batendo com força na porta para sair. Seus pais precisavam entender, ele não estava louco ou doente, queria fazer isto por amor. Queria viver com os humanos por um único e específico humano: Hwang Hyunjin. Por aquele ser tão afetuoso que cuidou de si, faria de tudo, até mesmo suportar as maldades humanas.

─ Me tirem daqui! Mamãe, papai! Por favor, me ouçam! ─ Felix chorava, não esperava tal reação dos pais. ─ 

─ Aqui é o Guarda 187, perdão senhor Lee, mas não podemos tirar você até segundas ordens da Fada Mestra.

Lee se deu por vencido. Teria que aceitar por hora o que estava lhe sendo imposto, porém não descansaria a mente. Após a Cura Mágica, se sentia energético, pronto para bolar um plano de fuga perfeito, e era isso que iria fazer. Iria fazer de tudo, até ir contra seus princípios.

Continua…

Fairy | HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora