A máfia escura tinha acabado, Gwi estava morto e Ken havia deixado as terras onde a mesma existia para trás, os boatos sobre o fogo que se alastrou e consumiu todo lugar se espalhou rapidamente e sumiu ao longo dos meses que se passaram, com o tempo a figura do Gwi havia sido esquecida assim como sua existência, algumas poucas pessoas que comentavam sobre o assunto, falavam que Vegas era o responsável por aquele ato, entretanto ninguém parecia disposto a questioná-lo diretamente. Pete voltou a trabalhar na conveniência assim que soube da morte de Gwi, mas manteve-se morando junto do Theerapanyakul já que agora eram namorados, Boun retornou para sua mansão e aos poucos tinha se habituado ao seu novo estilo de vida, Macau também retornou a sua casa após uma pequena festa de despedida, aos poucos tudo voltou e ao seu devido lugar. A relação entre ômega e alfa estava cada vez melhor, Vegas permanecia feliz apenas com o fato de ter Pete ao seu lado todos os dias, Venice também começou a chamá-lo de pai com o tempo, o que rendeu uma bela choradeira da parte do ômega que adotou a criança como seu filhote, Pete tinha aceitado o fato que Vegas era seu destino e que o seu lugar agora era ali junto de sua mais nova família.
Quase dois anos depois, Porschay anunciou seu casamento através de um bilhete enviado a Porsche, o mesma havia conhecido o irmão mais novo do marido de seu irmão, - Kim era muito reservado, poucas pessoa chegaram a ver seu rosto, ou saber de sua existência - começou a namorar, depois de se estabelecerem, decidiram tornar o relacionamento em algo mais sério. A família Theerapanyakul moveu-se em direção ao território de Kuea Keerati para celebrarem junto o casamento de Porschay e Kim, Boun fez questão de comparecer mesmo que aquela notícia o tivesse abalado, quando chegaram ao território foram recebidos por Kilen que parecia feliz por vê-los novamente e dessa vez bem.
— Porsche — Boun tocou o ombro do outro — Pode me levar à sala onde está Porschay?
— Claro — segurou sua mão — Venha comigo — sorriu compreensivo.
Porsche guiou o mais velho pelos corredores da mansão, a porta no final do corredor era onde Porschay se encontrava, arrumando-se para entrar nos jardins dos fundos onde aconteceria o casamento. Porsche bateu na porta algumas vezes antes de entrar e deparar-se com o mais novo vestido lindamente e com um sorriso doce em seu lábios, Porsche deixou Boun de frente para ele retirando-se logo em seguida para que os dois pudessem conversar, o mais velho estendeu suas mãos para frente tateando pela presença do mais novo que aproximou-se de seu toque, sorrindo suavemente enquanto deixava que o mais velho o lê-se com seus dedos, em toques suaves e delicados.
— Você deve estar lindo — Boun murmurou — É uma pena que eu não possa ver essa imagem.
— Você realmente veio — disse baixinho — Pensei que não veria...
— É o seu casamento, não perderia por nada — sorriu — Me desculpe, eu cheguei tarde demais.
— Tudo bem, estou feliz por ter vindo — o abraçou — Obrigado por estar aqui.
Boun o abraçou de volta, tomando um certo cuidado para não amassar seu terno ou borrar sua maquiagem, Porschay naquele momento seria facilmente a imagem mais bela de todas, era realmente uma pena que não pudesse apreciá-lo em seu terno de noivo.
— Ele te faz feliz? — perguntou.
— Sim, muito — afastou-se — Kim é apenas um pouco teimoso, mas ele realmente me ama.
— Isso é bom, posso ficar tranquilo — beija a testa do mais novo — Porschay, espero que você saiba que eu lhe desejo toda felicidade do mundo. Mas uma vez, me desculpe.
— Não há pelo o que se desculpar — segura as mãos do mais velho — Está tudo bem, sei que não podia me amar.
Boun não lhe disse nada em resposta, apenas apertou sua mão suavemente.
— Sei que esse pode ser um pedido egoísta, mas será que posso levá-lo ao altar?
— Claro que pode — segurou as lágrimas que ameaçavam cair — É claro que você pode.
Boun lhe estendeu seu braço que foi prontamente segurado, alguns minutos depois Kuea Keerati apareceu para anunciar que estava na hora de ir, calmante Boun o guiou em direção aos jardins, para que pudesse passar pelos arcos onde no final seu futuro marido o esperava. O coração de Boun batia levemente acelerado, a um tempo atrás quando o conheceu nos jardins da mansão Theerapanyakul, se imaginou vivendo aquele exato momento, mas de uma forma diferente, seria ele ali a esperando para que pudesse chamá-lo de seu marido, amá-lo e cuidar de Porschay até o fim de seus dias, entretanto o destino os separaram e os sentimentos foram obrigados a serem escondidos, em algum momento Boun apenas percebeu que não era o melhor para Porschay, o mais novo merecia algo melhor do que ele poderia oferecer, e por isso o deixou ir escondendo tudo que sentia em seu peito, agora enquanto o deixavo para ir nos braços daquele homem, apenas pode desejar que ele fosse imensamente feliz pelo resto de sua vida, mesmo que não fosse ao seu lado.
Porschay nunca saberia, mas ele tinha sido seu primeiro amor.
A festa foi longa, repleta de bebidas e risos alegres, todos dançaram a noite toda comemorando junto aos noivos o novo ciclo em suas vidas, Boun sumiu entre a multidão de pessoas voltando para casa com ajuda de um seus homens que o havia acompanhado até ali, a mansão escura que era seu lar estava estranhamente mais vazia do que normal assim como seu coração, sentou-se na poltrona que estava no centro da sala de frente para uma imensa janela, a luz da lua caia sobre si iluminando o lugar escuro. Um pequeno suspiro escapou de seus lábios, algumas lágrimas molharam sua face, mas logo ele as enxugou, mantendo-se firme mesmo que precisasse desabar.
Alguns passos soaram perto de si, e um perfume adocicado chegou ao seu sentidos, o braço da poltrona onde estava sentado foi ocupado e um corpo encostou-se próximo ao seu, não precisava perguntar para saber de quem se tratava, por isso ficou em silêncio.
— Será que posso ficar pelos restos dos meus dias com você? — a voz suave perguntou.
— Não há luz aqui, ainda deseja ficar mesmo que seja no escuro? — murmurou.
— Eu posso me acostumar à escuridão, se você estiver ao meu lado nela — Prem tocou sua face — E então, eu posso ficar aqui?
Boun apenas sorriu.
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Behind The Counter - VegasPete
FanficPete é um ômega desertor, depois de servir o exército por longos oito anos, fugiu durante sua última missão ao descobrir que estava sendo manipulado, perseguido por seus chefes, então o mesmo se escondeu na cidade de Veneza, onde trabalha em uma con...