Capítulo 33

2K 250 23
                                    

Aos poucos tudo voltou ao normal, pelo menos todos fingiam que tinha voltado ao normal, mas era praticamente impossível se livrar da sensação incômoda da ameaça eminente de Gwi, Boun acabou seguindo com sua vida, não havia muito o que fazer apenas continuar mesmo que fosse injusto, Pete ainda continuava na mansão, Vegas não achava seguro que ele voltasse ao seu trabalho na conveniência e muitos menos a sua casa, então pediu para que o mesmo permanecesse em sua propriedade, até que tudo fosse resolvido. O que não era tão ruim, o alfa havia se acostumado em ter a presença do ômega e estava mais do que feliz em tê-lo ali tão à vontade com sua família e amigos, depois daquele beijo ás coisas haviam melhorado entre eles, passavam mais tempo juntos abraçados ou apenas trocando beijos, tudo dentro de um certo limite estabelecido por Pete, já que Vegas não conseguia se controlar tão bem e muito menos tentava.

— Aquela tal festa é amanhã — Kinn murmurou, enquanto desfrutavam de se um vinho — Você parece extremamente calmo, mesmo sabendo que definitivamente Gwi estará lá.

— A presença dele não me incomoda, é meramente insignificante — sorri suavemente — Sabe muito bem que não sou homem que volta atrás em minhas palavras, eu disse a Pakin que iria e com certeza irei.

— Mas levará Pete consigo? Depois de tudo pensei que seria mais cauteloso — o encarou.

— E estou sendo, tenho alguns homens de fora cuidando de algo para mim — dá de ombros — E Pete mesmo quis ir, ele falou sobre precisar beber um pouco.

— E você não nega nada ao seu ômega — Kinn cantarolou — Ainda mais agora que tudo está fluindo entre vocês.

— Exatamente, tudo que Pete me pedir eu farei.

Kinn riu suavemente, vê seu primo caído daquela forma por alguém ainda era surpreendente, mas estava mais do que feliz em vê-lo bem ao lado de Pete, mesmo que a cobrinha de Gun os rondasse com aquela ideia sem sentido de casamento.

— O tal ômega também vá estar lá — toma mais um gole do vinho — É complicado ter paz com tudo isso.

— Ele acha mesmo que vou acabar cedendo e casando com ele — suspira — Não sei se deveria ter pena.

— Você está sendo prepotente de novo — o repreendeu — Porque estou sentindo que você está agindo diferente.

Vegas não o respondeu apenas desfrutou de seu vinho calmamente, talvez ele realmente estivesse agindo um pouquinho diferente, mas nada que fosse realmente preocupante, apenas precisava ser um tantinho mais cruel e revelar a segunda face que seus primo e irmão odiavam em si, cada pequeno traço ruim que costumava esconder das pessoas por escolha própria, entretanto naquele seu ramo na maiorias das vezes precisava ser implacável, e aquele era o momento perfeito para isso.

— Você sabe Kinn, eu estive sendo bom por um tempo — encara seu primo — Mas as pessoas sempre tiram o melhor de mim.

— Vegas...

— Tudo que eu tenho de pior e melhor, guardo comigo — desvia seu olhar para taça de vinho — Porém, acho que preciso disso.

— Disso o que? — pergunta confuso.

— Ser um pouquinho mais cruel — sorri — Um pouquinho mais ruim, o Boun tem total razão quando disse, que não importa o quão bom você seja uma hora outra, vai precisar ser ruim. Acho que agora é o momento certo.

Não houve algum tipo de resposta imediata, Kinn conhecia bem seu primo e pelo ofício o viu ser cruel várias e várias vezes, algumas situações eram demais até mesmo para ele e por isso esperou que aquele tempo passasse, mas agora as circunstâncias eram diferentes e havia mais motivação ainda correndo em suas veias, Gwi merecia tudo que iria receber de volta pelo o que fez, sim, ele poderia muito bem dizer que aquilo não era o certo e tentar impedi-lo, mas também estava com raiva pelo o que aconteceu, passava noites revirando-se na cama pensando em como a vida de Boun e de Pete estavam nas mãos daquele homem, talvez aquilo não fosse certo porém não seria ele a dizer isso ao seu primo.

— Você sabe o que tem que fazer Vegas — tomou o último gole de seu vinho — Sabe que não pode deixar nada para trás, provas e muitos menos restos, faça o que tiver que fazer como um profissional, não pode admitir falhas.

— Eu não vou falhar — seus olhos brilharam em puro vermelho, reluzindo na luz do escritório — Sei o que fazer, mas preciso que me garanta que independente de tudo irá me apoiar.

— Eu sou seu primo, sangue do seu sangue... sempre estarei ao seu lado — toca o ombro do mais novo — Mesmo que agora você possa está prestes a fazer algo que seja considerado ruim, eu ainda assim, estarei aqui para você.

Vegas assentiu observando seu primo se afastar em direção a porta, virando-se para ele antes de ir.

— Você nunca irá perdoá-lo?

— Essa possibilidade é inexistente.

— Bom, que ele tenha uma boa vida.

O mais velho se retira o deixando sozinho, Vegas termina seu vinho e deixa a taça sobre a mesa, seus olhos se voltam brevemente para paisagem fora de sua janela, uma bela noite estrelada onde a lua ilumina levemente as ruas lá fora, a muitas coisas passando em sua cabeça enquanto retira a parte superior de seu terno e ergue as mangas da camisa social que usa, em suas mãos uma faca pequena está sendo girada distraidamente. A porta é aberta e Pete está passando por ela indo em sua direção, o ômega o encara com uma sobrancelha erguida, como se questionasse algo para si mesmo silenciosamente.

— O que há com você? — pergunta quando está suficientemente perto.

— Do que está falando? — crava a faca na mesa ao lado de sua cadeira.

— Você me parece diferente de repente — o observa — Algo não é o mesmo em você.

— Estou mais bonito do que lembrava de hoje de manhã — brinca levemente, recebendo um revirar de olhos como resposta.

— Como se fosse mesmo isso, mas estou falando sério — Pete está o medindo — Você parece...estranhamente mais quente? Selvagem?

Alguma coisa assim.

O alfa se limita a rir, puxando Pete para sentar em seu colo, que vem sem esforço.

— Digamos que estou tentando uma abordagem diferente, pequeno girassol — suas mãos deslizam para cintura de Pete — Talvez eu realmente esteja mais quente ou selvagem — sorri — Mas não se preocupe guardarei o melhor de mim para você.

Antes que Pete o responda, toma seus lábios em um beijo ávido e repleto de desejo, suas ações são diferente do normal e ômega apenas deixa-se levar, sentindo-se completamente perdido por quão quente Vegas está naquele momento, depois ele poderia se questionar mais sobre aquilo, no momento aproveitaria da melhor forma possível.

Behind The Counter - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora