Avelã

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Ou a Burcu é burra, ou sonsa. Ou talvez as duas coisas. Eda comemora dançando, seu plano foi um sucesso, Burcu irá ao show para cuidar caso Kerem queira bater em mais alguém. Grande plano. Finjo felicidades, dando um sorriso falso. Ninguém merece.

- Você pegou pesado. - Eda fala apontando para Kerem. - Quase matou o rapaz.

- Faço o serviço completo. - Kerem responde.

- Agora nosso próximo objetivo é fazer o Kemal ir ao show. - Osman fala.

- Não conhecemos o cara. Esse plano vai falhar. - Sinan fala, sempre tão otimista.

- Eu acho que eles vão se tornar um belo casal. - Isik fala toda feliz.

-Claro que vão. - Respondo sarcástica, ainda olhando para o rotulo da garrafa de bebida que Eda me deu. Só uma bebida tem tudo isso de caloria?

-Eu vou primeiro. - Kerem fala e sai.

Todos nós acabamos ficando em silencio. Continuo lendo o rotulo sem me importa com mais nada. Estou tão concentrada que nem percebo um movimento do meu lado.

- Um livro de romance seria mais interessante que isso para ler. - Osman quebra o silencio.

-Não leio romances. - Respondo sem tirar os olhos do rotulo. - Prefiro Stephen King. - Completo. Nem sei porque falei isso, ninguém liga para qual é meu autor favorito.

- É, ele combina mais com você. - Osman fala, me surpreendendo. Olho para ele. - O que? Princesa, você não tem cara de quem ler romance, o que complica pra mim. Como se conquista uma fã do Rei King? - Ele pergunta. - Se eu me fantasiar de Pennywise, dá certo? - Isso me faz rir.

- Você é um idiota. - Falo rindo.

- Seu idiota. - Ele fala, me fazendo parar de rir. - Eu sou apaixonado na sua risada. - Completa.

O olhar de Osman me traz paz. Esse bobo sabe me deixar sem palavras.

-Filho da Puta. - Kerem chega bravo, fazendo eu e Osman virarmos em sua direção.

Kerem bate com força na parede. Sentir a dor daqui.

- Deixa comigo. - Osman se levanta e sai, deixando um vazio ao meu lado. E dentro de mim.


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-Como vocês conseguiram fazer com que ele topasse? - Pergunto a Sinan e Isik.

- Contamos uma mentirinha pra ele. - Sinan responde.

Eu, Isik, Sinan e Eda observamos o professor seguir em direção ao seu carro. Parecemos quatros psicopatas. A senhorita Burcu passo por nos. Como um sinal dos céus, pássaros surgem do nada voando para bem longe.

-Os pássaros. Vai dá certo- Isik fala toda empolgada.

-O que os pássaros tem a ver? - Eda pergunta, parando de desenhar. Nunca vou admitir, mas Eda desenha muito bem. Uma artista.

-Mensagens do Amor. - Sinan responde por Isik.

-" Na floresta chamada amor, um pássaro voa loucamente, dizendo que devemos nos entregar quando nos apaixonamos." - Sinan cita.

Eu e as meninas ficamos sem entender. Olho para Isik, ela tem um olhar de amor e carinho ao olhar para Sinan. Queria que alguém me olhasse assim.

- Que poema lindo. - Isik quebra o silencio.

- Acabamos. Vamos. - Osman sai da escola, trazendo contigo um cheiro maravilhoso. Nunca tinha percebi que Osman usa um perfume tão bom.

Seguimos Osman até a saída da escola. O que nosso grupo vai aprontar agora.

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Nunca andei tanto na minha vida como hoje. Esse povo não cansa, sem falar que eles andam muito rápido. Ou eu sou lenta. Só sei que estou cansada e me sentindo fraca. Não comi nada até agora, meu estomago está doendo já.

-Vamos comer alguma coisa. - Parece que Osman leu meus pensamentos.

O grupo para numa barraquinha, não sei o que tem pra comer lá, mas o cheiro é muito bom. Fico entre Osman e Kerem.

- Não é porque ela é mais velha que sabe mais que você. - Escuto Sinan falando.

-O que eu perdi? - Pergunto pra Osman.

-Isik disse que a mãe dela não vai deixá-la ir no show. - Kerem responde.

-Não pense nisso princesa. - Osman fala. - Agora você precisa comer. - Ele me olha, e seu olhar me lembra o de Isik.

-Não estou com fome. - Respondo.

- Você não comeu nada. E nem vem mentir. - Osman fala.

Ele me oferece a comida, mas nego. Minha mãe não pode nem sonhar com isso.

-Já falei. Não estou com fome. - Falo novamente. E afasto a comida, o cheiro está tão bom.

-Ok. - Osman fala. Ele mexe no bolso de seu casaco e tira um saquinho lá de dentro. - Pelo menos come isso. - E coloca o saquinho na minha mão. Um saquinho de avelã.

-Mas, isso é seu. Não posso aceitar. - Falo devolvendo o saquinho pra ele.

-Mia. - Ele me chamou pelo nome. - Come. Só quero ver você se alimentando. - Me devolve o saquinho de avelã.

Eu pego um pouco e como. Muito saboroso o gosto. Como que nem uma criança, e vejo Osman olhando pra mim. Um olhar de amor e carinho


Love 101Onde histórias criam vida. Descubra agora