Novo plano

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  Acordar depois de uma noite mal dormida é um saco, e ter que ir pro colégio, pior ainda.
Entro no colégio ignorando todos ao meu redor. Meu animo não está bom ainda de fingir simpatia. Aquela briga sempre repassa na minha mente, do mesmo jeito que a gente coloca a música favorita pra tocar repetidamente, mas sem a parte divertida.
Finjo olhar para o professor, mas minha mente está perdida vagando por qualquer outro lugar, menos na aula. Meu olhar vai aonde Osman sempre se senta, mas está vazio. Parece que ele e Kerem decidiram matar aula. Olho para Eda que está concentrada na classe a qual Kerem sempre se senta. Ela percebe que a observo, lhe dou um sorriso fraco, a qual sou retribuída na hora. Parece que o dia hoje vai ser tenso. Só queria ver Osman.

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Pelos cálculos do garoto nerd, a quadra que Osman e Kerem estariam era de cinco quarteirões depois do colégio. Parece ser pouco de carro, mas para alguém que odeia caminhar é muito.
Preciso conversar com Osman, ou pelo menos vê-lo. Escuto vozes de garotos e barulho de bola. Vejo Kerem jogando basquete com outros garotos. Nunca vou admitir isso para ele, mas Kerem joga muito bem. Começo a descer os degraus da escada em direção a quadra. Quando desço o último degrau.

-Esse lugar não é muito a sua praia. - A voz de Osman me faz parar. Ele está encostado nos degraus.

-Como você sabia que...

-Seu perfume. - Ele me responde e me olha. - Não é toda garota que usa perfume com cheiro de algodão doce. - Completa.

-Só as que tem bom gosto. - Eu falo fazendo-o rir. Vou para o seu lado, e começo a olhar o jogo. Solto o ar. - Realmente esse lugar não é minha praia. - Penso alto.

-O que você veio fazer? - Osman pergunta ainda olhando pro jogo.

-Queria te ver. - Falo. Sinto seu olhar em mim.

-Sentiu minha falta. - Sua voz sai meio errada, como tivesse se segurando para não gaguejar.

-Senti. - Sou sincera. - E muita. - Olho para ele. Seu olhar parece penetrar minha alma.

-Desculpa. - Osman fala. - Deixei me levar pelos ciúmes. Ver você e Sinan juntos, sei que são só amigos, mas o sentimento fala mais alto. Eu gosto de você. - Ele solta o ar. Fico olhando-o como uma idiota, não sei o que dizer depois dessa declaração. - Não precisa falar nada agora...

-Eu gosto de você. - Respondo sem hesitar. - Eu só... Que ódio Osman. Odeio ficar sem saber o que dizer. Odeio você. - Isso o faz rir.

-Ei, está tudo bem não saber como reagir. - Ele segura meu rosto com as duas mãos, fazendo-me a olhar para ele. Estamos tão perto, nossas respirações se misturam. Ele se aproxima. Até que fim vou beija-lo.

-Sinan. - Kerem grita. Isso faz eu e Osman se afastar. EU TE ODEIO KEREM.

Vejo Sinan vindo do outro lado da quadra. Nossos olhares se encontram. Ele desvia o olhar primeiro. Fico nervosa só de lembrar das suas últimas palavras. Osman segura minha mão.

-Ei, está tudo bem. - Ele me abraça de lado, e beija minha cabeça. - Se ele falar alguma coisa, eu o mato. - Isso me faz rir fraco, e me acalma um pouco.

-Oi. - Sinan diz. - Eu sei que você não quer me escutar, mas dane-se, vou falar mesmo assim. Eu sinto muito, Mia. E eu sei que, desculpas são exageradas pela sociedade. - Completa.

-Talvez nos veneremos demais. - Eu falo, o que faz Sinan solta o ar e dá um sorriso fraco.

-Estão mesmo filosofando a respeito? - Osman pergunta.

-Kemal gosta da Burcu. - Sinan fala. Eu e Osman nós olhamos surpresos.

-E como você sabe? - Osman pergunta.

-Eu vi. Está rolando algo. - Sinan responde. - Talvez...

-Ambos são orgulhosos demais para tomar uma iniciativa. - Interrompo Sinan. - Igual certas pessoas. - Olho para Osman.

-Algumas pessoas já deram o primeiro passo. - Osman fala.

-Burcu e Kemal também. Ele já foi até a casa dela, e provavelmente rolou algo naquele, mesmo que eles não tenham dormido juntos. - Eu falo. - Precisamos bolar um novo plano. - Completo.

-Achei que você não entendia de amor. - Osman diz a Sinan.

-Não conheço. Mas sei de fraqueza. E o amor é o pior tipo. - Sinan fala.

-Ele faz você perde o respeito a si próprio. - Eu falo.

-Então... Plano novo? - Sinan pergunta.

Olho para Osman esperando resposta. Ele encara Sinan e lhe dá um sorriso travesso. Tira do seu bolso algumas avelãs, e coloca na mão de Sinan.

-Por que agora se importa? - Osman pergunta.

-Alguém uma vez disse que não devemos descontar nossos problemas nas pessoas que se importam com a gente. - Sinan fala e me olha, desvio o olhar para o chão, envergonhada.

Love 101Onde histórias criam vida. Descubra agora