a carta

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De certa forma nunca parar pra pensar antes de escrever as cartas ao suicídio, como se inicia uma? Acho que a minha começaria assim.

Caro amor desconhecido,

E do seu amor achei motivos pra continuar, mas não foram viáveis para se eternizar esse "continuar", já te falei que te acho muito bonito? Acho que já, é a única coisa que eu consigo falar pra tentar te arrancar um sorriso, te vejo me defendendo mas brigando comigo como se eu fosse uma criança, ao seus olhos talvez eu sempre seja uma, não é?

Sinto muito em partir dessa maneira, deixando muitas dúvidas plantadas na sua cabeça, eu queria ter falado isso pessoalmente e não jogado em um livro assim onde a carta é aberta a qualquer um que se identificar, mas meu caro, protegido por todos, eu também gosto de você mas não posso dizer que amo, como vou amar alguém se nem eu mesma me amo?.

Não vou te explicar meus motivos, eles simplesmente não existem, eu apenas me levei pelo impulso da adrenalina que infelizmente causou esse drástico acidente, mas cá entre nós, mesmo que seus lábios me embriagaram apenas uma vez, tenha certeza de uma coisa, ainda estou embriagada pelo seus lábios, um gosto doce bem desconhecido, uma suavidez magnífica.

Sinto muito pessoa dos lábios doces, mas juro que volto de alguma maneira.

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