taiju shiba..? (2)

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A chuva caía pesada, cada gota batendo contra a pele como se carregasse um peso extra de cansaço e frustração. O som do trovão ao longe parecia ecoar os sentimentos que borbulhavam dentro de mim. Eu caminhava pelas ruas encharcadas, a água escorrendo pelos meus cabelos e encharcando minhas roupas, me deixando gelada e desconfortável.

"Mais um dia péssimo para a conta", pensei, chutando uma poça no caminho.

Não era apenas a chuva; era o Mikey, meu irmão... ou a falta de apoio deles. Eu não era idiota. Sabia que o Mikey estava tentando me afastar da gangue, e meu irmão, Draken, parecia estar de acordo. Prova disso? Ele me passou o local errado da briga. Uma provocação? Um descaso? Tanto faz.

Eu estava tão absorta nesses pensamentos que não percebi o homem que bloqueava o meu caminho. Ele era grande, com ombros largos como se carregassem o mundo, e sua presença exalava uma arrogância quase tangível. Sem olhar para frente, bati contra ele com força suficiente para ser notada.

"Não vê por onde anda, garota?" Sua voz era rouca e carregada de irritação, ressoando como um trovão.

Levantei o olhar e o encarei, deixando que meus olhos escaneassem sua figura da cabeça aos pés. Não disse nada; apenas desviei, o ignorando como se fosse nada mais que um obstáculo na minha rota.

Talvez tenha sido teimosia, ou simplesmente a necessidade de provar algo, mas fiz questão de esbarrar nele novamente enquanto passava.

"Você tem merda na cabeça, garota?" ele gritou, me puxando pelo braço para me encarar. Sua força era evidente, e o olhar em seus olhos era o de alguém que não aceitava ser desafiado. "Sabe com quem está lidando?"

Eu soltei uma risada seca, cruzando os braços. "Não faço ideia. E, sinceramente, não me importa."

Seus olhos brilharam com algo entre raiva e surpresa, como se ninguém tivesse ousado falar com ele daquela maneira antes. Ele apertou meu pulso com força, me obrigando a encará-lo mais de perto.

"Você está pedindo pra levar uma lição, não é?" A raiva em sua voz era palpável, como o rugido de uma fera prestes a atacar. As veias em seu pescoço saltavam, e a dor em meu pulso aumentava a cada segundo.

"Bate em mim, então." Minha voz saiu firme, mesmo sabendo que ele tinha força suficiente para me jogar do outro lado da rua com um único movimento. Mas eu não recuaria. Não recuo nunca.

Com um puxão forte, consegui me soltar. Meu braço doía, mas a vitória de ter rompido seu aperto era suficiente para me manter de pé.

Ele deu um passo atrás, analisando-me como se eu fosse um quebra-cabeça impossível de resolver. Então, para minha surpresa, um sorriso irônico curvou seus lábios.

"Você tem coragem. Vou te dar isso." Ele tirou um papel do bolso, rabiscou algo e me entregou. "Me agradeça depois na minha cama, quando perceber que poupei sua vida."

Eu segurei o papel sem expressão, e ele riu, uma risada sarcástica que ecoou pela rua enquanto ele se afastava.

No papel, apenas um nome e um número: Taiju.

Eu ri pelo nariz, sem humor, e rasguei o papel em pedaços antes de jogá-lo na poça mais próxima. "Idiota", murmurei, continuando meu caminho.

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Em casa, um espaço que era mais armazém do que lar, tomei um banho rápido. A água quente escorrendo pelo meu corpo era um alívio contra o frio da chuva, mas minha mente ainda estava presa nos eventos do dia. O Mikey, o Draken, aquele homem... Taiju. Eu não conseguia deixar de pensar no que aconteceu mais cedo, ele me deixou intrigada, embora odiasse admitir.

Depois de me vestir, fui até o quarto do Draken. Queria confrontá-lo, mas o espaço estava vazio. A ausência dele só confirmava minha suspeita: ele sabia. Ele estava do lado do Mikey.

"Idiotas", murmurei para mim mesma, saindo do quarto e mandando mensagens para todos que poderiam me responder. Nenhuma resposta. Era como se todos tivessem decidido desaparecer.

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Mais tarde, no mercado, minha mente vagava enquanto escolhia uma pizza congelada. Quando senti um tapa ardido na minha bunda, me virei pronta para brigar.

"Filha da puta!" gritei, mas meus olhos encontraram uma figura familiar: Yuzuha.

Ela soltou uma risada despreocupada. "Anda malhando os glúteos? Que delícia."

"Misericórdia, garota!" Eu ri, passando a mão pelo shorts.

Conversamos por alguns minutos, mas algo parecia fora do lugar. Quando uma voz masculina a chamou ao longe, ela mudou completamente. Seus olhos perderam o brilho, e um nervosismo tomou conta dela.

Antes que eu pudesse perguntar, ela se despediu às pressas. Fiquei ali, olhando para a direção em que ela foi. Aquela voz... parecia familiar. Algo estava acontecendo, e Yuzuha estava envolvida.

Minha curiosidade crescia, uma chama que eu sabia que não seria fácil apagar.

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Mais tarde, já em casa, recebi uma notificação no Instagram. Uma solicitação de seguimento.

"Taiju Shiba."

Meu coração parou por um segundo. Era ele. Como ele me achou?

Ignorei o pedido, mas minha curiosidade venceu. Na minha conta fake, segui seu perfil e comecei a investigar. Entre as fotos, vi algo que me fez gelar.

Um rosto familiar. Um garoto magro, de cabelo azul.

"Não pode ser..."

Minha respiração acelerou. As peças estavam se juntando, mas o quadro que se formava era pior do que eu imaginava. Não podia ser ele.

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