Sn (meses antes do Halloween de sangue.)O treino de judô sempre foi o nosso refúgio. Onde o mundo lá fora não importava, onde tudo se resumia à força, à disciplina e ao contato físico que nos unia. Eu e Baji éramos inseparáveis desde crianças. Ele sempre foi aquele tipo de amigo que, sem pedir, oferecia proteção, e eu retribuía da mesma forma. Mas naquele dia, havia algo no ar, algo que eu não conseguia entender. O peso nas palavras dele, a expressão séria que raramente via, tudo parecia indicar que algo estava prestes a mudar.
Quando cheguei à quadra, Baji já estava lá, aquecendo com a concentração habitual, mas com um foco diferente, mais profundo, como se seu corpo estivesse lá, mas sua mente estivesse distante, perdida em pensamentos que ele parecia não querer dividir. Era raro ver Baji assim.
— Ei, Baji! — chamei, tentando descontrair o ambiente com um sorriso, mas logo percebi que ele não reagiu da forma usual. O sorriso que ele me ofereceu foi discreto, forçado, e isso me incomodou. Ele estava realmente diferente.
Ele parou por um instante, como se tivesse decidido que aquele era o momento certo para falar, para dividir o peso que carregava. Seus olhos estavam sérios agora, focados em mim, e eu percebi que o treino de hoje não seria apenas mais uma rotina.
— Sn... — A voz dele saiu baixa, quase hesitante, mas quando ele falou meu nome, eu sabia que ele estava prestes a contar algo importante. — Eu preciso te contar algo. Algo grande. — Ele fez uma pausa, como se estivesse tentando medir minhas reações antes de continuar. Eu senti que a atmosfera ao nosso redor tinha mudado completamente, como se a realidade que conhecíamos até então estivesse prestes a ser desmoronada.
Sentei-me ao lado dele no tatame, as pernas cruzadas, o coração acelerando sem explicação. Algo em mim sabia que o que ele estava prestes a revelar mudaria tudo entre nós. Ele me olhou mais uma vez antes de continuar, como se fosse preciso coragem para dizer o que estava em sua mente.
— Eu estou indo para a Valhalla. — As palavras saíram em um suspiro, mas carregavam uma tensão que fez meu estômago se apertar. Eu franzi a testa, confusa. A Valhalla? Ele estava falando sério?
Olhei para ele, tentando entender. Valhalla era uma das gangues mais perigosas da cidade, e Kazutora agora era seu líder, a luta da Valhala contra a toman era em breve. O que Baji estava dizendo não fazia sentido.
— Você... você vai se infiltrar na Valhalla? — Perguntei, minha voz embargada, sem saber se deveria acreditar no que ele estava dizendo.
Baji respirou fundo, um suspiro cansado que parecia vir de alguém que já havia decidido o que fazer, mas que ainda sentia o peso da escolha.
— Sim. — Ele confirmou, e a frieza em sua voz me fez entender que não era mais uma decisão passageira. Ele estava determinado. — Eu preciso matar o kisaki, e sendo da mesma gangue é impossível, vou entrar na valhala para poder matar o kisaki.
Eu fiquei paralisada, sem palavras. Kisaki? Matar Kisaki? A ideia parecia absurda, mas o olhar nos olhos de Baji não deixava dúvida. Ele não estava brincando. Baji me explicou tudo. Ele sabia o que estava fazendo, e mais importante, ele acreditava que era o único jeito de acabar com a ameaça que Kisaki representava para todos nós.
— Mas... Baji, por que você faria isso? — Eu disse, o medo começando a se infiltrar em minha voz. Eu sempre soubera que a vida na Toman era perigosa, mas isso... isso era outra coisa. Ele estava se colocando em risco, em uma missão suicida.
Ele olhou para mim, e pela primeira vez vi a dor no fundo de seus olhos. Ele queria que eu entendesse, que eu visse o que ele via. Mas ele não estava apenas falando de vingança ou de raiva. Ele estava falando de sobrevivência.
— Kisaki... ele tem um plano, Sn. E não é só com a Valhalla. Ele vai destruir a Toman, vai matar todos que estão em seu caminho. Você acha que ele vai parar por aí? Eu preciso impedi-lo, e sei que se eu não fizer isso, mais pessoas vão morrer. Mais pessoas que a gente ama. Mais pessoas como... — Ele parou, e seus olhos ficaram baixos, como se a dor o impedisse de continuar. Ele estava falando de nós, de nossa gangue, de todos os que arriscavam suas vidas todos os dias para proteger aquilo que acreditavam ser certo.
Eu olhei para ele, as palavras presas na garganta. Eu sabia o que ele estava dizendo era verdade. Kisaki não era alguém que pudesse ser ignorado, não era alguém que se importava com vidas humanas. Mas o plano de Baji... era arriscado demais. Ele estava disposto a se infiltrar, a enganar até mesmo os mais próximos para conseguir o que queria. E eu sabia que ele precisaria de ajuda.
— E você quer que eu te ajude, é isso? — Perguntei, sentindo meu coração acelerar. Eu sabia que a resposta dele seria sim, e quando ele assentiu lentamente, eu entendi que, a partir daquele momento, eu não poderia mais voltar atrás. Eu me tornaria sua aliada. Sua parceira nesse jogo mortal.
— Sim, Sn. Eu preciso de você. Eu confio em você mais do que em qualquer outra pessoa. — Baji disse, a sinceridade nas palavras dele fazendo meu peito apertar. Eu sabia que ele estava falando do fundo do coração, e isso me fez perceber a gravidade do que estava por vir.
Eu fechei os olhos por um momento, pensando em tudo o que poderia acontecer. Eu sabia que o que estávamos prestes a fazer mudaria nossas vidas para sempre. Mas, se isso significasse proteger os que amamos, então eu estava disposta a seguir com Baji, a apoiá-lo até o fim.
— Então, vamos fazer isso. — Eu disse, a decisão finalmente tomada. — Vamos acabar com ele, Baji. Juntos.
E assim, naquele momento, eu me tornei mais do que uma amiga para Baji. Eu me tornei sua aliada, disposta a enfrentar o perigo ao seu lado, sabendo que o que estava por vir seria um caminho sem volta, mas que, juntos, poderíamos destruí-lo. Kisaki jamais seria o mesmo depois disso.
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Sn x Tokyo revengers
FanfictionA história ainda irá passar por alterações depois de lançar todos os capítulos, sujeita a mudanças. SN É UMA PERSONAGEM QUE NAO EXISTE NO MUNDO REAL DE TOKYO REVENGERS, SN SIGNIFICA "SEU NOME"..! Todas, TODAS as imagens usadas nós capítulos são do P...