POV SN [12 anos]
O som das discussões na sala atravessava as paredes como facas afiadas. Meu pai e minha madrasta brigavam novamente, as palavras ecoando pela casa como trovões em uma tempestade interminável. Cobri os ouvidos, tentando me esconder na minha bolha de silêncio, mas o barulho parecia crescer, devorando qualquer tentativa de paz.
"Chega," pensei. Sem hesitar, escalei a janela do meu quarto e deixei o caos para trás, como se fugir pudesse dissolver o tumulto em minha mente. O parquinho próximo de casa era meu refúgio. Ali, sob o manto da madrugada, sentei-me em um dos balanços, os pés empurrando levemente a terra fria.
“De madrugada, sozinha, em um parquinho... O que pode dar errado?” pensei, soltando um sorriso irônico. Talvez alguém me confundisse com um espírito.
— Boo! — ouvi uma voz familiar às minhas costas.
Não precisei olhar para saber quem era.
— De novo, Mikey? — rebati, sem emoção. — Você não me assusta mais.
Ele riu e se sentou no balanço ao lado. Os olhos de Mikey, sempre brilhantes, agora estavam sérios enquanto me encarava.
— Eles discutiram de novo, não é?
Desviei o olhar, mordendo os lábios. Mikey era o único que parecia realmente me enxergar, mas ainda assim, havia coisas que eu preferia guardar para mim.
— Você sabe que eu tô aqui, né? — insistiu ele. — Quer dormir lá em casa? O vovô gosta de você.
— Obrigada, Manjiro, mas não precisa.
Mudando de assunto, Mikey inclinou a cabeça para o lado.
— Sabe do Kazutora? Ele anda estranho.
— É verdade. Outro dia ele apareceu com um olho roxo e não quis dizer o que aconteceu.
O silêncio caiu entre nós por alguns segundos, preenchido apenas pelo som das correntes dos balanços rangendo suavemente. Mas logo o som foi quebrado por risadas abafadas, vindas de algum lugar próximo.
— O que é isso? — perguntei, levantando-me instintivamente.
— Vamos ver. — Mikey já estava na direção do barulho, sem esperar minha resposta.
Nós dois nos aproximamos furtivamente, escondendo-nos atrás de um arbusto. Lá estavam eles: um grupo de delinquentes cercava alguém, risos sádicos enchendo o ar como um veneno.
— O que fazemos com ele, chefe? — perguntou um dos homens.
— Estamos sendo muito brandos... Acabem com ele.
Mikey cerrou os punhos, os olhos incendiados pela raiva.
— Eu vou acabar com eles. — Sua voz era grave, quase um rosnado.
— Não, Mikey! Vamos embora! — implorei, segurando seu braço com força.
— Sai daqui, SN.
— Eu disse não!
Antes que ele pudesse avançar, uma viatura da polícia passou ao longe, e os delinquentes fugiram como ratos. Mikey bufou, frustrado. Mas quando nos aproximamos da vítima caída no chão, meu coração disparou.
— É o Kazutora! — exclamei.
Mikey ficou paralisado por um segundo, mas logo a fúria voltou a dominar sua expressão.
— Eu vou caçar cada um deles. Agora.
— Mikey, calma! — agarrei seu ombro. — Amanhã a gente chama os outros e decide o que fazer. Por enquanto, finge que não sabe de nada.
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Sn x Tokyo revengers
FanfictionA história ainda irá passar por alterações depois de lançar todos os capítulos, sujeita a mudanças. SN É UMA PERSONAGEM QUE NAO EXISTE NO MUNDO REAL DE TOKYO REVENGERS, SN SIGNIFICA "SEU NOME"..! Todas, TODAS as imagens usadas nós capítulos são do P...