Ab initio

Capítulo 12

Helô está nervosa pra caralho enquanto caminha até a casa dele. É isso, e ela não tem ideia do que esperar.

É estranhamente reminiscente da primeira vez que ela veio aqui. Ansiosa e nervosa, mas preparada para todas as possibilidades. Ela tomou um copo de vinho para ter coragem e se esforçou demais em sua aparência, passou muito tempo pensando no que diria e se preocupando por chegar muito cedo. A única coisa que ela tem a seu favor é que ela fica muito bem neste vestido, pode não ser decotado, mas o couro vermelho se agarra a ela de uma maneira que ela espera que Stênio aprecie.

Sua mão está realmente tremendo quando ela estende a mão para a campainha, e ela diz a si mesma para se controlar. Ele a convidou para conversar, não apenas recusou, e isso deve significar alguma coisa, certo?

Suas emoções estão por toda parte, ela está muito nervosa, mas também muito animada para vê-lo novamente, para ter a oportunidade de estar em sua presença. Ela sentiu tanto a falta dele, e vai ser difícil como o inferno resistir a jogar os braços em volta dele à primeira vista. Eles precisam conversar, eles não podem cair nos braços um do outro antes disso, porque, se o fizerem, há uma chance muito real de caírem na cama e, por mais que isso seja extremamente atraente, ela precisa se desculpar e explicar primeiro.

Ela pode fazer isso, ela pode. Vai ficar tudo bem.

Ela diz a si mesma enquanto espera pelo elevador e novamente enquanto caminha pelo corredor em direção à porta de Stênio.

Ela quase entra pela porta, é o que ela teria feito antes de estragar tudo, mas isso foi há meses e muita coisa mudou. Então ela bate e espera, ouvindo um clamor dentro do apartamento que diz que Stênio a ouviu.

Ele está incrivelmente lindo quando abre a porta, mais bonito do que ela se lembrava, mas desgastado e abatido, e isso faz seu coração apertar porque ela sabe que em parte, é tudo culpa dela. Ela causou tanta dor a este homem incrível, quando ele já tinha demais.

Ela está olhando, mas ele também. Ela simplesmente não consegue acreditar que ele é real, que está aqui, que está dando a ela uma chance que ela não merece.

Ela engole em seco, sufocando um Oi, enquanto memórias, arrependimento e uma onda avassaladora de saudade correm por ela.

- Oi Helô - Diz ele, igualmente atordoado, e eles ficam parados por um momento, em lados opostos da porta, a tensão poderia ser cortada com uma faca.

Seus olhos se encontram e permanecem um no outro. Ela não sabe o que dizer, não quer interromper o momento, mas sente que precisa. Ela não consegue, porém, não consegue parar de olhar para aqueles lindos olhos. A barba por fazer sutil correndo pelo corte de sua mandíbula, aquelas mãos fortes e habilidosas, seus braços que estão parcialmente escondidos que de alguma forma o faz parecer ainda mais atraente, o que ela não sabia que era possível. Seu único bíceps flexiona quando ele agarra a porta, o músculo protuberante. Ele ficou mais em forma neste verão ou ela simplesmente esqueceu como ele estava em forma?

Deus, ela está tão apaixonada por este homem, estupidamente, há uma tonelada de luxúria se infiltrando, mas também há aquela afeição genuína, o cuidado por ele, a necessidade de fazê-lo se sentir melhor, de tirar cada gota de dor em os olhos dele. Ela sabe que a dor é culpa dela, e isso a esmaga. Ela odeia ter feito isso com ele, com eles, mas não pode voltar atrás, só pode tentar consertar e vai gastar toda a sua energia para fazer isso.

É aquela dor nos olhos dele que a leva a falar, faz com que ela pergunte com uma voz trêmula que trai tudo o que está sentindo - Posso entrar?

Ele concorda com a cabeça, gesticulando para ela entrar e ela odeia isso, odeia como é estranho. Ambos estão se arrastando um ao redor do outro, sua inquietação e desconforto evidentes. É tudo culpa dela, ela sabe disso, e se odeia por isso.