chinese dragon

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Yasu tinha dois planos em mente, A e B. A resumia se em acordar mais cedo, buscar ingredientes como biscoitos e água, além de ter preparado o protagonista daquela atuação, voltar para o quarto e fingir ter passado muito mal durante a madrugada, para não precisar ir à escola. Caso não funcionasse, faria um pequeno desvio durante seu caminho, onde passaria no mercado, compraria algumas coisas para seu sustento até mais ou menos a hora do almoço, quando voltaria para casa alegando não ter melhorado do mal-estar mais cedo, mas enquanto isso, ficaria na biblioteca que tinha ali perto, a qual conhecia bem o suficiente para saber que ninguém da escola ou seus pais, iriam lá.

- Su?! Vamos acordar?! - a senhora Aimi caminhou calmamente até a cama da filha, a descobriu cuidadosamente e abriu as cortinas violentamente, se não acordadesse Yasu com o chamado ou a descobrindo, abrir as cortinas da forma mais escandalosa possível, funcionaria. Entretanto, dessa vez, sem resultados, o que preocupou Aimi ainda mais depois de ouvir sons de lástima vindo do corpo que insistiu em ficar embrulhado nas cobertas. - Su?! O que foi? Se sente bem? - ouviu um murmúrio arrastado e foi logo conferir a temperatura da garota. Realmente chegava a ter uma pontada de febre, devido ao chá de gengibre que tomou com os olhos lacrimejando pelo gosto não muito agradável e também pelos dois pedaços mínimos, os quais teve que mastigar para esquentar o corpo.

- Passei a noite vomitando-

- Bom, vou buscar remédios. - quando alguém na casa dos Oshiro se referiam a remédios, falavam sobre uma caixa organizadora de três gavetas, cheias de remédios. Encontrava-se na parte de cima do armário aberto na cozinha. Aimi, sempre bem organizada, conhecendo tudo, quem trouxe, quem tirou do lugar ou quem esteve em sua cozinha, notou algumas coisas fora do habitual, como a cestinha em que ficavam os gengibres, todas as oito "batatinhas" estavam ali, mas havia uma faltando pedaços e ainda, um leve aroma indo embora de açúcar derretida e gengibre. Não precisou de muito para assimilar a febre matinal com o tal projeto da escola, o qual foi avisada através de uma ligação pela professora Ayano.

- Yasu, eu sei o que está tentando fazer, portanto, se levante agora, arrume-se e vá para a escola. - Aimi ordenou ao perceber o plano da filha. O amontoado de coberta e gente na cama sabia que não teria mais conversa, apenas resmungou algo como; "hm" e se levantou com o edredom preso a cabeça, como um manto, escondendo o rosto da mãe olhando para o chão indo em direção ao banheiro. - A escola me ligou para avisar sobre o projeto, confesso que você quase me enganou dessa vez. - Yasu já havia fechado a porta do banheiro, colocou o edredom no cesto de roupas sujas, a roupa de cama precisava ser lavada. Suspirou por seu plano não ter dado certo e agora teria que matar aula na rua quando era tão mais fácil, apenas ficar em casa. - Separei seu uniforme, está sobre a cama. Você não acha mais fácil ir a ficar tentando me enrolar?! Quer dizer, é seu último ano, apenas começou, dê uma chance. E outra, é apenas um projeto, você não vai ser obrigada a interagir sempre, e se precisar, vai ser como uma atuação, você pode fazer isso. - Yasu dentro do banheiro, ouvia mesmo que não quisesse. - Vamos fazer um combinado, quando não quiser ir, apenas me peça e me fale o motivo. - Brotou um sorriso instantâneo no rosto de Yasu, a mesma que abriu imediatamente a porta com expressão de serenidade, dando de cara com Aimi.

- Posso faltar hoje e até quando esse projeto durar, por motivos de, a escola vai estar como um formigueiro sendo destruído com jatos de água? - a mãe sorriu orgulhosa, gostava desses momentos em que falava e suas palavras e eram ouvidas, tendo efeito.

- Não. - sorriu como uma criança de três anos desobedecendo os pais sem ter qualquer arrependimento pois não entende o que está fazendo. E enquanto a mãe sorria, Yasu ficou nublada, trovejando por ter sido trapaceada pela mãe. - Coloque o uniforme, vou preparar um lanche pra você. - Aimi desceu as escadas, e Yasu foi se vestir. Por mais que não mostrasse felicidade por fora, estava parcialmente calma por dentro.

Burn Dabi - Touya TodorokiOnde histórias criam vida. Descubra agora