at the roots

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Regina me recebeu com um beijo na bochecha, tal qual como Judas. E palavras do tipo:

"Você finalmente apareceu!"

A casa era grande e decorada como uma verdadeira casa de burgueses. O grupo estava reunido nos fundos da casa, perto de uma piscina grande e bem iluminada. Me sentei em uma das espreguiçadeiras sem olhar para ninguém, mas eles resolveram falar de um assunto que me cabia.

- Cara, vocês ficaram sabendo que alguém molhou os materiais de uma garota da sua turma? - era um atleta, notei pela camisa do time de lacrosse.

- Sim, e pelo jeito eles nunca vão pegar o culpado até porq-

- Karen! - a outra loira de pontas onduladas ia concluir algo porém recebeu um chamado de Regina que estava do meu lado de pé. - Me ajuda a pegar as bebidas na cozinha. - a tal Karen foi atrás de Regina e voltou até desnorteada com duas garrafas de bebida na mão. Regina deve ter a repreendido.

Elas distribuíram as bebidas, mas nenhuma chegou até mim, pelo o que eu vi não parecia ser nada alcoólico, já que haveria aula no dia seguinte.

- Ah, querido! Você ficou sem... vamos até à cozinha, irei te arrumar. - O Touya de segunda-feira ficaria feliz, ele estava afim da regina e não sabia as reais intenções dela, o Touya do presente, eu, não gostei nem um pouco mas fui atrás.

Apoiei minhas costas no balcão da cozinha enquanto ela mexia na geladeira.

- Gatinho... - disse vindo até mim. - o que você tem? - passou a mão pelo meu antebraço. - Tá bem calado.

- Sou tímido entre pessoas que eu não conheço. 

- Não mente! Já te vi em algumas festas da Daegu's House... bem jogado na galera.

- Eu estava bêbado.

- Sei. - ela pegou um copo no balcão atrás de mim.

- Desde quando me observa?

- Desde quando te vi em uma festa em Osaka.

- Por quê? - franzi as sobrancelhas.

- Te achei bonito. - deu de ombros. - Depois eu fui atrás, saber quem era você. E descobri que você era um cara interessante. - ela começou a passar a mão em mim e gentilmente eu a tirei. Por fim, me entregou o copo.

- Meu pai é interessante. - forcei a palavra "pai", era raro ela sair.

- Não entendo porquê você assim. Tem tudo para ter um império e fica fazendo birra, bancando o rebelde.

- Experimenta passar uns dias na minha casa e vai ver que não é birra.

- Se tem tanta raiva assim dele, junte-se a mim e tomaremos o que é seu por direito. - Yasu me incentivou a algo muito melhor, mas terei que concordar com essa palhaçada, talvez me aproveite disso.

- E como vamos conseguir isso? - tomei um gole da bebida, era energético com suco.

- Simples... você vai passar a dizer "Sim" pro seu pai e eu vou te guiar... - ela se aproximou deixando nossos corpos colados.

- Acho que... - precisava atuar bem, então peguei o queixo dela, com delicadeza e foi aproximando nossos lábios. - se for assim, eu quero! - terminei a frase sussurrando e por fim, nos beijamos.

Era um beijo bom, eu até teria aproveitado mais, só que eu não estava à vontade. Acho que essa foi a primeira vez que eu comecei a me importar com as pessoas interesseiras perto de mim, e pude enxergar que várias que passaram era do mesmo jeito de Regina. Normalmente eu só teria ignorado o fato do seu interesse em si própria, ela me teria na palma da mão, se não tivesse colocado Yasu no meio da história.

Burn Dabi - Touya TodorokiOnde histórias criam vida. Descubra agora