Burn Dabi - Touya Todoroki

happy pills

 Espreguicei meus pés, notando pelo toque a ausência das meias que usei na noite passada, isso sem abrir os olhos. À medida que fui despertando, abri os olhos, sentindo uma claridade atrás da minha cabeça.

Olhando agora, com um pouco mais de nitidez, o papel de parede era diferente, tombei a cabeça para a esquerda e alguns curtos momentos da noite anterior vieram à tona.

"Estava no quarto de Yasu, sendo mais específico, estávamos juntos em um beijo, minha mão estava em sua cintura, a outra mão em seu rosto, ela tinha os braços sobre meus ombros. Ela tirou minha jaqueta e guiou até a cama, sem qualquer tom de malícia, apenas beijos e selinhos, lentos e calmos. Nós deitamos, ela no canto, apoiou a cabeça no meu peito, guiando a minha mão até seus cabelos, deixei um carinho ali. Um carinho demorado.

- O que deu em você? - perguntei voltando aos sussurros e continuando o carinho mas ela parecia já ter entrado no sono. Eu tive meus sentidos aguçados, o tato, pela maciez de seus cabelos e pele, meu olfato pelo perfume contido no quarto e quando menos esperei, o sono havia me levado também."

A noite anterior me trouxe paz em lembrar de como tudo ocorreu, eu ainda estava estático na cama quando dei um sorriso bobo, a pensar nos beijos trocados. Bocejei e como meus olhos coçavam, levei a mão até o rosto, bom, tentei fazer isso.

Meus pulsos estavam atados, assim como meus tornozelos, entrei em desespero e comecei a me debater. Pensei lógico, no pior cenário, alguém invadiu a casa e levou Yasu. Entretanto, a porta abriu-se, revelando Yasu, a mesma roupa de ontem mas com os cabelos amassados e soltos. Seus braços estavam atrás das costas, mas ela tinha um sorriso sereno.

- Oh, Touya! - ela colocou a mão direita no rosto com uma expressão de preocupação, enquanto se aproximava da cama. - Se sente preso? - ela deu um sorriso diabólico... ela tinha me amarrado.

- O que voc-

- Shiu... não fale! - ela colocou o indicador na frente dos lábios e se aproximou mais um pouco. - Agradeça, pois eu iria te amordaçar e quis ser piedosa. - eu tinha pensamentos mas as palavras não iriam sair. - Escute bem, pois só irei falar uma vez. Não tolero perguntas no meio da minha fala, então aguarde e quando eu terminar, levante a mão- Ah, você não pode! Bem... de qualquer forma, eu aceito a sua ajuda, com as minhas condições sempre à frente das suas. - ela parou como se esperasse minhas objeções. - Ok... isso está fluindo. Então basicamente, Touya, você vai continuar com seu teatrinho com a Regina e eu vou arrumar minhas prov-

- Não p-

- Ou! Ei, garoto! - ela fez sinal de silêncio novamente. - Escute, se for esperto. - ela chegou mais perto. - Olha, eu só preciso que você esteja com ela, ela vai perder o foco em mim e eu consigo fazer ela beber água suja.- ela pausou dramaticamente. - Perguntas?

- E se eu não quiser? - ela arqueou a sobrancelha. - E se eu não quiser te obedecer? Odeio ser submisso. - ela se aproximou tanto que estava colada na cama e assim deixou algo sobre o colchão, que eu não consegui ver pois estava imóvel demais para saber o que era.

- Olha, eu sou boazinha... - ela veio de joelhos na cama, passando uma perna para cada lado do meu quadril. - mas eu não posso deixar você sair daqui de qualquer jeito... - ela afastou-se um pouco, sentia seu peso na cama, agora seus joelhos estavam dobrados na altura em que os meus estavam esticados. - agora você sabe de mais e se a Regina tem você do lado dela, eu estou sem ninguém do meu lado... - ela esticou a mão, para o lugar na cama em que havia deixado algo que não identifiquei. - Sinto muito por você, já que não vai ter filhos! - fiquei confuso.

- O que? - ela agilmente levantou um martelo que parecia nunca ter sido usado, arregalei os olhos, espantado demais para conseguir fazer alguma coisa, comecei me debater e ela colocou a mão no meu peito, minha respiração estava totalmente desregulada e quando vi seu riso maquiavélico, parei de me debater. - Você é louca!