Capítulo IV

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Sanji ainda não sabe o que fazer sobre o beijo, Zoro não tocou no assunto desde então e pode muito bem ser uma coisa cultural platônica. Pode ser uma marca de respeito ou sinceridade ou... ou algo assim. Ele poderia falar sobre isso com Usopp ou Robin, ele poderia perguntar o que isso significa. Com toda a honestidade, embora ele esteja um pouco assustado. Ele não sabe como se sentirá se lhe disserem que é algo platônico ou como se sentirá se lhe disserem que é algo romântico.

Até que ele saiba o que pensa e o que quer. Ele é casado com Zoro, mas os dois sabem que não foi porque se amavam. Inferno, até o dia em que eles tiveram sua cerimônia, os dois nem se conheceram. Mas... ele passou a gostar um pouco de Zoro. Ele é realmente estranho pra caralho, mesmo com a barreira do idioma de lado, ele tem que admitir isso. Algumas coisas são culturais, como por que Zoro é tão obsessivo com seu treinamento de luta, mas algumas são apenas Zoro. Prática excessiva de espada, cultural. Quantidades irracionais de cochilos em lugares estranhos, apenas Zoro sendo estranho e sendo ele mesmo.

Sanji faz uma pausa na porta aberta de Zoro e observa enquanto o homem seminu pinta gosma preta na parte superior do corpo.

Isso é estranho.

Ele sai para perguntar a Robin onde isso está na escala de estranheza, cultural ou Zoro.

Ele tem a ideia de que é cultural de alguma forma quando encontra Robin em seu quarto pintando os braços.

— Por que você e Zoro estão se pintando? — Sanji pergunta depois de alguns longos momentos.

— Há um banquete real oficial amanhã e um baile com sua extensa família real. É uma reunião importante. — Robin diz calmamente e pinta uma videira no braço.

— Isso... realmente não respondeu a minha pergunta. — Sanji diz depois de alguns longos momentos em que Robin não elabora.

— Em nosso país, os eventos formais exigem roupas formais que, como em seu país, mostrem seu status. Em nossa cultura, obviamente, temos governantes e realeza, mas esses títulos são conquistados com a vitória. Se Zoro não fosse um guerreiro capaz, ele não seria um príncipe, ele seria apenas um cidadão comum. — Robin explica e coloca o braço reto na penteadeira e deixa cair o pincel no pote de tinta grossa.

— Ok... — Sanji diz lentamente, sentando-se em uma cadeira próxima.

— O padrão é distinto para cada pessoa, no meu caso suas vinhas e flores. Cada flor significa uma vitória que ganhei, embora essas marcas sejam retiradas se eu perder, a cada derrota uma delas é retirada. Então você pode ver pelo meu braço que tenho vinte vitórias no positivo, embora obviamente tenha ganho muito mais. É por isso que estes são pintados em vez de tatuados, são dinâmicos. — Robin responde, apontando para as flores delicadas.

— Esses parecem um pouco difíceis de pintar, eu poderia ajudá-la com o detalhe de alguns daqueles na parte de trás do seu braço, se quiser? — Sanji oferece prestativamente.

A cabeça de Robin levanta e seus olhos estão arregalados em choque. Sanji... pensa que fez algo errado. O rosto de Robin relaxa, mas ela ainda parece um pouco inquieta.

— Eu disse algo errado, não disse? — Sanji pergunta lentamente.

— Isso é mais o tipo de coisa que você ofereceria a alguém com quem você é casado. Embora... possa ser uma troca cultural interessante para você e Zoro. Vá perguntar a ele. — Robin sorri docemente, embora Sanji possa ver um pouco de cor em suas bochechas.

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