Capítulo IX

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É um dos raros dias quentes em Baratie. Não quer dizer que o lugar seja frio de forma alguma, eles são agradáveis ​​e temperados, mas estar à beira-mar sempre leva a uma brisa fresca e é essa fresca do mar que Sanji ama pessoalmente. Zoro, porém, não gosta nada disso e passou todo o primeiro mês em Baratie reclamando do frio. Ele se ajustou com o tempo, mas Sanji sabe que ele ainda não gosta muito. Então, hoje, quando o vento parou ou está soprando do equador, possivelmente até da terra natal de Zoro, está quente.

Ele nem precisa perguntar para saber onde Zoro estará, ele vagueia até o pátio para encontrar Zoro esparramado sem camisa nos ladrilhos quentes, tomando banho de sol com um sorrisinho feliz no rosto sonolento. Sanji se equilibra sem esforço em uma perna e usa o pé descalço na outra para esfregar a barriga lisa e musculosa de Zoro. Zoro abre os olhos preguiçosamente e olha para Sanji com um sorriso no rosto, ele lembra Sanji de um gato em um raio de sol. O sorriso de Zoro puxa as marcas muito desbotadas em suas bochechas. Eles quase se foram agora, lavados por chuveiros e banheiras, mas ainda há uma leve sombra de tinta preta à espreita sob as maçãs do rosto de Zoro.

— Desfrutando? — Sanji pergunta com um sorriso. Zoro acena com um zumbido de satisfação e se estica no chão novamente, arrastando os ombros no chão enquanto os estica. Sanji decide se juntar a ele no chão e se senta com os braços em volta dos joelhos. O calor irradia dos ladrilhos abaixo dele e aquece sua pele por cima. —Você acha que vai ser muito quente para mim em seu país? — Sanji pergunta depois de alguns momentos.

— Não. Shimotsuki é muito bom, bom quente. — Zoro responde em baratiano.

— Está bom e quente, você quer dizer. Ou que o tempo é bom. Você falou demais. — Sanji o corrige levemente.

— Ok. — Zoro dá de ombros com facilidade, voltando ao seu próprio idioma.

Zoro ainda tem os mesmos problemas com Baratian. Ele acrescenta muitas palavras e seu tom o atrapalha com frequência. Mesmo assim, ele está notavelmente melhor do que há um mês e muito melhor do que quando começaram. Sanji, por outro lado, luta com o vocabulário de Zoro sendo tão grande e com tão poucos sinônimos. Ele às vezes tem mais dificuldade de entender o que Zoro fala, parece que a cada dia ele se afoga em palavras que não conhece. Na conversa do dia a dia, Sanji pode entendê-lo perfeitamente, mas assim que eles entram em um tópico realmente específico ou incomum, ele se perde facilmente. Além disso, ele acha as conversas de Zoro e Robin difíceis de analisar com sua velocidade e tons variados. Como diabos ele vai lidar quando chegar a Shimotsuki?

Ele mastiga a unha do polegar enquanto imagina as pessoas rindo pelas costas de sua inaptidão. Ele sabe que Zoro nunca toleraria que alguém fizesse isso se soubesse, mas o homem não pode fazer isso o tempo todo, as pessoas podem falar sobre Sanji pelas costas de Zoro também. Ele não quer isso, mas sabe que suas habilidades linguísticas são fracas.

— Zoro. — Sanji diz, tentando manter a voz firme. Zoro grunhe sonolento em resposta. — Você pode dizer que eu- que eu sou de Baratie? — ele pergunta na língua de Zoro. Ele tem duas semanas antes que o pessoal de Zoro chegue aqui para levá-los de volta para Shimotsuki e ele precisa continuar praticando agora mais do que nunca.

— Você é o príncipe. — Zoro diz categoricamente, abrindo um olho para olhar para ele.

— Eu sei disso, quis dizer pelo jeito que eu falo. — Sanji dispara de volta.

— Sim. Seu sotaque, seu tom, seu- — Zoro diz alguma palavra que Sanji não conhece e isso não faz nada além de apertar a bobina de preocupação em seu estômago.

— Meu o quê? — Sanji pergunta com a boca virada para baixo.

— Como você se parece. Você parece ser daqui. A maneira como você se veste, sua pele e seu cabelo também. É isso que quero dizer com sua aparência. — Zoro responde com alguma elaboração, repetindo a palavra no final.

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