Capítulo XV

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Zoro não esperava que o rei o convocasse. Ele estava a meio caminho do quarto de Sanji quando um dos cavaleiros que Zoro não sabia que eram cavaleiros o alcançou e disse a ele.

Zoro tem Robin em seu encalço a caminho do que provavelmente é a desculpa de Baratie para uma sala de guerra. Há uma grande mesa no centro com um mapa do continente e muito mais do oceano do que Zoro está acostumado a ver nos mapas. Existem até linhas topográficas no oceano indicando a profundidade das águas e pináculos rochosos ocultos. Ele está inclinado sobre a mesa, os punhos cerrados e os nós dos dedos pressionados no papel preservado sob o tampo de vidro da mesa.

— Sua Alteza? — Zoro pergunta. Ele percebe que sua voz talvez fosse um pouco forte demais para isso. Em Baratie é enfatizado o tato e a gentileza, mas em Shimotsuki ser firme e soar seguro é o que há de melhor nessas situações. Ele aprendeu a diferença com Sanji, mas, novamente, Sanji também não é tão bom em ser educado o tempo todo e Zeff é seu pai.

— O que? — O rei pergunta, sua voz rouca.

— Se você precisar de mim ou do meu pessoal para... para qualquer coisa. Me avise. — Zoro diz, tentando manter seu tom mais neutro.

Zeff solta um suspiro vazio e por um momento Zoro considera ir embora. Ele está realmente se afastando quando Zeff fala.

— O Sanji já falou sobre- — Zeff interrompe. Zoro faz uma pausa, ele não sabe se ele quer dizer a mãe de Sanji ou especificamente a morte dela. De qualquer forma, a resposta é a mesma.

— Não para mim. — Zoro diz com um aceno de cabeça.

Os dedos de Zeff tamborilam no tampo de vidro da mesa e Zoro hesita antes de caminhar lentamente para mais perto do lado de Zeff, mas não muito perto para conforto. Acontece que ele está bem perto do lado do mapa mais próximo de sua terra natal. Ele olha para baixo. O mapa é detalhado, mostrando a localização das cidades, do castelo de seu pai. Ele segue com os olhos os dois rios que correm ao redor do Amazon Lilly, ele vê como eles se transformam nas águas turbulentas da União Laranja. Ele traça mentalmente o caminho que fez para chegar aqui e sabe que o seguirá de volta em breve, mas com essa revelação sobre a mãe de Sanji, a viagem deles pode ser adiada.

— Nós estávamos aqui. — Zeff diz, seu dedo batendo no mapa.

Zoro olha para onde o Rei está indicando. O local fica nas águas territoriais de Baratie, perto de uma pequena cadeia de ilhas a nordeste. Ele não consegue ler seus nomes por causa da estúpida escrita Baratiana da qual Zoro ainda não consegue entender.

— O navio afundou em uma tempestade. Mas se Absalom estiver certo… — Zeff diz e Zoro ouve a maneira como sua voz se transforma naquele silvo apertado apesar de seu tom ser calmo, ele vê o conjunto de seus ombros apertar da mesma forma que o de Sanji. quando ele está realmente com raiva.

— Robin é muito boa em descobrir as coisas, se você precisar- — Zoro oferece.

— Eu ficaria feliz em falar com ele para você. — Robin confirma, enfatizando ligeiramente a palavra 'falar'. Robin tem uma maneira de falar com as pessoas que deixa Zoro extremamente feliz por Robin ser sua companheira e não sua inimiga. Ela não tortura as pessoas, embora não seja avessa a causar um pouco de dano, mas é tão esperta e tão intimidadora que pode arrancar as palavras de alguém e espancá-lo com elas até que lhe digam a verdade.

Zoro consegue a versão legal de vez em quando, onde ela o faz contar coisas porque ela se importa. Muitas vezes ela nem precisa fazer isso com ele. Ela sabe o suficiente para ler sua mente de quem diabos sabe o quê, o leve levantar de suas sobrancelhas ou a maneira como sua cabeça está inclinada ou algo totalmente vazio. Entre ela e Nami, Zoro tem sorte de ter alguma privacidade.

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