[...]
Dominic encarava as barras de sua cela com os olhos opacos.
Sentado no chão úmido, as pernas dobradas enquanto apoiava seus braços sobre elas, permanecia com a cabeça encostada na parede tamanho era seu desânimo, sua culpa.
Por Deus, o que tinha feito? Até onde teria chegado se aqueles policiais não tivessem aparecido?
Uma nova onde de culpa o atingiu, forçando-o a fechar os olhos com força e engolir seco o amargor que tomou conta de sua boca.
Annie, Annie... Sua noiva de mentira que de mentira não tinha nada.
Sempre fora um homem muito controlado. Na verdade, se vangloriava entre seus amigos por ser o único que, ao ver um belo par de pernas, ainda conseguia pensar com a cabeça e não com... Bem, com outros órgãos de seu corpo. Mas Annie havia surgido em sua vida e lhe arrancado essa habilidade tão subitamente que ele ficara perdido.
Era quase como mágica. Assim que colocava seus olhos sobre ela, seu corpo inteiro reagia, latejando, implorando, e quando suas mãos teimavam em tocá-la... Era simplesmente impossível parar. Tinha certeza que não havia praga no mundo que conseguisse separá-lo dela, daquele corpo, daquele cheiro, depois que entrava em um frenesi de paixão.
Paixão por ela. Apenas por ela. Jamais havia sentido tanta necessidade, tamanho desespero. Ainda se sentia desse jeito, as mãos formigando e o peito em chamas, quando as lembranças do que haviam feito há algumas horas atrás invadiam sua mente.
Ainda podia sentir o cheiro dela em seus dedos.
Bufando, frustrado, bateu com a cabeça contra a parede algumas vezes.
Não devia ter feito aquilo. Já tinha pecados o suficiente para pagar, não podia aguentar o peso de ter corrompido Annie ao mundo dos prazeres. E se arrependia profundamente, tão profundamente que sua boca chegava a amargar.
Mas ao mesmo tempo...
A visão dela deitada em sua mesa, os olhos nublados imersos em prazer, os gemidos tão tímidos, e quando ela finalmente alcançou o ápice, o som que chegou aos seus ouvidos quase o fez explodir também.
Tinha sido uma das experiências mais intensas de sua vida, mesmo passando longe de ser uma das mais pervertidas.
Não podia ser hipócrita e dizer que sua vida sexual era breve. Havia perdido sua virgindade muito cedo, com uma mulher mais velha e experiente – lê-se casada – e desde então havia tido a liberdade de experimentar tudo o que tinha vontade graças a sua boa aparência e ao seu dinheiro abundante. Já havia se deitado com mulheres de muitas idades – às vezes com mais de uma de uma única vez – e tido todo tipo de sensação através disso, mas nada se comparava ao que tinha sentido com Annie.
Era estranho e ele tinha consciência disso. Uma moça virgem, sem nenhum tipo de experiência, que havia beijado pela primeira vez... Como é que tal pessoa havia conseguido desestabilizá-lo ao ponto de quase gozar nas calças? Isso era inquietante ao ponto de fazê-lo suar de nervoso.
Droga, droga. Era errado, muito errado. Annie mal sabia o que estava fazendo. O que tinha passado por sua cabeça? Mesmo que ela tivesse pedido, mesmo que sentisse que seu peito se rasgaria a cada vez que precisava se afastar dela quando aqueles olhos cor de mel lhe pediam tanto para que ficasse.... Mesmo assim deveria ter controlado seus instintos. Deveria ter sido o responsável da relação.
Isso teria lhe evitado uma boa dor de cabeça.
Em todos os casos, não podia voltar no tempo. Agora, precisava pensar no que fazer daqui para frente, afinal, estaria casado com ela em poucos dias.

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Diamante
عاطفية[CONCLUÍDA] Dominic Wannell é um comerciante libertino que precisa urgentemente se casar. Porém, sua visão de casamento é muito mais prática do que sentimental: uma mulher que sirva para ser sua esposa, não seu amor. Annie Boorman é a única filha de...