Armin precisou de muita força de vontade e persuasão para dizer a Annie e Reiner que o lance das mensagens foi um engano e o avô deles está bem e, por um milagre do Senhor-dos-Hospitais, as coisas estão normais outra vez.
Na cabeça dele, todo processo com Jean foi por água abaixo quando Eren apareceu. Claro, Jean é legal, só que Armin não para de pensar sobre como não quer passar por mais uma situação onde Eren esteja junto.
Na verdade, sequer consegue encará-lo, e se Eren é um super amigo de Jean, ele não tem escolhas senão procurar outra pessoa para o projeto.
Armin se sente mal, é muito arriscado para a sua própria dignidade e não quer topar com ele de jeito nenhum. Talvez voltar à bolha de confiança de Historia, seus primos e o namorado de Reiner, o Bertholdt, pudesse favorecê-lo de alguma forma.
Agora, Armin está fatalmente largado no gramado de uma praça.
Hisu recolhe os lençóis coloridos e joga sobre os ombros. Ela também olha feio para Armin, sentado dali alguns passos e mexendo no celular.
Ela dá um chute que não machuca sua cintura, e com o rosto irritado, ele faz contato visual.
— O que você quer?!
— Alemão vagabundo, a ficha do teu nível de folga não cai? — Pega um lençol rosa do ombro e o bate no braço dele em forma de chicote. — Anda, levanta, sai desse celular. Precisamos arrumar isso aqui rápido.
— Do que você está falando? — A raiva ainda está lá. — Não fomos escalados para limpeza hoje.
— Hoje é diferente. — Suspira e, sentindo-se fraca, fica tentada a se sentar no gramado sujo ao lado dele. É o que ela faz. — O grupo de dramatização está fazendo dois anos de aniversário, todos vão sair mais cedo e comer em algum restaurante. Os donos vão pagar.
— Onde?
— Não sei, alguém comentou que é na Liberdade, mas não tenho certeza.
Armin demora alguns instantes para absorver a informação. A tela do seu celular ainda está ligada, então prontamente desliga e se prepara para levantar. É um saco, mas mesmo guardando o celular no bolso do jeans, ele olha para trás e vê que Hisu continua sentada.
— Então vamos. — Estende a mão para ela, que apesar de fazer cara feia, aceita e levanta com dificuldade.
Desde que Armin entrou na faculdade, ele e Historia combinaram de frequentar um grupo de dramatização juntos, que promovia uma peça na praça semanalmente.
O espetáculo de hoje chegou ao fim, mas como os planos mudaram, cada um vai para um lado no intuito de auxiliar o desmonte do cenário e limpar a bagunça.
— Você tem tesoura? — ela pergunta. — Não? Tá bom. Vou arrancar essa fita de cetim com a merda dos meus dentes.
Armin ri, virando-se metodicamente em sua direção.
— O seu mau-humor me comove, mas ele tá um tiquinho pior hoje. — Junta o indicador com o dedão. — Vai, abre a boca. Vamos criar uma sessão de terapia. Deixo você me chamar de doutor Arlert.
Hisu, com bolsas escuras sob os olhos, olha para ele com deboche.
— Não deixa isso estranho, Armin, pelo amor de Deus. — Respira mais fundo do que de costume, e depois realmente arranca a fita colorida com os dentes.
Armin ergue a sobrancelha ao notar como os braços dela tremem ao fazer isso. Não está calor, pelo contrário, a temperatura é perfeitamente boa. Ele se aproxima, agora preocupado.
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Luz, Câmera, ERICK! (Eremin)
FanfictionArmin Arlert está publicamente desesperado e precisa de um personagem para o projeto semestral da faculdade de artes cênicas. O tatuador Eren Jaeger é detestável, mas perfeito para o serviço. Atravessando o orgulho, Armin deve desfazer a rivalidade...