Nos últimos meses, as únicas coisas que Armin tem ouvido da boca de Reiner e Bertholdt são degustações de doces, o orçamento para a lua de mel, a lista de convidados, buffet, arranjo de flores e se a previsão do tempo realmente estava correta no momento em que afirma a impossibilidade de chuva no campo onde planejam se casar.
Não que Armin tenha boas experiências com chuva, até porque seus cadarços ainda estão sujos de terra seca daquele dia. Apesar de suas reservas, a única coisa que faz é ser o braço direito dos dois quando se trata de planejamento.
Com seis meses, ele repensa mil e uma vezes se quer mesmo ter uma festona de casamento igual ao de seu primo, mas reza para que Eren diga que não. São coisas demais que o enlouquecem calma e progressivamente, no entanto, a luz é Annie, que também prometeu segurar as pontas soltas.
Se ele, que nem ia se casar, já está assim, o estresse habitual de Reiner e Bertholdt pode ser facilmente explicado.
Aos onze meses e com a data do casamento se aproximando, se lembra nitidamente do som que a tampa da garrafa de champanhe fez quando Bertholdt a estourou, e o único motivo para brindar foi pelo alívio de todos os convites serem enviados.
Noventa e sete por cento das coisas já estavam ajeitadas, e depois de um ano, Armin os vê com uma calma palpável e com a bela missão de esperar um único mês para a cerimônia.
Eles estão fazendo um churrasco, agora mesmo, no costumeiro ponto de festas e resenhas da cidade (lê-se casa dos irmãos Leonhart).
Após o casamento, Reiner e Bertholdt planejam se mudar para um apartamento confortável dali algumas ruas, então, mesmo sendo mais um churrasco para reunir todos que amam, também é simbólico, porque é a última vez que Reiner o faz como anfitrião. Claramente, os encontros de amigos iriam continuar e não iria se incomodar em ser o churrasqueiro mais uma vez, contudo, aquela pontinha de "aproveite o hoje" ainda incomoda o peito.
No entanto, ele a afasta quando entrega os legumes assados de Armin em uma tábua separada.
— Obrigado, Reiner! — Armin parece pronto para atacar, só que Eren está praticamente fazendo uma bagunça ao colocar farofa ao lado do prato, então para o que está fazendo especialmente para tentar remediar a situação.
— Ei, não precisa... — Eren é interrompido.
— Como pode, um homem crescido, que deveria ter uma coordenação motora perfeita porque trabalha com tatuagem, derramando toda a farofa desse jeito? Criança grande. — Apanha um rolo de papel toalha para tirar o farelo da mesa.
Eren, no entanto, está com as sobrancelhas erguidas em desinteresse, a bochecha direita apoiada na mão.
— Loirinho, calma. — Avança no prato com duas garfadas. — Ninguém tem coordenação motora quando se tem fome, e eu fiz o PIX pra comer, estou no meu direito.
Armin ri e engata as lembranças de mais de um ano atrás.
— Lembra quando você apareceu no primeiro churrasco? Eu realmente acreditei que o mundo me odiava. Tipo, mais do que eu detestava você.
Eren ri anasalado.
— Nunca comi com tanta raiva na minha vida, mas, de alguma forma, deveríamos agradecer ao universo por isso.
Armin come um brócolis, depois olha para a boca toda suja de farofa dele.
— Isso o quê?
— Nós.
De repente, os legumes ficam desinteressantes e Armin só quer olhar para os olhos verdes que tanto ama.
Pisca algumas vezes e volta a comer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Luz, Câmera, ERICK! (Eremin)
FanfictionArmin Arlert está publicamente desesperado e precisa de um personagem para o projeto semestral da faculdade de artes cênicas. O tatuador Eren Jaeger é detestável, mas perfeito para o serviço. Atravessando o orgulho, Armin deve desfazer a rivalidade...