O forno está pré-aquecido em 240º graus e a massa parece maravilhosa. Tem uma cor brilhante e cheira a baunilha fresca. Com uma espátula de madeira, Armin a distribui na quantidade certa em pequenas forminhas cor-de-rosa.
— Tá, mas você tem certeza que isso vai dar certo? — A voz de Historia ecoa robótica devido a chamada telefônica.
— Óbvio que vai. — Ele lambe os resquícios de massa da colher. — Se alguém fizesse isso por mim, me apaixonaria na hora.
Hisu ri.
— Não, você acharia que é uma tentativa de envenenamento.
Armin considera, mas dá de ombros.
— Para com isso, você precisa de um pouco de fé na sua vida. — Os bolinhos já estão no forno e Armin cata os próximos ingredientes para fazer a cobertura. — Se ele não quiser mesmo a minha caridade, a gente come isso vendo um filme do DiCaprio dos anos 90. Sem estresse.
Mesmo por telefone, Armin sente que ela está revirando os olhos.
— Então tá bom, Paola Carosella, então tá bom. Mas você está fazendo isso pra quê exatamente? Para ele aceitar ser o seu personagem?
Ele mordisca o lábio, pensativo. Seria, no mínimo, arriscado pedir um favor desses quando Eren voltou a lhe odiar no dia seguinte. Na cabeça de Armin, uma segunda trégua está fora da cogitação.
— Não acho que seria válido, Hisu. Tipo, ele não gosta de mim e vice-versa. Se eu chegasse lá e pedisse pra ele listar a vida e os comportamentos dele só pra eu não ficar de DP esse semestre seria meio... Assim, se eu fosse ele, me mandaria ir se foder.
— Ele mandaria você se foder?
— Chamei de calvo.
— Ele mandaria você se foder.
— É disso que eu tô falando! — Armin coloca as mãos na cintura adornada pelo avental rosa de margaridas. — Se eu realmente quiser alguma coisa dele, preciso fingir simpatia! Ele só precisa acreditar que eu quero fazer as pazes e, olha só, meu papel na peça está garantido.
Historia fica em silêncio. Armin passa um pano na bancada.
— Você sabe bem que sou sua amiga e sempre estou do seu lado, mas isso soa muito mal, Armin. Muito.
Ele para, olhando para os pequenos farelos de farinha que precisa limpar.
— Não é nada demais. — Demora a continuar. — Vou conseguir o que eu quero, só isso.
— Você tem consciência de que Eren pode sair machucado disso? Ou até você?
— Ele não vai, nem eu. — Armin volta a limpar. — Se eu me distanciar bem naturalmente, vai ser só mais uma pessoa que ele não é mais tão próximo assim. Vai dar certo.
Ela fica em silêncio outra vez.
— Armin.
— Hum.
— Por que o Eren?
Armin para a limpeza pela segunda vez. A resposta atrasa a vir.
Suspira profundamente.
— É ele. É o Eren — diz baixinho, mal sabe se ela pode ouvir aquele tom. — Não sei, Hisu. Só sinto que Eren é a pessoa certa pra isso e quero investir. É um tiro no escuro.
— Olha — ela responde pausadamente —, se Eren se foder por causa da sua intuição, a culpa vai ser toda sua. Pensa bem. Você não tinha me falado sobre aquele cara do ringue de luta? Um Juan? Não... Ah! Jean. É só conversar com ele sobre o trabalho e...
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Luz, Câmera, ERICK! (Eremin)
FanfictionArmin Arlert está publicamente desesperado e precisa de um personagem para o projeto semestral da faculdade de artes cênicas. O tatuador Eren Jaeger é detestável, mas perfeito para o serviço. Atravessando o orgulho, Armin deve desfazer a rivalidade...