California

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Recado da autora:
Gostaria de avisá-los caso não tenham percebido. A maioria dos títulos dos capítulos são músicas. As letras ou até mesmo a melodia combinam com o capítulo.
A música do capítulo de hoje é California, da Lana Del Rey.
É um capítulo mais sensível, espero que gostem!
Boa leitura<3
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Cameron POV

Estou no carro do Henry e estamos no estacionamento do meu prédio.
Apoio minha cabeça em seu ombro, pego a mão dele e entrelaço na minha.
— Fica comigo hoje, por favor...— Falo quase como num sussurro. É sexta a noite e ando me sentindo cada vez mais sozinha em meu apartamento.
— Já que estamos no seu apartamento, quer subir e aí você pega algumas roupa e enfim...e ai passa o fim de semana no meu? — Ele beija minha cabeça delicadamente e isso aquece meu coração.
— Pode ser! — Digo.

Ele sobe no meu apartamento junto comigo, estamos de mãos dadas e é engraçado o quanto a mão dele é enorme compara a minha.

Henry me segue até meu quarto e senta na minha cama.
— Então é aqui que você dorme...— Ele se deita e sorri. — Tem o seu cheiro.

Eu mordo meus lábios para não sorrir, isso é tão idiota...quando você está apaixonado, você se sente meio bobo mas eu gosto disso.
Pego tudo o que tenho que pegar e coloco em uma mala.

Vejo-o mexendo no celular deitado na minha cama e me deito ao seu lado, o abraço e ele guarda o celular.
— Terminou o box? — Ele pergunta olhando para os livros de The Witcher na cabeceira.
— Não, eu não queria devolver porque aí não teria outra razão para te ver então não li. — Admito e ele começa a dar mais uma risada, sua risada é tão calorosa. Ele é o homem da minha vida.

Henry me abraça e me aconchego em seus braços.
— Senti sua falta, senti muito mesmo...— Ele admite olhando para o teto.
— Mesmo? — Pergunto apenas porque preciso de uma confirmação de que tudo isso é real.
— Sim. Senti muito a sua falta Cameron, do seu cheiro, da sua presença, dos seus lábios com gosto doce, do seu gosto de mel...— Ele me provoca com o último e eu bato no peito dele não muito forte.
— Promete que não vai me deixar novamente? — falo.
Um silêncio se estabelece no quarto e ele olha pra mim, consigo ver seus olhos azuis cintilarem, os olhos azuis da cor do céu e do mar.
Henry tem heterocromia, em um dos olhos da para ver um pouco do castanho e eu acho isso lindo.
Porque parece um mundo, parece um planeta apenas em seus olhos.
Quero morar no mundo dele e nunca mais sair.

— Eu prometo. — Ele finalmente diz e isso me alivia tanto! Tira um peso enorme que me consumia, acredito que eram as mágoas que eu sentia.
Me sinto mais leve agora.
Mais acolhida.
Me sinto livre para amar novamente, com a mesma intensidade que eu já amei.

Chegamos na casa dele depois de meia hora por conta do trânsito de Londres. Durmo um pouco no carro e só acordo quando já estamos no elevador, estou nos braços dele...

— A Bela adormecida acordou! — Ele brinca, estou em seu colo.
— Nossa...eu estava realmente cansada...— Ele me põe no chão e eu me ajeito. Henry conseguiu me trazer no colo e ainda levar minha mala, não poderia esperar menos do meu Superman.
— Não é a sua culpa amor, já está bem tarde. Vamos tomar um banho e dormir ou você ainda está com fome? Posso preparar algo se quiser...— Ele me olha preocupado, me derreto com o jeito carinhoso dele.
— Está tudo bem Henry, comi bastante no restaurante, mas obrigada. Vamos só tomar um banho e dormir.

Quando entramos no apartamento Kal está abanando o rabo perto da entrada.
Kal sorri ao nos ver e eu me agacho para acaricia-lo, ele lambe meu rosto e eu o abraço.
— Iai garotão? Faz algum tempo...— Digo sorrindo.
Me levanto e olho para o apartamento, não mudou quase nada...exceto que agora há um piano na sala, ele é grande e muito bonito.
Olho para Henry.
— Aprendeu a tocar piano nesse meio tempo? — Pergunto sarcástica.

Ele me dá um sorriso lateral e pega uma das minhas mãos, ele me leva até a frente do piano e depois me abraça por trás.
Ele é tão forte, não há nenhum outro lugar que me sinta tão segura quanto ao seu lado.
Henry não precisa fazer esforço para me manter em pé.

— Na verdade eu comprei pra você. — Ele diz e eu o olho surpresa e confusa.
— Como assim? — Pergunto franzindo as sobrancelhas.
— Sei que sua carreira como cantora fica em segundo plano, mas nunca ouvi você cantar ao vivo. Queria que tocasse pra mim, eu comprei isso a uns três meses atrás. Sabia que você iria voltar pra mim em algum momento. — Ele beija o topo da minha cabeça.

Não posso acreditar que ele fez isso...me viro pra seu rosto  e dou risada, afundo minha cabeça no seu peito.
— Que convencido! — Falo rindo.

Me desprendo dos seus braços e vou até o piano, deslizo meus dedos por ele e então me sento.
Ajusto o banquinho para ficar da altura correta e o olho.

Ele está de braços cruzados.
— Toque pra mim Sinclair. — Ele diz em tom imperativo e eu dou um sorriso cínico.
Olho para as teclas e depois para se olhos.
— Peça direto. — Digo no mesmo tom.
— Por favor...— Ele chega mais perto e o olho de cima pra baixo e depois me volto para as teclas.

Ligo o microfone que está em um pedestal e começo a tocar California.
Gosto da música e acho que se aplica a nós dois.
Henry com seu arquétipo de homem hiper masculino. Um homem forte.
Ele não precisa ser exatamente forte emocionalmente quando está comigo.
Eu quero ele.
A forma mais nua e pura dele.

Cinnamon GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora