Capítulo 6

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  Acordo na areia da praia e a primeira pessoa que vejo é ele, eu estava sem saber como fui parar ali, então virei o rosto.  

-"Astrid..."- Felipe disse aparentando estar surpreso pelo fato da minha pessoa permanecer viva. 

Olhei em volta e vi alguns tripulantes, Fausto no meio deles todos sorrindo e suspirando  aliviados.

-"O que aconteceu?" - Pergunto sentindo dores no corpo.

 -"O importante é que estamos vivos agora".- Felipe respondeu com uma expressão que não pude decifrar. 

   Aos poucos fui me lembrando do que aconteceu. Depois que capitão foi arrastado ficando pela metade, o quarto foi inundando, fiquei apavorada me aproximei do corpo dele tentei acorda-lo, nada. Furei a mão escamosa com a espada e a criatura soltou um som estridente e prolongado como de uma flauta, eu não queria machuca-la, mas por que ela estava fazendo aquilo?
A criatura foi quebrando o restante da madeira, pude ver  os olhos que eram totalmente brancos, seu cabelo tinha o tom de verde escuríssimo, e seu corpo era cheio de escamas. 

   Espremi as minhas mãos na roupa de Felipe e tentei arrastar para o lado de dentro  do navio, que estava se afundando cada vez mais. A coisa monstruosa o agarrou mais forte e puxou, eu não soltei. Fui com Felipe e a criatura para dentro do mar e o abracei o mais forte que pude, prendendo a respiração. Os olhos brancos ardentes dela invadiram meu ser. Fixamente, me encarava como se tentasse entender a situação. Eu senti uma vontade de chorar ao saber que morreria ali, fechei os olhos e deixei que o peso do corpo de Felipe se apoiasse no meu.

Agora, acordei na praia como se fosse um dia normal

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Agora, acordei na praia como se fosse um dia normal. E a tempestade varreu nossas vidas como um pesadelo.

-"E o Samir?"- Perguntei me referindo ao apelido do navio.

-"Samir precisa de uns reparos"- Devolveu Fausto.

-"Vamos ficar aqui até consertarmos"- Confirmou o marinheiro com dente de ouro.

O Barco estava ao leste da praia, consideravelmente perto.

-"E precisa ser rápido, não temos todo o tempo do mundo para chegar em Verbena". - Felipe disse firme.

Conseguimos pegar o que sobrou, os barris que empurrei no porão estávam boiando e as pessoas seguravam neles, outros de fora jogavam cordas que serviam de escape. Foi uma longa jornada, tiramos tudo do Samir e depois   foi decidido pelo capitão que íamos nos dividir em dois grupos, um ficava para concertar o navio, outro iria pedir ajuda e tomar conhecimento do lugar onde estávamos.

  Jogamos joquempô e eu torci para ficar longe de Felipe que só me dava ordens e tarefas, mas a sorte não estava do meu lado. Fomos em busca de ajuda e passamos pela floresta uma mata densa e cheia de rochas miúdas.

   Após um tempo o dono de Samir teve um insight e lembrou que estavamos na mata de Verbena, deve ter reconhecido pelos livros geográficos que eu vi em sua mesa, no meu segundo dia como raptada. Fomos procurar ajuda e comemos algumas frutas no caminho. Tentei levar algumas nas mãos, mas saguins pegaram de mim. Fiquei ainda mais estressada quando vi que Felipe ria muito da minha situação.

O Pirata e a PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora