Acordo na areia da praia e a primeira pessoa que vejo é ele, eu estava sem saber como fui parar ali, então virei o rosto.
-"Astrid..."- Felipe disse aparentando estar surpreso pelo fato da minha pessoa permanecer viva.
Olhei em volta e vi alguns tripulantes, Fausto no meio deles todos sorrindo e suspirando aliviados.
-"O que aconteceu?" - Pergunto sentindo dores no corpo.
-"O importante é que estamos vivos agora".- Felipe respondeu com uma expressão que não pude decifrar.
Aos poucos fui me lembrando do que aconteceu. Depois que capitão foi arrastado ficando pela metade, o quarto foi inundando, fiquei apavorada me aproximei do corpo dele tentei acorda-lo, nada. Furei a mão escamosa com a espada e a criatura soltou um som estridente e prolongado como de uma flauta, eu não queria machuca-la, mas por que ela estava fazendo aquilo?
A criatura foi quebrando o restante da madeira, pude ver os olhos que eram totalmente brancos, seu cabelo tinha o tom de verde escuríssimo, e seu corpo era cheio de escamas.Espremi as minhas mãos na roupa de Felipe e tentei arrastar para o lado de dentro do navio, que estava se afundando cada vez mais. A coisa monstruosa o agarrou mais forte e puxou, eu não soltei. Fui com Felipe e a criatura para dentro do mar e o abracei o mais forte que pude, prendendo a respiração. Os olhos brancos ardentes dela invadiram meu ser. Fixamente, me encarava como se tentasse entender a situação. Eu senti uma vontade de chorar ao saber que morreria ali, fechei os olhos e deixei que o peso do corpo de Felipe se apoiasse no meu.
Agora, acordei na praia como se fosse um dia normal. E a tempestade varreu nossas vidas como um pesadelo.-"E o Samir?"- Perguntei me referindo ao apelido do navio.
-"Samir precisa de uns reparos"- Devolveu Fausto.
-"Vamos ficar aqui até consertarmos"- Confirmou o marinheiro com dente de ouro.
O Barco estava ao leste da praia, consideravelmente perto.
-"E precisa ser rápido, não temos todo o tempo do mundo para chegar em Verbena". - Felipe disse firme.
Conseguimos pegar o que sobrou, os barris que empurrei no porão estávam boiando e as pessoas seguravam neles, outros de fora jogavam cordas que serviam de escape. Foi uma longa jornada, tiramos tudo do Samir e depois foi decidido pelo capitão que íamos nos dividir em dois grupos, um ficava para concertar o navio, outro iria pedir ajuda e tomar conhecimento do lugar onde estávamos.
Jogamos joquempô e eu torci para ficar longe de Felipe que só me dava ordens e tarefas, mas a sorte não estava do meu lado. Fomos em busca de ajuda e passamos pela floresta uma mata densa e cheia de rochas miúdas.
Após um tempo o dono de Samir teve um insight e lembrou que estavamos na mata de Verbena, deve ter reconhecido pelos livros geográficos que eu vi em sua mesa, no meu segundo dia como raptada. Fomos procurar ajuda e comemos algumas frutas no caminho. Tentei levar algumas nas mãos, mas saguins pegaram de mim. Fiquei ainda mais estressada quando vi que Felipe ria muito da minha situação.
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O Pirata e a Princesa
RomanceJá imaginou sequestrar uma princesa? E já imaginou ser raptada no dia da sua coroação? Para se tornar um capitão respeitado Felipe de Samir elabora um plano infalível de roubar a coroa da princesa Astrid Nina no dia de sua coroação. Para proteger o...