Para Todos os Garotos que Já Fodi •hjs + yjh• ⚣︎ [JiHan]

Capítulo Dois

#PTOGQJF

❝ Segunda Página: Mais Rápido? ❞

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Uma sexta-feira chata e chuvosa. Essa é a definição perfeita do dia de hoje.

Vernon estava na casa do namorado e decidiu que dessa vez eu não era bem-vindo lá. Meus amigos da faculdade também estavam vivendo suas vidas, bebendo ou transando com alguém num beco sujo, sei lá. A falta de tempo das pessoas a minha volta era uma realidade completamente diferente da minha. Em tese, eu fiquei sem ter o que fazer — ou com quem fazer, o que torna tudo pior ainda.

Meu estômago implorava por comida de verdade, pois a única coisa que eu tinha na dispensa eram cereais e mais cereais de chocolate. Nem um pouco energéticos, como o aviso na caixa diz. Entretanto, se tivesse algo para ser preparado, eu não conseguiria. Meus dons em relação a culinária sempre foram péssimos até nas coisas mais básicas. Sobrevivi até hoje a base de comida instantânea e pedindo delivery, o que geralmente eu evito até não poder mais, querendo economizar o pouco que me sobra.

— Tá, acho que preciso ir atrás de alguma coisa. — Bloqueie meu celular, jogando no sofá e indo até meu quarto.

Sem pensar muito, coloquei meu sobretudo preto por cima das minha roupas de frio que não eram lá muito charmosas, provavelmente tinham furinhos em algum lugar na costura. Mas eu pouco ligava, o casaco cobria o bastante, escondia o bastante também.

— O que eu quero comer? — Perguntei a mim mesmo, dirigindo para longe do estacionamento do prédio. — Acho que Dakjuk¹ seria uma boa nesse friozinho, mas não acho que vendam lá... Ou vendem? Talvez eu deva ir a um restaurante e fazer uma boa refeição? — Neguei no mesmo momento, descartando a ideia. Não estava com muita grana para gastar dessa forma.

A chuva batia de forma agressiva nos vidros do carro, enquanto os limpadores de para-brisa tentavam incansavelmente manter a vista livre. Dificilmente chovia dessa forma em Seul, por isso me precavi de dirigir devagar para evitar usar os freios e me acidentar na estrada, usando apenas a troca de marcha para reduzir quando necessário. Meus pneus estavam um tanto gastos, não queria correr o risco de uma aquaplanagem foder com tudo. Não preciso nem comentar que não tenho dinheiro para um conserto.

Durou menos de quinze minutos até avistar uma loja de conveniência que normalmente eu ignoraria e seguiria ao mercado mais próximo, se não fosse pela chuva e o trânsito lento. Assim que entrei no lugar, o sino no batente superior da porta tocou. Isso chamou a atenção do único atendente da noite.

— Boa noite, senhor. — Ele saudou com o sotaque camuflado, quase imperceptível, me fez notar que não era da capital. Eu chutaria região de Daegu, talvez? Eu não poderia afirmar com certeza, afinal, meus ouvidos não são tão bons assim. Passei praticamente minha vida inteira fora da Coréia do Sul.

A fim de seguir meu caminho, apenas fiz uma curta reverência com a cabeça, indo procurar por um Shinramyeon² em seguida. Era a opção mais provável de achar ali.

Porém, enquanto eu procurava por minha futura refeição noturna, algo despertou minha atenção. Do outro lado do cômodo, o garoto no balcão esfregava a ponta superior do lápis — a qual se encontrava uma pequena borracha rosada — em seus lábios. Ele estava concentrado em ler algo em um livro grande, não me permitia ver a capa ou a lombada, mas parecia didático.

Será que ele tinha noção do quanto aquele movimento com o lápis era obsceno? Ou talvez eu é quem precise de acompanhamento psicológico? Me oferecerei como fonte de pesquisa no meu próprio curso algum dia.