2. A Torre do Mago Cintilante

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- Ei, ei! Acorda! - Escutei alguém ao longe me chamando.

A voz era familiar, contudo, não despertava meu interesse. Eu queria só continuar dormindo aquele sono maravilhoso. Porém, o tal que berrava ao meu ouvido, resolveu me beliscar, tirando de vez minha paciência.

- Ei, estranho! Anda, acorda! - Ele insistiu.

- AI, PORRA! Para de beliscar! Já acordei, pronto! Viu?! - expressei irritado.

Ao finalmente me render àquela preguiça devido, especialmente, os berros daquele idiota, aos poucos comecei a acordar de vez. No processo, notava muitas coisas estranhas ao meu redor. Para começar, o dono da voz de antes era o Edward e, não sei como, ambos estávamos dentro de um cômodo bem... estranho.

Instintivamente, fui até à única janela que estava naquele espaço minúsculo - ela era pequena, assim como tudo naquele quarto, construído inteiramente com blocos de cimento. De lá conseguia notar o quão alto estávamos; aquilo era uma torre e agente estava no topo dela. Para piorar aquela loucura, além de haver um sol quadrado, o céu inteiro estava tingido com uma cor rosada, e mesclado das nuvens brancas feito algodão, trazia um certo contraste adocicado à visão.

Caí no Mundo Doce? É sério?!

- Você tá legal? - questionou Edward, preocupado. Ele pareceu notar a minha falta de direção.

- Onde a gente tá? - Me virei para fitá-lo.

- C-Como assim?

- Onde estamos? Que porra de lugar é esse, cara?!

Na minha cabeça, pensei que se o Edward estava acordado antes de mim, então ele poderia saber de mais coisas, tipo, ter alguma noção de onde estávamos. E foi nisso que depositei minhas esperanças. O que eu não queria era enlouquecer diante de tanta loucura em minha volta.

- Ué. E-Estamos numa torre. Não tá vendo?

- É, deu pra notar que é uma torre, anta! O que quero saber é como chegamos aqui? E... que roupas são essas que você tá usando?! - reparei com atenção no que ele vestia. "Como não tinha percebido aquilo?"

Ele estava vestindo algo bem... estranho do que estou acostumado. Sério, parecia um mágico de circo: usava uma roupa preta repleta de glitter, capa escura com alguns detalhes de pequenas estrelas douradas, parecia uma noite estrelada; e, por fim, uma cartola que cobria aquele seu cabeção. Segurava meu riso frouxo.

- Bom... Eu... - Ele tentou me explicar, mas parecia não saber por onde começar.

- Tá, esquece. - desisti.

Relevei esse assunto e foquei no óbvio: sobre aquele lance doido que aconteceu com o meu computador, o bug maluco que me puxou para esse lugar, talvez ele teria haver com isso... Só não sabia se o Edward passou pela mesma coisa.

- Escuta, Edward. Você notou algum bug maluco no seu computador antes de virmos parar aqui? Ele começou como um convite para um jogo, um daqueles anúncios irritantes.

- Bug? Que jossa é essa? Calma aí, você me chamou de Edward?! Eu sou o grande mago dessa torre, o maior entre os feiticeiros! Ah, e também, pra falar a verdade, eu nem te conheço! Que reino você veio? Da Tribo de Darak? Ou, quem sabe, de Leviosa... Mas você não exala cheiro algum de magia, o que é bem estranho para um mago de lá. Enfim, não devo satisfação pra estranhos. - Ele cruzou os braços e virou a cara.

Era só o que faltava... Além de não saber onde está, ou como veio parar aqui, tampouco sabia quem era. Pelo visto, estava sozinho naquilo.

- Que papo doido é esse? Ah, quer saber, tanto faz... - bufei, revirando os olhos, e saí em busca de respostas.

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