- Ei, ei! Acorda! - Escutei alguém ao longe me chamando.
A voz era familiar, contudo, não despertava meu interesse. Eu queria só continuar dormindo aquele sono maravilhoso. Porém, o tal que berrava ao meu ouvido, resolveu me beliscar, tirando de vez minha paciência.
- Ei, estranho! Anda, acorda! - Ele insistiu.
- AI, PORRA! Para de beliscar! Já acordei, pronto! Viu?! - expressei irritado.
Ao finalmente me render àquela preguiça devido, especialmente, os berros daquele idiota, aos poucos comecei a acordar de vez. No processo, notava muitas coisas estranhas ao meu redor. Para começar, o dono da voz de antes era o Edward e, não sei como, ambos estávamos dentro de um cômodo bem... estranho.
Instintivamente, fui até à única janela que estava naquele espaço minúsculo - ela era pequena, assim como tudo naquele quarto, construído inteiramente com blocos de cimento. De lá conseguia notar o quão alto estávamos; aquilo era uma torre e agente estava no topo dela. Para piorar aquela loucura, além de haver um sol quadrado, o céu inteiro estava tingido com uma cor rosada, e mesclado das nuvens brancas feito algodão, trazia um certo contraste adocicado à visão.
Caí no Mundo Doce? É sério?!
- Você tá legal? - questionou Edward, preocupado. Ele pareceu notar a minha falta de direção.
- Onde a gente tá? - Me virei para fitá-lo.
- C-Como assim?
- Onde estamos? Que porra de lugar é esse, cara?!
Na minha cabeça, pensei que se o Edward estava acordado antes de mim, então ele poderia saber de mais coisas, tipo, ter alguma noção de onde estávamos. E foi nisso que depositei minhas esperanças. O que eu não queria era enlouquecer diante de tanta loucura em minha volta.
- Ué. E-Estamos numa torre. Não tá vendo?
- É, deu pra notar que é uma torre, anta! O que quero saber é como chegamos aqui? E... que roupas são essas que você tá usando?! - reparei com atenção no que ele vestia. "Como não tinha percebido aquilo?"
Ele estava vestindo algo bem... estranho do que estou acostumado. Sério, parecia um mágico de circo: usava uma roupa preta repleta de glitter, capa escura com alguns detalhes de pequenas estrelas douradas, parecia uma noite estrelada; e, por fim, uma cartola que cobria aquele seu cabeção. Segurava meu riso frouxo.
- Bom... Eu... - Ele tentou me explicar, mas parecia não saber por onde começar.
- Tá, esquece. - desisti.
Relevei esse assunto e foquei no óbvio: sobre aquele lance doido que aconteceu com o meu computador, o bug maluco que me puxou para esse lugar, talvez ele teria haver com isso... Só não sabia se o Edward passou pela mesma coisa.
- Escuta, Edward. Você notou algum bug maluco no seu computador antes de virmos parar aqui? Ele começou como um convite para um jogo, um daqueles anúncios irritantes.
- Bug? Que jossa é essa? Calma aí, você me chamou de Edward?! Eu sou o grande mago dessa torre, o maior entre os feiticeiros! Ah, e também, pra falar a verdade, eu nem te conheço! Que reino você veio? Da Tribo de Darak? Ou, quem sabe, de Leviosa... Mas você não exala cheiro algum de magia, o que é bem estranho para um mago de lá. Enfim, não devo satisfação pra estranhos. - Ele cruzou os braços e virou a cara.
Era só o que faltava... Além de não saber onde está, ou como veio parar aqui, tampouco sabia quem era. Pelo visto, estava sozinho naquilo.
- Que papo doido é esse? Ah, quer saber, tanto faz... - bufei, revirando os olhos, e saí em busca de respostas.
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SPAM-FANTASY - Livro I
FantasySelecionados para cumprirem um destino premeditado, jovens são transportados para um mundo virtual, bem semelhante ao nosso, com um propósito de impedirem uma ameaça de nível catastrófico, capaz de afetar também o mundo real. A história acompanha He...