ESTAVA SAINDO DO ESTÁDIO MUITO FELIZ após a vitória do jogo de hoje, um momento que eu esperei tanto acontecer, ver meu time levantando a taça da Libertadores, finalmente aconteceu, e aconteceu do melhor jeito possível. Não tem palavras que descrevam o sentimento de alegria que sinto dentro de mim!
Acabei saindo do vestuário mais cedo, não gosto muito da bebedeira que acontece pós-jogo, e como hoje não era qualquer pós-jogo, sei que hoje estaria muito pior do que os outros.
Atravessei a rua e me deparo com uma garota no chão, desmaiada e com o nariz ensanguentado. Não sabia ao certo sua idade, mas ela me parecia ser uma adolescente, talvez um pouco mais velha. Além disso, ela estava vestida com a camisa do Flamengo, provavelmente entrou em uma confusão após o jogo.
Após eu dar algumas balançada nela, percebo a mesma abrir os olhos lentamente. Ela dá um pulo logo depois de acordar e começa a gritar, perguntando onde está ele - provavelmente o cara que ela estava brigando -.
Não havia condições de deixá-la sozinha, abandonada no meio da rua. Era perceptível que ela havia ingerido álcool, pelo cheiro e pelo jeito que estava confusa. Acho que o adequado seria levar a garota para um lugar mais calmo.
Entramos no carro e um silêncio constrangedor predominou o caminho todo. Parei em uma delicatessen 24 horas, antes de seguir o caminho para o hospital.
- Quer algo para comer ou beber? - Pergunto, quebrando esse silêncio de segundos atrás.
- Não precisa, obrigada.
- Eu insisto, você estava desmaiada na rua agora pouco, pode acabar passando mal.
- Bom, se é assim, eu aceito uma água. - Disse Cecília enquanto esboçava um sorriso envergonhado.
Faço seu pedido e em alguns instantes a bebida chega acompanhada de dois copos.
- Esqueci de perguntar, onde estão seus pais? Eles te deixaram assistir o jogo sozinha?
- Na verdade, eu vim sozinha, e eu já tenho 21 anos, meus pais nem querem mais saber da minha vida.
- Ah, me desculpa! Jurei que você ainda era menor de idade.
- Acho que vou levar isso como um elogio. - A garota ri, acho que o efeito do álcool já está passando.
Passamos alguns minutos conversando e nos conhecendo. Descobri que ela veio pro Equador de ônibus e sem avisar a ninguém, só para ver o jogo de hoje. Existe louco para tudo nesse mundo! Ela também me explicou o que aconteceu para estar com o nariz ensanguentado daquele jeito, que por sinal, ainda está sujo de sangue, acho que ela ainda não notou.
- Agora que você já tá mais calma, vou te levar ao hospital. - Cecília arregala os olhos quando ouviu o que falei.
- Hospital?! Para quê?
- Ué, você não levou um soco? Pode ter quebrado o nariz, ele tá cheio de sangue. - Ela passa a mão em seu nariz e vê o líquido vermelho em seus dedos.
- Meu Deus, porque você não me avisou antes?! Onde é que tem banheiro?
- Achei que você já havia notado que ele tava sangrando, cheguei até a pensar que tinha gostado seu "visual novo" - digo enquanto caía na risada - o banheiro fica naquela porta.
Após ter limpado seu nariz, a garota volta para mesa. Agora sim consigo ver mais detalhes de seu rosto. Ela tinha uma pele morena e uma boca bem rosada, suas bochechas também estavam avermelhadas, acredito que seja queimadura do Sol. Ela era muito bonita.
- Já estou limpa e meu nariz tá ótimo, não preciso ir ao hospital.
- Tem certeza?
- Absoluta. Agora eu preciso ir pra rodoviária, tenho uma longa viagem pela frente.
- Eu te levo.
- Pedro, pelo o amor de Deus, você já me ajudou muito hoje, não quero te incomodar ainda mais.
- Não é incômodo algum! E eu também gostei de conversar com você, é apenas uma gentileza. - Tento convecê-la a aceitar a carona, mas parece que essa menina é cabeça dura.
- Agradeço sua gentileza, mas não precisa mesmo, eu peço um Uber. - Ela diz enquanto mexe em sua mochila, procurando seu celular.
- Vai pedir como, se o cara levou seu celular? - Cecília para de procurar o dispositivo em sua mochila assim que eu a lembro do que ocorreu.
- Ok, ok. Eu aceito sua carona. Obrigada de verdade, você é um querido.
- Então, querida, me acompanhe até o carro. - pela força do hábito, acabo a puxando pela cintura, logo que percebo, tiro a mão, e fico vermelho de vergonha, mas acho que Cecília não percebeu, já que não esboçou reação alguma, somente uma risadinha baixa.
A rodoviária não era tão longe de onde estávamos, chegamos em apenas alguns minutos.
- Sério, Pedro, muito obrigada por tudo que você fez por mim, eu não sei nem como te agradecer. Você nem me conhece e me ajudou demais. - Ela fala, abrindo um sorriso para mim, e que sorriso abençoado.
- Eu sei como você pode agradecer. - Puxo-a para um abraço que logo é retribuído. Por mais que eu tivesse a conhecido a pouco tempo, senti uma grande conexão enquanto conversamos.
- Você é demais, Pedro. Se eu tivesse com celular, tirava uma foto com você para colar na minha parede para me lembrar de hoje. - Cecília diz, desfazendo o abraço - Bom, já tenho que ir, obrigada por tudo de novo. Tchauzinho!
- De nada! Vê se me da noticia quando chegar, em? - Dou uma piscadinha e logo ela segue caminho. Aceno para ela até perdê-la de vista. Espero algum dia poder ver ela novamente.
Oiê,
O que acharam do cap de hoje? Acabei demorando um pouco para postar!Enfim, votem muitoo💗
Bejô! ♡
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*CAPÍTULO REVISADO
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Por Acaso | Pedro Guilherme
Fanfiction𝐂𝐄𝐂𝐈𝐋𝐈𝐀 𝐆𝐎𝐌𝐄𝐒 é uma flamenguista que faria tudo por seu time: e bota tudo nisso! Ela viajou por dias somente para ver a final de um campeonato no qual o Flamengo jogaria. Por mais que o resultado tenha sido bom, nem tudo deu certo. Cecíl...