𝟑𝟔. 𝐃𝐄𝐒𝐀𝐏𝐀𝐑𝐄𝐂𝐈𝐃𝐀?

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EU NÃO FAÇO IDEIA DE QUANTO TEMPO EU ESTOU AQUI

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EU NÃO FAÇO IDEIA DE QUANTO TEMPO EU ESTOU AQUI. Eu não sei nem que dia hoje, que horas são, eu não sei nada.

Já deve ter mais de 5 dias desde que o Miguel me prendeu e aqui, e até agora ninguém apareceu.

'Tá sendo horrível. Fiquei com uma fita na boca até anteontem, e tive que prometer p'ra ele que eu não ia fazer mais nenhuma "gracinha".

Queria ver se fosse ele no meu lugar. Espero que quando me achem, esse maluco pague por tudo. Isso se me acharem, né. Já 'tô começando a perder as esperanças.

— Bom dia. Fiz umas torradas e café. — ele diz, saindo da cozinha. — O Brasil foi eliminado da Copa.

— Que?! O Brasil perdeu p'ra Coreia?

— O Brasil ganhou de 4x1 da Coreia. Perdeu p'ra Croácia. 'Tá desatualizada, em?

Nossa, sério? Nem parece que eu 'tô presa sem acesso a nada.

— Por que será, em?

— Admite, vai. Você 'tá adorando ficar aqui comigo. — Miguel fala, enquanto me dá um pedaço de bolo na boca.

— Não.

— É uma questão de tempo.

— Olha, Miguel. Acho que você sabe que a Catarina 'tá grávida, que ela 'tá precisando do meu apoio, e eu acabei de adotar um gato, ele precisa de mim também. Me deixa sair, vai. Prometo que não vou te denunciar nem nada!

— O Arrascaeta já voltou ao Brasil e o seu gato deve 'tá com eles. Ninguém precisa de você. Você que precisa de mim. — ele diz calmo, enquanto levanta meu rosto para olhar em seu olho.

Cada palavra que ele fala me dá vontade de vomitar. Não é possível que alguém pense assim.

Eu estou prestes a entrar em um colapso nervoso. Eu não aguento mais esse cara, não aguento mais esse lugar, não aguento mais essa situação, não aguento mais nada! Que ódio!

Enquanto Miguel colocava o café na xícara, seu celular começa a tocar. Assim que ele olha para a tela do aparelho, seus olhos arregalam.

— Já volto. — o rapaz atende, saindo do apartamento rapidamente.

Ele ficou assustado quando viu quem era. Será que é alguém que me conhece? Ou alguém que está me procurando?

Não faço ideia de quem seja, mas é uma ótima oportunidade. Da última vez deu super errado, mas pode dar certo dessa vez.

Começo a gritar desesperadamente. Imploro por socorro. Sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Demora um pouco para Miguel voltar. E ele volta coberto de raiva.

— Sua idiota! Você vai ficar aqui comigo p'ra sempre! Gritar não vai adiantar! Ninguém vai te achar! — ele diz, gritando.

Começo a chorar mais. Um choro mais escandaloso. Cada dia que passa, mais parece que eu perco minha sanidade.

Por Acaso | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora