I HATE THAT FRENCH BOY

O Coelho

Ontem, Matthew nos disse que tínhamos um convite para o chá da tarde na casa dos Barry hoje à tarde. Estou ansiosa porque os Barry têm duas filhas, e uma é da minha idade.

Marilla nos deu os vestidos prontos e colocamos eles. Eram simples, como ela havia dito, mas eram bem melhores que os nossos antigos.

Depois, em seu quarto, ela colocou um laço em nossos cabelos, azul para Anne e vermelho para mim.

- Esses eram meu quando eu era mocinha.

Era um laço bonito. Como o vestido era apagado, ele se realçava no meu visual.

Quando estávamos no caminho, Anne estava mais estranha que o normal, tanto que eu e Marilla estranhamos:

- O que deu em você? Não disse uma palavra desde que saímos. Você não é assim.

- Perfeito! - murmurou ela.

Passamos o resto do caminho em silêncio. Anne estava estranhamente calada, mas resolvi não contestar. Ao invés disso, aproveitei a quietude e apreciei o caminho. Era uma floresta muita bela.

Quando chegamos na casa dos Barry, vimos duas meninas e uma mulher.

- Boa tarde senhorita Cuthbert - cumprimentou a senhora.

- Boa tarde, senhora Barry.

- Por favor, me chame de Eliza. E essas devem ser Anne e Izabel.

A garota mais velha sorri para nós:

- Boa tarde.

- Olá, boa tarde - diz a menor.

- Boa tarde - respondemos.

A mulher nos olha de cima a baixo, como se tivesse nos julgando. Já não gostei muito dela.

- Obrigada por nos convidar, Eliza - a Marilla agradece.

- Marilla, meninas, por favor, entrem.

Nós entramos, era uma casa bem grande e bonita. Enquanto tomávamos o chá, Anne permaneceu sem falar nenhuma palavra.

Depois que comemos, Diana convidou Anne e eu para passearmos juntas. Achei melhor deixar as duas sozinhas para se conhecerem e resolvi ficar no lago deles, pois eu queria tomar um ar. Gosto da sensação do vento batendo em mim.

Me sentei perto do lago e fiquei apreciando a vista, eles moravam em um lugar bonito.

Do nada, eu escutei um barulho perto de mim. Levantei assustada, olhando em direção ao barulho. Vi um coelho me observando. Fui até ele e ele não se afastou. Ele era branco, com uma mancha marrom grande no olho, que eram vermelhos e as pontas das orelhas eram marrons também. Comecei a fazer carinho nele, que se aproximou mais de mim.

- Izabel, vem, vamos embora! - grita Marilla da casa.

O coelho se assustou com o grito da Marilla e saiu correndo.

{...}

Chegando em casa Anne estava contando sua experiência de como foi com Diana, dizendo que viraram melhores amigas.

Por algum motivo eu não gostei de escutar isso, então eu saí de perto. Eu conheço a Anne a muito tempo, não éramos tão próximas antes, mas agora viramos praticamente irmãs. Ela nunca fez isso tudo comigo e em apenas algumas horas elas viraram "almas gêmeas".

Achei melhor ficar o resto do dia em meu quarto, para pensar.

{...}

Mais tarde, Marilla vem no meu quarto:

- Você pegou o meu broche?

- Que broche?

- Que eu usei hoje com o meu xale.

- Bom, eu não o peguei.

- Está bem, então - disse, saindo do quarto.

Depois de alguns minutos, escutei Marilla falando "me devolva, já!" do quarto de Anne, então eu fui até lá.

- Mas eu não peguei, senhorita Cuthbert. Juro que não.

- O que aconteceu? - perguntei, entrando no quarto.

- Ela perdeu o broche dela e está me acusando de tê-lo roubado.

- Você foi a última pessoas a pegar nele. Onde ele está?

- Mas eu...

- Confesse ter roubado o broche ou não terá futuro em Green Gables.

O que?! Ela não estava falando sério, estava?

- Mas eu não peguei - Anne ainda insistia.

- Confesse! Senão eu vou mandá-la de volta para o orfanato!

- Ela não pegou, ela jamais faria isso! - interferi. Anne nunca faria tal coisa. Por que ela não acreditava?

- Você não se intrometa! Vamos Anne confesse!

- Se eu não confessar, vai me mandar de volta? - dava para notar o pavor na voz de Anne. Nem eu consigo me imaginar voltando para aquele lugar.

- Confesse logo o que você fez, Anne.

Anne fica muda, como se estivesse concentrada pensando no que falar.

- Eu o perdi. Estava brincando de Lady Cordelia e eu levei o broche lá fora comigo. Quando eu tirava água do poço, me inclinei para pedir um desejo e ele caiu. E eu o ouvi caindo na água e sumindo nas profundezas - eu sabia que ela estava mentindo, mas não falei nada - Eu sinto muito, senhorita Cuthbert.

Marilla olha atordoada para Anne:

- Faça a sua mala!

- O que?!

- Mas disse que, se eu confessasse poderia ficar!

- Eu lhe disse que aquele broche significava muito para mim.

- Não, eu inventei tudo! Não era verdade! Não peguei seu broche, não sei onde está! Tem que acreditar em mim!

- Olha, eu sei que foi ruim ela ter mentido, mas acredite, não foi

ela! - tentei ajudar. Era óbvio que era mentira!

- Eu não tenho que fazer nada! - grita Marilla - Não acredito em uma palavra do que disse.

- Por favor!

- Chega! Não saia desse quarto esta noite. E você - ela se vira para mim - vá para o seu quarto!

- Mas você não pode fazer isso, Anne não roubou nada.

- Amanhã você vai embora ao nascer do sol, Anne.

- Se ela for embora, eu vou também! -concluí, decidida.

Por mais que eu estivesse muito feliz por ser adotada e quisesse ficar, eu não poderia deixar Anne.

- Tudo bem então, como queira. Amanhã vão vocês duas. Agora vá para o seu quarto!

Dou uma última olhada para Anne, que me retribui o olhar abismada, e vou para o quarto.

{...}

No dia seguinte fomos embora.