Capítulo 3

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O Sol mal havia saído e eu já estava de pé e arrumada para sair, afinal eu tinha uma transa marcada para as 20:00h e precisava me preparar.
Foi complicado arrumar uma depiladora de última hora, mas graças a Deus uma boa alma deve ter ficado com pena da minha cara de desespero e decidiu me atender.

- Faz quanto tempo que está a procura de uma depiladora, querida? - Perguntou enquanto preparava a cera.

- Por que? - Questionei confusa.

- Pela quantidade de pelos eu falo, deve fazer bastante tempo, né?

Será que todas as depiladoras são assim? Antes de te depilar ela te humilha?

- Está difícil de arranjar horário. - Ri sem graça.

- A entendo... É isso mesmo ou tem haver com as crianças?

- Crianças?... Aí. - Dei um gritinho quando ela puxou de uma vez, eu realmente havia me esquecido como aquilo doía.

- Sim, seus filhos.

- A filhos... Claro... Ui! - Eu nem negava mais que eu não tinha um, para a sociedade era inadmissível uma mulher de quase 40 anos sem filhos, e eu não estava a fim de começar uma conversa de como eu estava ficando velha e precisava arrumar uma criança imediatamente, porque filhos são uma benção e etc, etc, etc.

- Uma coisa que eu te digo, não deixe de se cuidar, os homens são seres fracos. Maridos só pensam com a cabeça... De baixo.

Ela riu sozinha de seu trocadilho enquanto eu gemi mais uma vez de dor, será que não tinha como aquela tortura ser mais rápida? Eu nem sabia o que era pior, os pelos da minha virilha sendo puxados sem dó e nem piedade ou a conversa fiada daquela senhora.
E depois do que julguei ser uma eternidade, ela disse "prontinho". Eu respirei aliviada já me levantando, mas minha alegria durou pouco.

- Onde vai? Vire-se.

- O que? Não acabou?

- Não, falta atrás.

- Atrás... Atrás?

- Isso, atrás... No bumbum.

E quando eu pensei que eu não poderia sair dali mais humilhada, ela me manda deitar de barriga para cima e puxar minha nádega para o lado.
Quando ela puxou a cera lágrimas escorreram dos meus olhos, quem Diabos tinha inventado a depilação do ânus? Essa pessoa tinha um lugarzinho reservado no inferno.
Assim que ela terminou, a mesma saiu e me deixou sozinha para que eu pudesse me vestir e também recuperar minha dignidade.

- Até semana que vem, querida. Posso deixar a quinta agendada para você?

- Claro, por favor. - Respondi sorrindo.

O caralho que eu iria voltar, minha velha gilette que me aguardasse.
Eu passei no salão e consegui também fazer cabelo e unha, eu nem me lembrava da última vez que tive um dia de beleza.
E por fim fui em um sexy shop, para poder comprar uma lingerie nova.

- Essa vermelha está belíssima, foi uma ótima compra. A senhora não gostaria de ver mais dos nossos produtos?

- Quais?

- Pela cor da lingerie julgo que será uma noite bem quente, estou certa?

Meio envergonhada concordei com a cabeça.

- Bom, é o que espero.

- Temos umas coisinhas incríveis para apimentar a relação. Olha esse gelzinho aqui, você pede para seu parceiro passar um pouquinho na sua amiguinha lá embaixo, ele vai dar uma sensação de refrescancia e ao mesmo tempo um leve formigamento, seu clitóris aumentará um pouco de tamanho o que significa que sua libido também subirá, é maravilhoso. Esse outro creminho aqui é para o homem passar um pouquinho só na ponta do pênis sabe, isso irá fazer a sensibilidade dele aumentar e também ajudará para ele ter um tesão maior. Esse daqui chama melzinho do amor, minha filha, ele vai fazer vocês dois subirem pela parede.

- Coloca tudo na sacola, e pega também aquele vibrador rosa ali de cima.

- Maravilhoso, não vai se arrepender. Cinco velocidades, quatro vibrações diferentes e com estimulante para o clitóris que lembra muito uma língua. - Falou sorrindo.

Enfim voltei para o meu apartamento satisfeita e devidamente abastecida. Aproveitei o resto da tarde para dar uma organizada e uma limpadinha no chão. Quando o relógio marcou 19:00h eu comi apenas um lanche leve e fui tomar banho para me arrumar.
Eu vesti a lingerie, passei um hidratante, um perfume e fiquei me olhando no espelho, a tempos que eu não me sentia tão bonita e atraente, sorri satisfeita.
Peguei um vestido e o encarei por alguns segundos, mas que se dane, eu iria atendê-lo seminua.
Eu estava muito nervosa enquanto esperava, fiquei andando de um lado para o outro, e quando faltava três minutos para as oito o interfone tocou.

- Alô.

- Senhora Maite, tem um rapaz aqui na portaria ele disse que veio visitá-la, quando perguntei seu nome apenas me respondeu que a senhora saberia do que se tratava.

- É um amigo, Justino. Pode deixar entrar.

- Ok.

Os segundos que se sucederam pareceram horas, mas então a campainha tocou. Eu virei a taça de vinho, dei mais uma conferida no cabelo e só então abri a porta.
Mas o que eu vi em minha frente só podia ser um pesadelo.

- William?

O prostituto do meu exOnde histórias criam vida. Descubra agora