E agora? (Deryl Dixon e Jesus)

Correndo contra o tempo (11)

Daryl parou, pulando da moto no momento em que as rodas pararam de girar. Ele varreu os olhos sobre a área, observando todos os detalhes. O carro de Rick caído na vala, os corpos dos errantes espalhados. Salvadores Mortos. Sangue. Órgãos internos.

Ele teve que desviar o olhar. Gore nunca o incomodou muito em seguir seu irmão na caça quando era jovem, mas havia toda a possibilidade de que Paul estivesse envolvido naquela confusão. Respirando fundo, forçou-se a olhar. Avalie a área com os olhos de seu eu rastreador.

Não restava muita luz, talvez meia hora, se tivesse sorte.

O que diabos aconteceu aqui?

Havia trilhas que conduziam às árvores de cada lado da estrada. Ele sabia pelos outros que os salvadores haviam vindo até eles pelo lado esquerdo, o que era consistente com a localização dos corpos. Um pequeno grupo deles deve ter fugido de volta para a floresta. Eles levaram Paul com eles?

Seus instintos estavam lhe dizendo que não era isso que tinha acontecido. Paul tinha as habilidades e a experiência para escapar se os salvadores lhe dessem a menor das aberturas. Ele não teria escolha a não ser correr para a linha das árvores, para longe dos Salvadores. Não fazia sentido que os salvadores se separassem se não houvesse necessidade disso.

Daryl levou um minuto para desviar sua moto da estrada, escondendo-a com alguns galhos de árvores. Feito isso, ele não perdeu tempo em seguir os rastros que pensava serem de Paul e de um punhado de salvadores que o haviam seguido.

Procurar na floresta o lembrou do tempo em que ele se perdeu nelas quando criança. Estado diferente, tempo diferente, circunstâncias diferentes, mas o sentimento era o mesmo. Medo não diluído. As apostas eram altas demais. Se Paul já não estivesse morto, ele estaria em breve se Daryl não fizesse tudo o que era bom para encontrá-lo.

Ele se movia rapidamente, absorvendo informações a cada passo, procurando por algo. Qualquer coisa que lhe desse uma pista de onde encontrar Paul. Ele esmagou o pânico, descartou as imagens dele deitado em uma poça de suas próprias entranhas enquanto o walker se banqueteava com ele.

Para sua sorte, os salvadores que o seguiram estavam com pressa, com os pés pesados. indiferente aos rastros que estavam deixando. Ele estava na floresta por cerca de dez minutos quando seus olhos se fixaram em um respingo de sangue.

Seu estômago caiu. Disse a si mesmo que poderia pertencer a qualquer um, mas sabia que estava mentindo para si mesmo. Paul era um lutador experiente, se ele estivesse com força total, ele teria sido capaz de derrubar alguns salvadores em sua bunda. O fato de o terem seguido por tanto tempo o preocupava.

"Onde você está?" ele sussurrou, rezando para que alguém lá em cima lhe desse uma porra de uma pausa.

Isso não iria acontecer. A vida estava fodendo com ele desde o primeiro dia. Não ia parar tão cedo. Ele continuou, ciente de que estava perdendo a luz. Um barulho na cabeça chamou sua atenção.

Pisando com cuidado, Daryl ergueu sua besta em preparação. Um grupo de três Salvadores formava um círculo, discutindo. Daryl aproveitou a oportunidade para escutar, esperando que isso confirmasse que Paul não era seu prisioneiro. Ele ouviu por cinco minutos antes que eles lhe dissessem o que ele estava procurando.

"Precisamos voltar. Não sei onde diabos estamos ou para onde estamos indo," o mais alto dos três homens disse. "Ele se foi."

"Não, ele deve estar por aqui em algum lugar. Até onde ele pode chegar com um ombro deslocado?"

"Se ele souber como configurar, até onde ele quiser!"

"Merda", sibilou outro. "Estamos aqui há horas. Você o acertou com sua faca, ele poderia ter sangrado até agora. Ele se foi ou está morto. Perda de tempo, toda a operação."